 |
| Residência da Família Weber - Pomerode. |
Em março de 2025, quando estávamos na frente da sede do Jornal de Pomerode fotografamos uma tipologia histórica da cidade, não percebendo que já havíamos visto uma fotografia de 1973 da mesma casa. Quando encontramos o neto do fundador do G.F. Alpino Germânico Franz Zmazek, Manfredo Zmazek Goede, de Pomerode, ele nos comunicou que era neto do fundador do grupo de danças folclóricas e que sua casa ainda existia em Pomerode. Imediatamente inquirimos o local e percebemos termos fotografado a casa, como segue na sequência. Escrevemos a história do G.F. Alpino Germânico, antes de completar 50 anos de fundação em 2018, quando aconteceu uma grande festa com a reunião de muitos grupos folclóricos de muitas regiões. Registramos para a História.
 |
| Folcloristas atuais e ex-folcloristas do G.F Alpino Germânico, comemorando 50 anos de fundação do grupo em 29 de novembro de 2018. Este ano em novembro devem ter comemorado 57 anos. |
 |
| Local da casa do fundador do Alpino Germânico, em Pomerode, em 2025. |
 |
| Residência de Franz e Linda Zmazek em 2025 e 1973, com uma antiga formação do G.F. Alpino Germânico. |
A primeira apresentação oficial do G.F. Alpino Germânico aconteceu em 5 de maio de 1969, durante o 15º aniversário do C.C. 25 de Julho de Blumenau, que em 2024 comemorou seu 70º aniversário. Ainda em 1969, o G. F. Alpino Germânico se apresentou na 2ª Festa da Cerveja de Blumenau e, após, passou a ser uma das atrações do Restaurante Frohsinn, no qual se apresentou entre os anos de 1969 e 1976. Nesta época, faziam duas apresentações semanais para os visitantes. Em 1970, surgiu o primeiro trabalho gravado, em que Franz Zmazek e Roland Findeiss registraram um disco com canções da região dos Alpes.
Na noite do 50º aniversário, os folcloristas cantaram uma das canções deste trabalho, inspirados no material que publicamos em nosso canal do You Tube. Vale a pena relembrar, link's abaixo.
A história do G.F. Alpino Germânico já foi amplamente publicada neste espaço e em dois de nossos livros.
O que desejamos contar nesta publicação é o encontro ocasional com Vilmar Weber, ex-folclorista deste tradicional grupo folclórico de danças alemãs. Weber, que fez parte da história do grupo, atualmente contribui muito para manter viva a memória daqueles que participaram e não dançam mais.
 |
| Um dos ranchos da propriedade de Vilmar Weber. |
Weber, além das práticas culturais, mantém a propriedade que foi de seus antepassados. Nela, há a sede — uma casa construída no início do século XX — e todo o apoio no complexo rural que já comentamos, composto por ranchos, pastagens, horta, roça, galinheiros, etc. Essa propriedade rural é fundamental para explicar os primeiros anos de história na região, que alimentaram as primeiras indústrias alimentícias com o excedente da produção familiar, possibilitando a industrialização do estado de Santa Catarina.
Vilmar mantém a propriedade com a mesma espacialização de quando seu Opa residia no local.
 |
| Opa e a Oma Weber foto de foto fixada na parede. |
 |
| Como na propriedade dos Weber, os lotes do primeiro traçado colonial tinham a forma retangular, com a testada estreita e grande profundidade, em função da importância da acessibilidade ao curso d’água. As edificações permanentes eram locadas, nesse primeiro momento, com um determinado afastamento da rua para a realização de um pequeno jardim de flores, dividido em duas partes por meio de um caminho que levava ao portão, o qual dava acesso à rua. Este caminho era adornado com flores silvestres e roseiras, cujas mudas vinham da Europa. Na parte dos fundos da propriedade, em áreas planas, eram edificados os ranchos, estrebarias, depósitos e oficinas. Neste local, os animais dormiam e eram alimentados, ordenhavam-se as vacas e faziam-se os produtos do leite, como queijo, queijinho e nata. Nestas edificações, era também onde os residentes cozinhavam os musses (doce de frutas), faziam as linguiças e derivados em geral da carne de porco e gado, e também armazenavam as produções agrícolas, como grãos (trigo, feijão, arroz), inhame, cará, batatinha, e equipamentos diversos, desde arreios, ferramentas da lida na lavoura, carros de boi, carros de mola, entre outros. Geralmente, a área de plantio de maior porte ficava mais afastada da casa. Próximo à residência, ficava uma horta, com ervas e verduras, e o local onde ficavam as galinhas, para a produção de ovos. Entre a lavoura, a horta e o galinheiro, havia o pomar, fonte de frutas para alimento e a elaboração de doces, tortas e sobremesas. Essa culinária familiar, em que as receitas eram oriundas da Alemanha, era repassada de mãe para filha. Essas benfeitorias eram feitas ao longo do tempo, à medida que as pessoas se instalavam na propriedade. |
 |
| Vilmar Weber guardião da propriedade ancestral - Pomerode SC. |
Em 25 de novembro de 2025, paramos no portão da propriedade de Vilmar Weber ao perceber a semelhança arquitetônica de sua casa com outra que estávamos pesquisando, localizada na Rua Hermann Weege, construída em 1914, em Pomerode. Queríamos comparar elementos arquitetônicos das duas casas históricas da cidade do Testo quando conhecemos uma nova e interessante história que tinha relação com o G.F. Alpino Germânico.A propriedade histórica dos Webers recebeu uma contribuição de Vilmar Weber: a construção de um novo local de encontro. Esse espaço foi duplamente nomeado: o nome "Os Imortais" está sobre a porta de um lado da edificação, e o nome "Klópkóila" está sobre o outro lado.
O que viria a ser este local?
Nada mais, nada menos que o espaço da memória do G.F. Alpino Germânico – o local onde os antigos integrantes se encontram para conversar, comer, beber e manter a amizade que nasceu através da dança folclórica. É um tipo de Stammtisch.
M a r a v i l h o s o!
 |
| Denominação ao local dos ex integrantes do G.F Alpino Germânico - um dos lados da edificação. |
 |
| Outro lado da edificação com o nome "Klópkóila", local onde ocorre o encontro dos "Imortais", ex-integrantes do G.F. Alpino Germânico, de Pomerode. |
 |
| Ambiente interno do Stammtisch dos ex-integrantes do grupo folclórico mais antigo de Santa Catarina, fundado por Vilmar Weber em sua propriedade. |
 |
| No local, Vilmar Weber expõe presentes recebidos de amigos do grupo. |
 |
| Roberto Wittmann e Vilmar Weber. |
A Propriedade Histórica Original
No local ainda há criação de aves e gado, com produção de leite e ovos. Essa informação não ficou mais completa em nossa pesquisa, pois não nos aprofundamos o suficiente. Dessa forma, esta poderá ser complementada futuramente.
Um registro para a História.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (X)
Angewitt (You Tube)
AngelinaWittmann (Facebook)
