domingo, 14 de maio de 2023

Uma voltinha em Nossa Senhora do Desterro - Floriano - polis - A cidade de Floriano

Floriano Peixoto fez parte do grupo que impetrou um golpe no Imperador D. Pedro II, destituindo-o do trono a partir de um golpe. Embarcaram o Imperador do Brasil, na madrugada, rumo à Europa, sabendo o quanto ele era respeitado pelos brasileiros e sabendo que o golpe não aconteceria se o mesmo continuasse no país. E mesmo tendo partido, o Imperador, os brasileiros não aceitaram, como também muitos que residiam em Nossa Senhora do Desterro. O algoz e parte do bando, Floriano Peixoto, perseguiu e assassinou chefes de famílias locais na Ilha de Anhatomirim. Não bastasse isso, colocou seu nome na capital de Santa Catarina, cidade de Floriano, Florianópolis. Vergonha.
Tão vergonha, que ao visitar Nossa Senhora do Desterro no último dia 11 de maio de 2023, adentramos o Palácio Cruz e Souza, atualmente é um museu, deparamo-nos com a obra de Juarez Machado, que retrata exatamente esse massacre de nativos de Desterro a mando de Floriano, irradiando todo o horror que foi essa passagem histórica.

Para ler mais sobre esse golpe, acessar o link (clicar sobre): Proclamação da República do Brasil - Golpe Militar no Governo Imperial brasileiro

Quadro "Anhatomirim ano 1894"
Quadro "Anhatomirim ano 1894" de Juarez Machado (1941). Óleo sobre tela. Acervo Museu de Arte de Santa Catarina fotografado no Museu Cruz e Souza.
Em 11 de maio de 2023 andamos pelas ruas de Nossa Senhora do Desterro, o nome que foi tirado da capital de Santa Catarina para homenagear o algoz de muitas famílias da cidade e também do grupo do golpe da "proclamação da república".
Chegamos na centralidade da Ilha de Santa Catarina na parte da manhã, e o que muito nos chamou a atenção foi a ausência de pessoas nos espaços públicos, só percebido na parte da tarde. Nossa cidade antes de mudarmos para Blumenau, observamos muitas mudanças na paisagem histórica, enquanto conjunto o que deixaremos para as imagens comunicarem.
 
Mercado público - tradição da comercialização do pescado






Siri fresco

Marcelo separando o siri vivo com cuidado.








Alfândega

Na década de 1970 o local recebeu o aterro da Baía Sul, fazendo com que o edifício da Alfândega não tivesse mais contato com o mar, nem mesmo visual, como era antes dessa data. Foi criado uma grande área, onde está a Praça Fernando Machado e o Largo da Alfândega.
Este edifício foi construído em 1874, no governo de  João Tomé da Silva, presidente da Província de Santa Catarina para substituir o antigo edifício que sofreu um incêndio em 1866. O local deste e edifício não era o mesmo daquele que sofreu o incêndio. A nova alfândega foi inaugurada em  29 de julho de 1876 pelo então presidente da Província, Alfredo D'Escragnolle Taunay e foi construído pelo empreiteiro José Feliciano Alves de Brito e sua equipe. Existe uma placa comemorativa do evento da inauguração. 
O edifício foi constituído de três partes - a central, com sobrado e remate da empena, e dois armazéns laterais, com telhados independentes acabados pelas platibandas. O estilo é o neoclássico, estilo vigente na época de sua construção. A planta é retangular.
Atualmente sua
ocupação é mista. No andar superior está localizado o escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan e no térreo está a galeria da Associação de Artistas Plásticos de Santa Catarina, com espaço para exposições de artistas regionais e a Loja de Artesanato Catarinense. Nós sempre visitamos esse local, desde 1977, e sempre foi um espaço cultural.




















Entorno do Mercado Público e da Alfândega.




22° Feira do Mel 




Walter Froelich de Presidente Getúlio.













Em direção à Praça XV.















"Quebra" na paisagem no skyline. Ocupação do solo sem critério e sem considerar o patrimônio histórico presente na paisagem.

O Hospital de Caridade foi o primeiro hospital de Santa Catarina - inaugurado em 1° de janeiro de 1789 e fundado por Joaquim Francisco do Livramento, pertencente à Irmandade do Senhor Jesus dos Passos. A primeira edificação estava localizada ao lado da Capela Menino Deus, fundada pela beata Joana de Gusmão em 1762, visível do centro de Desterro. A capela foi incorporada pelo hospital. O hospital teve vários nomes ao longo do tempo. Quando foi fundado se chamava Hospital Jesus, Maria e José. Em 1792 foi rebatizado como Santa Casa de Misericórdia da Ilha de Santa Catarina. Em 1821, de Hospital Militar e em 1827, foi chamado de Hospital de Caridade dos Pobres. Não parou por aí a troca de nomes. Após a visita da comitiva imperial em 1845, em 1846, o hospital passou a se chamar de Imperial Hospital de Caridade do Desterro. Não demorou muito para ocorrer o golpe da República que baniu tudo que lembrava o Império. Em 1889 foi tirado o nome "Império" e em 1894, como já mencionado, homenageiam o algoz, trocando o nome da cidade de Desterro para Florianópolis. 
O hospital sofreu um  incêndio de grandes proporções  em 5 de abril de 1994. 
No entorno o Hospital de Caridade.

Instituto Estadual de Educação

Escola fundada em 10 de junho de 1892 com o nome de Escola Normal Catarinense. A primeira sede estava localizada no Liceu de Artes e Ofícios - porões do atual Palácio Cruz e Sousa. Em 1926, a escola se transfere para a rua Saldanha Marinho, onde  funcionou a Faculdade de Educação da UDESC e atualmente é o Museu da Escola CatarinenseEm 1935, um decreto transforma a escola em Institutos de Educação e a Escola Normal passando a se chamar Instituto de Educação de Florianópolis. Entre 1947 e 1949 passa a se chamar Instituto de Educação Dias Velho, e depois disso, Instituto de Educação e Colégio Estadual Dias Velho após passar a oferecer o segundo ciclo do Ensino Secundário, ocupando o prédio vizinho. A professora  Antonieta de Barros era a diretora do colégio no período da instalação do segundo ciclo.  Em 1957 a escola é rebatizada de Colégio Estadual Dias Velho. 
Em 1964 a escola recebe uma novíssima sede, localização atual, na Avenida Mauro Ramos, quando passou a se chamar Instituto Estadual de Educação Dias Velho, e dois anos mais tarde ganha o nome atual. Na fotografia feita por nós - destacamos o monumento de Salgado Filho na frente da escola.




Em direção a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina

Degradação da paisagem a partir de ausência de projeto de cidade. Camadas de tempos históricos a partir da arquitetura.








Piso das calçadas inadequados. Sem a característica antiderrapante.


Cor inadequada para o edifício histórico.





Gabaritos inadequados, mediante a presença de edifícios históricos.

Catedral Metropolitana de Florianópolis

A primeira igreja foi construída em 1679, cujo título legal das terras para a construção da igreja foi requerido por Francisco Dias Velho. A igreja foi dedicada à Nossa Senhora do Desterro. Ele foi assassinado no seu interior tempos depois.
Assassinato da família de Dias Velho na igreja.
Quadro está exposto no Cruz e Souza.













A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro foi criada em 5 de março de 1712. 
Em 25 de novembro de 1922, na festa de Santa Catarina, foram abençoados cinco sinos, vindos da Alemanha, encomendados por Dom Joaquim Domingues de Oliveira. Ao todo, a igreja possui sete sinos, sendo os mais antigos de 1872 e 1896, presentes do Imperador Dom Pedro II, o mesmo traído por Floriano Peixoto que emprestou o nome à cidade no final do século XIX. 
Os vitrais da igreja foram feitos  em São Paulo e inaugurados em 1949. O órgão de tubos Speith Orgelbau, foi fabricado em Rietberg, também na Alemanha e foi inaugurado em                                        Nunca ouvimos o som desse órgão.





























Palácio Cruz e Souza




























AU UFSC - Arquitetura e Urbanismo UFSC

Há muito tempo, conhecido "Goiabão".











Um registro para a História

 

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
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@AngelWittmann (Twiter)







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