A Presidente do Instituto de Artes Integradas de Blumenau, Professora Terezinha Heimann diz:
"O 15° Festfolk - Festival Nacional de Danças Folclóricas de 2023, propôs nesta edição discutir o tema Memória Cultura do Povo: músicas folclóricas. (...) A memória cultural cumpre seu papel preservando a herança simbólica institucionalizada, à qual os indivíduos recorrem para construir suas próprias identidades e para se inserir como parte integrante de um grupo. Revista 15° Festfolk - Terezinha Heimann
Registramos a primeira noite, com a abertura oficial e primeiras apresentações, as quais registramos para a história.
Junto ao evento, feira de artesanato local e pequena "Praça de Alimentação".
A abertura contou com a presença de autoridades do executivo e legislativo da cidade de Blumenau. Houve muito pouca divulgação no meios de comunicações e consequentemente pouca adesão do público nessa noite de abertura. Em função da divulgação posterior, isso não se repetiu nos demais dias.
A apresentação do 15° Festfolk ficou sob responsabilidade de Miriam Mesquita e Elton Gomes.
Na abertura houve a apresentação da Banda Municipal de Blumenau sob regência do Maestro João Carlos Cunico , que também tocou o Hino Nacional Brasileiro, após a entrada das bandeiras do Brasil, do estado de Santa Catarina, de Blumenau e dos estados que estavam representados no festival. Na sequência autoridades falaram e a Professora Terezinha Heimann, presidente doInstituto de Artes Integradas de Blumenau, abrindo oficialmente o evento.
Miriam Mesquita e Elton Gomes.
Regência de João Carlos Cunico.
Autoridades.
Grupo de Pesquisas e Projeções Folclóricas Guararás - Belo Horizonte MG
Etnia | Brasileira
Dança | Sequência Nordestina
Dança de salão de origem alemã que foi incorporada às festas populares e regionais no Brasil, sendo mais difundida durante o período das festas juninas como o Camaleão e a Araruna. Dança da colheita, em homenagem a um pássaro preto (Araruna), que costuma alimentar-se das sementes do arroz. O seu nome é derivado do passo que a acompanha e que, como o próprio nome indica, é uma espécie de trote, onde os dançarinos movimentam-se através de pequenos saltos laterais ao som de marchas juninas.
Comentário: Reconhecemos algumas coreografias de folclore alemão. Muito bonito dentro de outro ritmo e de diferentes sons de instrumentos não usual na coreografia de origem.
Duração: 12 minutos
Coordenador: Carlos Moreira
Grupo Folclórico Ucraniano Brasileiro Vesselka - Prudentópolis PR
Etnia | Ucraniana
Danças
Hutsulka – conhecidos por preservarem suas tradições, utilizam instrumentos musicais únicos como a trembita e vários tipos de flautas. Através da melodia e ritmo alegre, demostra agilidade e coordenação tornando a dança animada.
Tchumak – carroceiros mercadores da Ucrânia viajaram para o mar negro para comprar sal e trazê-lo para o povo da sua região.
Zaporozhtsi – imita os rituais dos guerreiros de Zaporizhia. Os lendários Cossacos, bravos defensores do seu país e heróis do passado Ucraniano.
Duração - 14 minutos
Coordenador - Fernando de Melo Demenech
Folcpopular | Bezerros | PE
Etnia | Brasileira
Dança | Papangus em Folia
Este espetáculo traz a criatividade e a irreverência da festividade carnavalesca do interior de Pernambuco, onde mascarados com sua tradição mais que centenária transformam a cidade num grande palco de sonhos, fantasias e alegria dos papangus, fazendo do carnaval de Bezerros um dos mais bonitos de todo Nordeste.
Luzes ao luar– lembra as noites brancas de luar em São Petersburgo. Os movimentos são executados com velas nas mãos, estas iluminam e trazem a união ao grupo.
Bístrinka – Ligeirinho – com dias mais compridos, os passos ligeiros das jovens que mostram o folclore em sua forma mais conhecida.
Coração cigano – o universo cigano é tão antigo e extenso, tão cheio de crenças!
Dias e noites – ao som da famosa melodia “Noites de Moscou” esta dança representa o dia e a noite.
Duração: 15 minutos
Coordenadora: Angelina Blahobrazoff
Original Blumenauer Schuhplattler - Blumenau SC
Etnia | Alemã/Austríaca
Dança
Estudos comprovam que talvez, o Schuhplattler seja a dança mais antiga ainda praticada na Europa, de maneira ininterruptamente. Suas origens, remontam ao período Neolítico (3.000 AC), onde a execução de sapateado nas danças dosilíricos e celtas possuía um caráter religioso.
Os romanos fizeram registros, na antiguidade, onde descreviam os celtas dançando vestidos com seus chapéus pontudos e enfeitados com penas, em suas festas religiosas e populares. Eram religiões, mais tarde, denominada pagãs, pelo cristianismo que chegou em um período histórico posterior na região. Também existem registros da representação do deus Mercúrio entre os celtas romanizados em trajes de camponês, com um chapéu parecido com o atual de três pontas usado no Tirol e nas vizinhas regiões alpinas. No momento da chegada das tribos germânicas à região alpina da Gália, o sapateado continuou sendo praticado e recebeu algumas contribuições culturais. Os povos romanizados do norte da Itália receberam influências desta forma de dançar em suas manifestações folclóricas. Em alguns locais do norte italiano (Lombardia, Aosta e Piemonte) existem, ainda hoje, alguns resquícios de sapateado. Gravuras e pinturas datadas do primeiro século já retratam a prática do Schuhplattlerentre os camponeses alpinos, em suas festas e comemorações.
A forma atual de execução do Schuhplattler remonta a Idade Média, com poucas modificações. Há um pequeno livro em latim, do ano de 1030, guardado em um mosteiro beneditino próximo aolago Tegernem Chiemgau, na Baviera, que descreve o Schuhplattler. Neste período, o sentido religioso das festas dos povos primitivos (antes do cristianismo – Leiam as postagens sobre a Mitologia) não tinha mais sentido na execução das danças, mas sim a prática com objetivos de destreza e conquista, onde os rapazes dançavam exibindo sua dança para suas companheiras, num exemplo claro de manifestação folclórica popular e não mais religiosa. Dançavam para suas companheiras.
Inicialmente dançado apenas por homens, oSchuhplattlercontou depois com a participação feminina, o que deu ao folclore um caráter muito mais festivo e harmonioso, além de transformar o antigo sentido ritual do sapateado para o de festa e galanteio entre os camponeses.
"Tatsächlich war der Plattler jedoch immer ein Paartanz. Die Form war zunächst noch frei und ohne Regeln. Im Drei-Viertel-Takt eines Ländlers absolvierte der Bursch eine Folge von Sprüngen und Hüpfbewegungen nach dem Rhythmus der Musik. Dabei „plattelte“ (schlug) er sich selbst auf Schenkel, Knie und Fußsohlen, „paschte“ (klatschte) in die Hände und stampfte mit den Füßen auf. Den Abschluss bildete ein kurzer walzerischer Rundtanz mit dem Dirndl." http://de.wikipedia.org/wiki/Schuhplattler
As manifestações, que outrora possuíam caráter religioso, foram incorporadas às festas cristãs e sofreram algumas alterações na execução e nos ritmos utilizados para dançar. Originalmente, os ritmos que marcavam os passos do sapateado eram o antigo Landler (do qual a valsa se origina) e a marcha.
Primeiras valsas
Na Idade Média, o Schuhplattler foi dançado sob o som de flautas, gaitas de fole, cítaras, saltérios, tambores e rabecas. Posteriormente, com o surgimento e aperfeiçoamento de instrumentos (como os metais e o acordeão), o sapateado ganhou mais possibilidades rítmicas e praticamente não sofreu modificações quanto à sua forma de execução.
Herói do Tirol Andreas Hofer - Idade média com traje
Para ler sobre Andreas Hofer - Clicar sobre:Andreas Hofer
As regiões atuais, onde se originou e mais se pratica o Schuhplattlersão: Alemanha, Itália e Áustria (Toda Região do antigo Tirol - dividida entre os três países), tanto que é conhecida como um dança tradicional destas regiões.
Duração: 10 minutos
Coordenador: Arthur Henrique Nasguewitz
,,CHŁOPI” Polski Zespół Folklorystyczny - Indaial SC
Etnia | Polonesa
Dança
Chłopskie Wesele (“RRUÓ.PISKI VE.CE.LE”) é a representação de um casamento camponês da região de Łowicz (“UÓ.VI.TCHI”) – o coração do folclore polonês – era uma espécie de espetáculo em que cada participante tinha um papel específico a desempenhar. Entre os atos, os convidados se divertiam, comiam, bebiam, dançavam e cantavam. Seguido do Ocepiny (“OTCE.PI.NE”), quando a noiva tinha sua coroa de flores (símbolo de fertilidade e virgindade) retirada, dando lugar a um gorro de tule (símbolo da vida de casada). Coreografia de Jailsson Fabijaki.
Duração: 20 minutos
Coordenador: Jailsson Juci Fabijaki
Conversando...
Grupo Sarandeiros - Belo Horizonte MG
Etnia | Diversas
Dança | Minas-Brasil
O espetáculo traz ao palco danças representativas do Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, explorando a diversidade das manifestações e dos ciclos festivos. Da região sudeste, apresentamos a Festa do Rosário, maior manifestação cultural do estado de Minas Gerais. Do norte do país dançamos o Carimbó, como representação da influência afro e caribenha em nossa cultura. E, para representar o nordeste, fazemos uma homenagem às Festas Juninas com a Quadrilha e ao Carnaval com a dança do Frevo.
Duração: 15 minutos
Coordenadores: Petrônio Alves e Marcos Liparini
Vídeo da amostra de dança de parte da programação do primeiro dia.
Foi produzida uma revista , integrada e complementando o festival com artigos de alguns dos grupos participantes que disponibilizaram suas pesquisas sobre os temas desenvolvido/coreografias de suas respectiva etnia.
- O 15° Festfolk e o resgate da memória cultural (Teresinha Heimann)
- A música folclórica na prática educacional (Carlos Henrique Sampaio Moreira);
- Cultura italiana preservada no Vale do Itajaí (Anderson C. Konnel);
- Danças Populares do Litoral catarinense (Carina Scheibe e Reonaldo Manoel Gonçalves);
- Casamento de towicz: musicais e rituais do casamento nas terras de towicz. (Jailsson Fabijaki).
Revista do 15° Festfolk, Blumenau, N° 7. p. 1-44, ano 2023.
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