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Ambientes de Herreninsel. |
Dando prosseguimento no Roteiro Alemanha 2025, seguimos a partir da centralidade e do trapiche de Gstadt am Chiemsee, subimos a bordo de uma embarcação e rumamos para a Herreninsel (Ilha dos Homens - cuja origem estava no nome Ilha do Senhor), considerada a maior ilha do município de Chiem, com uma área de 238ha. Lembramos que a Herreninsel, juntamente com a Fraueninsel e a Krautinsel formam o município de Chiem, o mais pequeno Land de Bayern. A ilha é habitada com cerca de 30 pessoas.
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Herreninsel e sua ocupação retirada do Google Earth. O mapa ilustra os caminhos das embarcações a partir da ilha e também das demais ilhas do Chiemsee. |
A ilha pode ser acessada durante todo o ano por embarcações da Chiemsee-Schifffahrt, por táxi aquático ou, por barco particular. Não existe automóveis na ilha. Nos meses de verão, há carruagens puxadas por cavalos que transportam os visitantes entre o cais e o Schloss, percurso que também pode ser feito a pé.
Os barcos até a ilha não partem somente de Gstadt, mas também de Prien e nos meses de verão, também, de Übersee, Bernau, Seebruck e Chieming. Durante a viagem pelo "Mar da Baviera", frequentemente azul-escuro, a vista dos Alpes de Chiemgau, ao Sul, como já mencionado, a companhia constante na vista.
A História do Schloss, palácio é muito importante para as pessoas de toda a região, conhecido como Palácio de Herrenchiemsee, o qual apresentaremos no próximo artigo.
Também na ilha existe "fontes mágicas", o parque barroco do Schloss e os mirantes de Ottos e Pauls Ruh, que são usadas para caminhadas em torno da ilha. Ao todo, somam dez quilômetros de trilhas sinalizadas em torno de Chiemsee. Herrenchiemsee possui locais destinados para lanches em geral e para tomar café.
Fotografia de um painel local de orientação. |
Padre Josef Apfelbecker. |
Local de preservação ambiental. |
Acesso a Henrreninsel - Arquitetura tradicional
Entrada de Herreninsel é revestida com Schindeln, antiga de cobertura, que traduzido é telhas, denominação que depois foi usada para cobertura feita com outros materiais, além do original, madeira. Em nossa pesquisa, parte do livro "Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel" mencionamos escavações que mostraram o uso da madeira como material na construção do embrião da casa enxaimel na Europa Central. Cascas de árvores (bétula, abeto, etc.), couro, argila, mato, palha e junco eram usadas para isolar telhados e paredes do vento e do frio, dispostas em escamas nas treliças do telhado para impedir a penetração de água no interior.
Até o início da Idade Média, as telhas de madeira eram o material de cobertura mais utilizado na maior parte da Europa. Até o período carolíngio, telhados de Schindel eram comuns até mesmo em edifícios nobres. Para casas simples e em áreas com pouca madeira, materiais locais, como palha, eram usados. Algumas igrejas medievais — especialmente no sul da Europa — eram cobertas com lajes de pedra planas (em francês: lauzes ). No extremo norte, Schindel eram habilmente assentadas para proteger igrejas de madeira construídas com carpintaria especializada, por séculos.
Até o século XVIII, Schindeln eram o tipo de cobertura predominante na Alemanha. Um dos motivos para seu era o risco de incêndio. Em cidades cada vez maiores, a falta de instalações adequadas para combate a incêndios e a alta densidade de edifícios levaram à crescente ocorrência de grandes incêndios. Isso levou à proibição regional do uso do material. Também devido à escassez de madeira durante a Pequena Era Glacial, os telhados de Schindel foram cada vez mais substituídos por telhas de argila e ardósia.
Desde a década de 1980, como a técnica construtiva enxaimel, o Schindel têm sido cada vez mais utilizadas, em função dos conceitos focados em ecologia e sustentabilidade, bem como à introdução de Schindel industrializado, onde nada se perde e tudo é reaproveitado.
Desde o período neolítico, fez-se o uso da madeira nas faces da construção, com predominância de ventos e chuvas, dentro de uma evolução construtiva. E ao vermos estes painéis, a partir de uma continuidade do telhado, nos chamou muito a atenção, também para a beleza final da textura criada, através do painel formado.
É claro que também chegou na região onde haviam imigrantes da região, assentados, aqui no Brasil e também, no Vale do Itajaí.
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Roberto Wittmann e o padre Josef Apfelbecker. |

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Caminho para o Königsschloss. |
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Chegada nos jardins barroco do Königsschloss. |
Augustiner Chorherrenstift Herrenchiemsee (Altes Schloss)
Atualmente o Agustiner Chorherrenstift Herrencuhiemsee é hoje um museu histórico, mas originalmente foi um mosteiro de monges agostinianos. O Arcebispo Konrad de Salzburgo construiu o Augustiner Chorherrenstift Herrenchiemsee por volta de 1130 no local de uma abadia beneditina do final do século VII. Os Cônegos Agostinianos residiram na ilha por muito tempo, chegando a lhe dar o nome de "Ilha do Senhor", ou, Herreninsel.
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O local está bastante descaracterizado do que aquele do século XVIII. Esté sem o jardim barroco. |
Até a secularização em 1803, o mosteiro permaneceu em funcionamento como um dos mais antigos mosteiros ao norte dos Alpes. Posteriormente, o edifício foi convertido em uma residência de prestígio para o novo proprietário, Alois von Fleckinger, que mandou construir uma cervejaria no local, no lugar da catedral do mosteiro.
Em 1873, Ludwig II comprou a ilha e mandou construir o Novo Palácio de Herrenchiemsee ao lado. Ele instalou seus aposentos privados no chamado Convent Stock (ala leste) do complexo do mosteiro e observou a construção de sua nova residência de lá através de um telescópio. Por isso, o mosteiro também é chamado de Altes Schloss, Palácio Velho.
O Augustiner Chorherrenstift Herrenchiemsee atingiu sua atual importância política no período pós-guerra. Em 1948, a Convenção Constitucional elaborou a Lei Fundamental da República Federal da Alemanha na sala de jantar do Schloss. A partir de 11 de agosto, a nova exposição permanente sobre o Herrenchiemsee, que marca o 75º aniversário da Convenção Constitucional.
O museu Museum "Der Wille zu Freiheit und Demokratie – der Verfassungskonvent von Herrenchiemsee 1948" pode ser visitado no Convento e no Depósito do Príncipe. E desde então se comemora a Convenção Constitucional na Ilha de Herrenchiemsee (1948) e a história da Lei Fundamental da República Federal da Alemanha (Entstehungsgeschichte des Grundgesetzes der Bundesrepublik Deutschland) que durou de 10 a 23 de agosto daquele ano.
Os atuais edifícios do mosteiro em Herrenchiemsee foram construídos em estilo barroco. Quatro alas encerram um amplo pátio quase retangular com um idílico jardim de rosas. A plantação do "Platanensaal" (Salão dos Plátanos) árvore florida que também temos no Brasil, conhecida como extremosa, está localizado em frente ao edifício do convento e com vista para Fraueninsel, remonta a 1893. Estivemos no local em 2013.
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Em 2013, no jardim do Altes Schloss. |
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Pfarrkirche St. Maria - 2013. |
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Pfarrkirche St. Maria - 2013. Obra de Margareth Söthe - de Pomerode, 2013 - Atualmente em nossa parede. |
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O Alte Schloss está bastante descaracterizado de sua originalidade. |
O andar do convento (ala leste), com salões e celas, foi construído entre 1645 e 1649. A Bräuhausstock (ala oeste) foi construída entre 1661 e 1665. O andar principesco representativo com salas de estado (ala sul), 1700-1716, abrigava a cozinha do mosteiro, salões barrocos e aposentos para hóspedes principescos. Com a construção da prelazia (ala norte) de 1727-1730, o pátio do mosteiro foi fechado.
Local onde residem os Cônegos, desde o ano de 1261. O antigo complexo do mosteiro, como o vemos
O museu Museum "Der Wille zu Freiheit und Demokratie – der Verfassungskonvent von Herrenchiemsee 1948" pode ser visitado no Convento e no Depósito do Príncipe. Ele comemora a Convenção Constitucional na Ilha de Herrenchiemsee (1948) e a história da Lei Fundamental da República Federal da Alemanha (Entstehungsgeschichte des Grundgesetzes der Bundesrepublik Deutschland).
Também, podem ser vistas, inúmeras obras-primas de pintores ativos no Chiemsee podem ser vistas no acervo do convento ( Galerie Maler am Chiemsee). Também não conseguimos visitar.
Neste roteiro, que foi mais rápido, mesmo com o piquenique, não visitamos o Alte Scholoss, mas conhecemos um pouco mais sobre ele e compartilhamos aqui.
Augustiner Chorherrenstift Herrenchiemsee, local do antigo jardim barroco, onde atualmente estão os pés de extremosas cuidadosamente podados. |
Augustiner Chorherrenstift Herrenchiemsee. |
Caminho no entorno da Herreninsel. |
Caminho no entorno da Herreninsel. |
Jardim barroco do Königsschloss de Ludwig II. |
Jardim barroco do Königsschloss de Ludwig II. |
Jardim barroco do Königsschloss de Ludwig II. |
Jardim barroco do Königsschloss de Ludwig II. |
Jardim barroco do Königsschloss de Ludwig II. |
Antes de visitarmos o Schloss, almoçamos em um piquenique feito ao lado dos jardins do mesmo, observados por animais soltos em um pasto, muito dóceis. Para compor o cardápio, visitamos o mercado, no caminho, onde pudemos observar a diversidade de pães e embutidos que existe na Alemanha, acompanhado de muitos tipos de suco, além da Bier, é claro.
Voltinha no mercado antes de vir para Chiemsee.
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Almoço no dia 22 de abril de 2025 foi em um piquenique no jardim do Königsschloss. |
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Almoço no dia 22 de abril de 2025 foi em um piquenique no jardim do Königsschloss. |
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Soltos no entorno onde fizemos o piquenique. |
Após o almoço, seguimos visitar o Königsschloss inacabado, construído até a fase que ficou pronta, por Ludwig II. Não nos permitiram efetuar registros fotográficos em seu maravilhoso interior, mas mesmo assim é válido conhecer sua história e seu idealizador, com as poucas imagens que fizemos e mais alguma outra para ilustrar, retirada da internet. No próximo artigo - tudo sobre o Königsschloss Herrenchiemsee.
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Caminho de volta até a embarcação, também percorrido de charrete. |
Senhor que guia a charrete. |
Vídeo
Um registro para a História.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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