Nossa Senhora do Desterro foi o nome dado à primeira povoação fundada na Ilha de Santa Catarina - capital da Província de Santa Catarina.
Historicamente esse nome deveria ser resgatado em memória de todos aqueles que foram assassinados pós golpe de estado conhecido por Proclamação da República do Brasil. O segundo e atual nome da povoação é uma homangem ao algoz desses inúmeros membros de famílias de ilhéus residentes em N.S. do Desterro que foram assassinados na ilha Anhatomirim, sob suas ordens. O nome do mandatário - Floriano Peixoto, recebeu essa homenagem por seus feitos e o novo nome da povoação ficou sendo Florianópolis.
Marechal Floriano Vieira Peixoto - 1881
Com a proclamação da República, ocupou o Ministério da Guerra, em 1890, e foi eleito vice-presidente do conterrâneo Marechal Deodoro da Fonseca no ano seguinte. Com a renúncia do Marechal Deodoro assumiu a presidência e governou no regime que ficou conhecido como "mão de ferro" até o final do mandato, em 1894. Venceu um período conturbado por movimentos Monarquista - Em Florianópolis - Capital do Estado de Santa Catarina - foi o responsável por assassinatos de muitos líderes locais monarquistas (Ilha de Anhatomirim). Florianópolis - estranhamente - foi rebatizada com o nome em sua homenagem - nome do algoz de seu povo - Iniciativa do republicano Hercílio Luz - que aconteceu no dia 10 de outubro de 1894 - Nossa Senhora do Desterro passou a se chamar Florianópolis (momento de desmanchar este mal entendido).
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Para ler sobre a Proclamação da Republica - Clique sobre: Proclamação da República do Brasil - Golpe Militar no Governo Imperial brasileiro
Residimos em Florianópolis em dois períodos que somam 12 anos de tempo, o suficiente para conhecê-la antes de concretizar seu processo de descaracterização cultural, que solidificou-se nos últimos 15 anos.
Onde está o verdadeiro "manézinho"? Aquele, daquela época, que ainda não era grife. O mesmo que dividia com nossa família, o seu pescado do dia, na praia do Abraão, a mesma, da moradia da família Cascaes - cujo filho - Franklin Cascaes - muito escreveu sobre essa história, seus hábitos e costumes.
Onde está o verdadeiro "manézinho"? Aquele, daquela época, que ainda não era grife. O mesmo que dividia com nossa família, o seu pescado do dia, na praia do Abraão, a mesma, da moradia da família Cascaes - cujo filho - Franklin Cascaes - muito escreveu sobre essa história, seus hábitos e costumes.
Franklin Cascaes |
Primitivamente a região de Nossa Senhora do Desterro era habitada pelos nativos da tribo guarani. Quando o Brasil foi "descoberto", a ilha de Jurerê-Mirim, depois dos Patos, mais
tarde, Santa Catarina – denominação dada por Sebastião Caboto, em 1526 – estava
povoada pelos tupis-guaranis. Nessa época já havia sido efetuado a grande
migração tupi pela zona litorânea.
O cruzamento do tupi-guarani com o português (branco)que chegou (e não era brasileiro - imigrante como tantos outras imigrações feitas posteriormente e as quais sofreram descriminação pelos descendentes desses) gerou o índio
carijó, cujo significado é “o que vem do branco”. Daí serem os índios catarinenses
denominados, geralmente, por carijós.
Índios Carijó. Gravura de Ulrich Schmidl - 1559 |
Foi considerável o número de navegadores de varias
nacionalidades que desde o início do século XVII visitaram a ilha de Santa Catarina. O
bandeirante paulista Francisco Dias Velho, em 1673, enviou à ilha seu irmão José
Dias Velho, na companhia de mais de cem índios. Uma das primeiras ações de José Dias Velho, foi o de construir, no local da atual Catedral Metropolitana, uma
capela - Capela de Nossa Senhora do Desterro.
Naquela época era sabido dos visionários, que ao construir uma capela, surgia uma povoação em torno dessa. Esse não foi o único exemplo desse tipo de início de cidades em Santa Catarina . Um exemplo semelhante, foi o surgimento da cidade de Itajaí, na foz do Rio Itajaí Açu. Prosseguindo...Três anos mais tarde, Dias
Velho obtinha a doação das terras de cultura na ilha.
Em 1687, Dias Velho prendeu a tripulação de um barco que
conduzia prata, confiscando para a Fazenda Real os bens do mesmo. Um ano mais
tarde, voltaram os piratas que haviam escapado e, tomando de surpresa a
povoação, destruíram as benfeitorias do fundador, que foi assassinado.
E assim terminou tragicamente, em 1689, a povoação de
Francisco Dias Velho. Houve uma debandada geral da povoação, nesta época.
No dia 23 de setembro de 2016, estivemos "olhando" Florianópolis - ex povoação de Francisco Dias Velho, através de nossa máquina fotográfica.
As imagens comunicam...
Ex palácio do Governo Cruz e Souza - Atual Museu |
Vista da praça da Catedral Metropolitana - Praça XV de Novembro (Data da Proclamação??) |
Renda de bilro |
Vídeo
Carijós ou Guaranis - qual seu espaço? |
Cidades do Brasil...
Qual é vosso futuro?
Angelina, parabéns por não esquecer dos guaranis....
ResponderExcluiramei teu blog!
gratidão!
As cidades devem ter o espaço para todos - e essa etnia já vivia no local antes das demais etnias chegarem. Aos olhos da urbanista que sou, a cena chamou-me atenção e fez-me refletir...Quase falando em Voz alta, através dos dedos no teclado.
ExcluirAbraços e grata pelo retorno. Bem feliz que apreciou o espaço - é nosso espaço.