Em 5 de abril de 2017 encontramos parte da história da região a partir da comemoração do 75° aniversário de um dos bisnetos da personalidade histórica - Emil Odebrecht. O 75° aniversário de Eido Odebrecht, cujo jantar foi elaborado por seu filho - o Cheff Stefan Odebrecht e sua nora Andreia Odebrecht.
Antes de apresentar um pouco dos momentos, a partir de imagens, vamos relembrar, de maneira resumida, um pouco dessa parte da história, onde uma de suas principais personalidades foi o bisavô do aniversariante - integrante do grupo de dança Sênior 25 de Julho, onde seus demais membros - amigos do aniversariante, estiveram presentes.
Eido Odebrecht foi um dos membros fundadores do Grupo Dança Sênior 25 de Julho.
Eido Odebrecht foi um dos membros fundadores do Grupo Dança Sênior 25 de Julho.
Emil Odebrecht - um pouco de sua história
Quem foi Emil Odebrecht?
Carl Wilhelm Emil Odebrecht, seu nome completo, foi uma das
principais personalidades da História do Vale do Itajaí - Santa Catarina. Quando
chegou à Colônia Blumenau, em 1856, era denominado prussiano, pois ainda não
existia a nação alemã 0 a Alemanha e nem a Polônia, na configuração atual. A Alemanha, como
estado, surgiu em 1871 através de iniciativas militares e políticas do reino da
Prússia e após as duas grandes guerras, a Polônia foi recriada.
Stadtplatz Colônia Blumenau - 1864 Oito anos após a chegado de Emil Odebrecht ao Vale. |
Revista Blumenau em Cadernos - Tomo I Abril de 1958
Emil Odebrecht nasceu no seio de uma grande família e também construiu uma grande família no Brasil (15 filhos) e entre seus descendentes diretos, ainda encontramos netos e bisnetos.
Texto de Rolf e Renate Odebrecht em uma de suas publicações
"Cartas de Família"
"Emil Odebrecht nasceu a 29 de março de 1835 em Jacobshagen, Pomerânia, Reino da Prússia (a partir de 1945 a cidade faz parte da Polônia com o nome de Dobrzany, onde seu pai exercia as funções de juiz de direito. Foi o Primogênito de August Odebrecht e Louse Juliane Albertha (sempre assinava e era chamada de Bertha, nata L´Oeillot de MarsNa pia batismal da Igreja de Himmelsburg (trad: Fortaleza celeste) recebeu o nome de Carl Wilhelm Emil. Na frente da igreja existiam 12 tílias (Lindenbäume) e dois pinheiros (Edeltannen) e nos fundos o grande jardim que se estendia até o Ribeirão Ihna, com enormes nogueiras (Wallnussbäume) e ameixeiras, e a residência para o superintendente e dirigente do Sínodo Evangélico de Jacobshagen.Enquanto a família lá residia, nasceram também suas quatro irmãs: Clara ou Anna Dorothea (1837-1852), Marie Louse (1840-1888, Hedwig (1842-1882) e Anna Dorothea (1846-1939).Tudo faz crer que o saudável garoto teve uma infância e pré adolescência feliz na casa dos pais, juntamente com os quatro irmãs menores e as crianças da vizinhança, correndo e brincando pelos jardins, pomares e campos de Jacobshagen. Perto de casa havia o Ribeirão Ihna, duas lagoas de bom tamanho, onde no verão dava para tomar banho e percar de caniço. Havia também uma zona pantanosa com sapos, muitos insetos e outros bichos mais. Catava-se cogumelos nos matos e cavalgava-se pelos arredores. No inverno havia muito que brincar na neve. Com certeza as crianças brincavam e brigavam, faziam tudo a que tinham direito, naquele tempo em que ainda não havia nem lamparina de querosene, quanto mais luz elétrica, telefone, automóveis, rádio, cinema, para não falar em televisão, internet e jogos eletrônicos...Por volta de 1845/46 seu pai foi transferido para Anklam, Pomerânia Ocidental (Vorpommern) onde Emil cursou o ginásio, teve oportunidade de fazer novas amizades e ainda lhe nasceu o irmãozinho Rudolph (1847-1921).No Rio Perene, que banha a cidade, havia grande movimentação fluvial de mercadorias, com pequenos e grandes barcos a vela, bateras, batelões, chatas, barcos pesqueiros e mercado de peixes, Anklam, sua segunda Heimat (cidade pátria), era muito mais cidade que Jacobshagen."
ODREBRECHT, Rolf . Cartas de Família: ensaio biográfico de Emil Odebrecht e ensaio biográfico de seu filho Oswaldo Odebrecht Sênior/ Rolf Odebrecht, Renate Sybille Odebrecht. – Blumenau: Edição do autor, 2006. 576 p. : il. ; 28x31cm.
Jacobshagen - Dobrzany. |
A sua história tem início na Idade da Pedra. Escavações revelaram utensílios de trabalho com data de 10 a 7 anos AC. Até 1945, foi chamada de Jacobshagen e se desenvolveu em torno de um castelo do século XII.
No ano de 1336, a cidade de Jacobshagen foi dada de presente aos suseranos germânicos como troca das ações das Cruzadas. Passou para o comando da família pomerana Steglitz, vassalos dos duques de Stettin.
Palácio dos Saatzig |
A partir de 1353, os Saatzig governaram Jacobshagen. A economia era baseada na agricultura. Para o beneficiamento para produção e consumo da cidade, Jacobshagen tinham um moinho e uma fábrica de cerveja.
Em 1567, o duque da Pomerânia - Barnim I autorizou a cidade a promover duas feiras anuais.
A igreja foi construída no ano de 1598.
Igreja - 1897. |
A grande parte da cidade foi destruído por um grande incêndio no dia 17 de junho de 1781. O rei Prussiano Frederico II deu apoio a sua reconstrução que foi coordenada pelo arquiteto pomerano David Gilly. O castelo Saatzig foi demolido e suas pedras foram utilizadas na reconstrução de algumas partes e edifícios.
Igreja - À direita. |
Na virada do século XIX para o século XX, a cidade de Jacobshagen possuía uma igreja protestante, uma sinagoga, um tribunal distrital e um escritório de silvicultura. No dia 20 de agosto de 1896, foi inaugurada a estação ferroviária de Jacobshagen, fazendo a ligação com a cidade vizinha Kashagen. Mais tarde foram fundados uma serraria, uma olaria, fábrica de laticínios e de tecidos. Nesta época a cidade possuía uma população de 1900 habitantes. Lembramos que neste período, Emil Odebrecht, já tinha emigrado para a Colônia Blumenau há mais de 40 anos e sua família, neste momento, residia na cidade de Anklam.
Aklam.
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Durante a 2° Guerra Mundial, a cidade tornou-se um campo de batalha e quase foi totalmente destruída. Teve seu território ocupado pelo exército soviético no dia 2 de março de 1945. Como grande parte do território da Pomerânia, foi anexada ao território polonês e recebeu, então outro nome - Dobrzany. A população alemã nativa foi expulsa e foi substituída pelos poloneses do Leste. Emil Odebrecht faleceu em 1912 e não conheceu estes fatos históricos de sua cidade natal.
Até a chegada da imigração alemã no estado catarinense, esse era desprovido de estradas e caminhos. As cidades, como acontecia em todo o país, estavam localizadas na costa. Existiam, no máximo algumas picadas de penetração que eram as primeiras ligações entre regiões. Mais tarde, com ferramentas rudimentares, os próprios colonos transformaram inúmeras dessas picadas em estradas carroçáveis. Acessibilidade para o interior do estado acontecia através de embarcações fluviais em rios navegáveis. Emil Odebrecht fez um mapa do grande Colônia Blumenau demarcando os principais leitos fluviais, com um riqueza de detalhes.
Com isso, podemos afirmar que as nucleações do Vale do Itajaí aconteceram após a demarcação dos lotes coloniais traçados por agrimensores alemães. O principal nome, além de José Deeke e August Wunderwald, é também o de Emil Odebrecht.
No Vale do Itajaí, as colônias de imigrantes alemães eram quase sempre localizadas ao longo dos rios e ribeirões, onde eram abertos caminhos a facão, no mato, para o interior do vale. Estas primeiras picadas e caminhos influenciavam nos traçados de novos lotes coloniais, estreitas e compridas, paralelas entre si e perpendiculares às picadas abertas nos fundos do e maneira a que pudessem ter acessibilidade à água. Os lotes coloniais eram faixas de terra ao longo de um vale, como visto no mapa anterior.
Em 1863, o engenheiro Emil Odebrecht, juntamente com mais oito homens, fez sua primeira expedição com o objetivo de estudar a bacia do Itajaí-Açu e encontrar melhor traçado para construir uma estrada que ligasse a Colônia Blumenau ao Oeste de Santa Catarina e ao Planalto Serrano.
Acampamento de Emil Odebrecht e sua equipe em uma das expedições |
A busca da
Estrada no Alto Vale do Itajaí. |
Em 1867, após voltar da Guerra do Paraguai (Também foi um dos líderes regionais na Guerra - mais adiante), Emil Odebrecht iniciou a abertura da picada de ligação da Colônia Blumenau ao Planalto Serrano. A ocupação da colônia aumentava com a vinda sucessiva de levas de imigrantes e o aumento de produtos disponíveis para comercialização com os tropeiros do trajeto Curitibanos-Blumenau.
A picada aberta foi usada para a passagem de tropas e concluída no ano de 1878. Por mais de 50 anos trilharam neste caminho, animais cargueiros e tropas de gado.
Pousada de tropas, no caminho a Lages. Fonte: Phil Wattstein.
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Em abril de 1867, Emil Odebrecht foi até a capital da Província e de lá seguiu para Lages. Durante três meses, ele e sua equipe desceram em direção a Blumenau, demarcando terras e abrindo uma picada que mais tarde seria transformada em caminho de carroças e tropas. Estava iniciada a tão acalentada ligação com o Planalto.
Mapa das estradas de cargueiros e gado, década de 1870 feito por Emil Odebrecht
Fonte: ODEBRECHT, 2006.
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Travessia do rio Itajaí do Sul, em Rio do Sul, atual local da Ponte Curt Hering. |
O caminho para o Planalto Serrano traçado por Emil Odebrecht se estendia até Trombudo Central e Taió, atravessando o ponto de pouso Südarm (Rio do Sul atual), onde Hermann Blumenau estabeleceu uma povoação que mais tarde ficou conhecida como Humaitá. Nessa localidade, grande obstáculo natural para os passantes era a travessia do rio Itajaí do Sul. Os viajantes (1878 e 1892) utilizavam o raso de Rio do Sul, 8 quilômetros acima da confluência, para que os cargueiros e viajantes pudessem atravessar o rio quando as águas estavam baixas. Os rios, tornavam-se em alguns trechos, grandes obstáculos para o comércio regular entre o Planalto Serrano e o Vale do Itajaí.
Também foi um oficial do exército brasileiro na Guerra do Paraguai.
Encontramos um documento no Setor de Documentos Raros da Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina - correspondência entre a Presidência da Colônia Blumenau e a Presidência da Província que lista o nome, idade e profissão dos alemães ou filho de alemães que residiam na Colônia Blumenau e se apresentaram de maneira voluntária para defender o Brasil no conflito entre o país e o Paraguai.
Este documento em especial é uma lista oficial dos Voluntários da Pátria que lutaram no Paraguai, parte do exército brasileiro. O oficial deste regimento, foi o Emil Odebrecht.
" O fato marcante da vida da Colônia foi a organização, com colonos blumenauenses, de um batalhão de Voluntários da Pátria que, em outubro daquele ano, seguiu para Desterro, de onde rumou para os campos da luta contra o Paraguai.........Havia, entre os imigrantes blumenauenses, alguns homens que, na Alemanha, havim servido ao exército como oficiais......
...Grande parte destes voluntários pertencia aos quadros da Sociedade de Atiradores de Blumenau que fora fundada alguns anos antes. isso influiu para que, o uniforme dos Voluntários da Pátria, constassem características dos tiradores, como seja o chapéu de aba quebrada para cima ao lado direito, onde, em vez de distintivo social, foi pregado a dos Voluntários da Pátria, distintivo que constava a coroa imperial encimado um laço como os dizeres "Voluntários da Pátria". Página 88 - Livro História de Blumenau - José Ferreira da Silva.
O mais velho da lista dos Voluntários da Pátria e Blumenau inscrito tinha 47 anos e o mais novo - 18 anos.
1. Emílio Odebrecht (Emil) - 28 anos – Militar Oficial;
2. Francisco Ewald – 20 anos;
3. Luiz Hoffmann – 28 anos - Militar;
4. Günther Tranche – 30 anos;
5. Eugen Kurz – 38 anos;
6. Guilherme Mohr – 21 anos;
7. Hermann Echelberg - 20 anos;
8. Henrique Kriegel – 19 anos;
9. Conrad Kriegel – 18 anos;
10. Fernando Schuhmacher – 28 anos - Militar;
11. Elias Müller – 29 anos;
12. Christiano Müller – 25 anos;
13. Henrique Lucas - 23anos;
14. Miguel Kiegel – 32 anos;
15. Wendelin Kraemer – 45 anos - Militar;
16. Ernesto Richter – 18 anos;
17. Carlos Siebert - 18 anos;
18. Otto Lobedan – 40 anos - Militar;
19. Rodolf Wagner – 27 anos;
20. Jacob Jasper – 26 anos;
21. Carlos Baucke – 22 anos;
22. Chistiano Lucas – 25 anos;
23. Oscar Kluger – 33 anos;
24. Christ Frederico Krüger – 40 anos;
25. Augusto Persch – 27 anos;
26. Guilherme Hafenstein – 20 anos;
27. Fred. Guilherme Grofs – 34 anos - militar;
28. Julio Hartmann – 21 anos;
29. João Fred Hafenstein – 47 anos;
30. Gottlieb Gnewuch – 27 anos;
31. Fred Guilherme Krieger - 24 anos;
Sugerimos a leitura do texto sobre a República - onde é destacado o feito do Oficial Emil Odebrecht, que como "herói de guerra" - como se autodenominavam os oficiais da capital do Brasil - Rio de Janeiro - que em nome disso - participaram e comandaram um Golpe de Estado em cima do Imperador do Brasil - Pedro II, que ficou conhecido como Proclamação da República - o oficial Emil Odebrecht, ao contrário disso, foi abrir caminhos no interior de Santa Catarina.
Carl Wilhelm Emil Odebrecht - Emil Odebrecht - Engenheiro formado pela Universidade de Geifswald - Prússia. Imigrou para o Vale do Itajaí em 1856, com 21 anos de idade. Participou e coordenou expedições de demarcação de terras, de levantamentos topográficos e da construção de estradas na região do Vale do Itajaí e desta ligando a outras regiões. Herr Odebrecht, era nativo de uma das cidades estados prussianas, que foram dominadas, culturalmente, pelos germânicos, que foram dominados pelos romanos. Vinte e cinco anos após a vinda de Herr Odebrecht para o Vale do Itajaí é que, de fato, aconteceria a unificação da Alemanha. Então, Emil Odebrecht e seus compatriotas se diziam nativos prussianos.
Dança Sênior - Grupo de Dança Sênior 25 de Julho
A Dança Sênior é uma atividade "multidisciplinar" que pode ser praticada por pessoas de todas as idades. Na idade de 50 anos ou mais, além de todas as qualidades e adjetivos que se pode listar, mediante sua atividade e prática, também é conclusivo de que se trata de uma atividade sociabilizante que permite a interação entre as pessoas com um grupo maior, através da dança e da música.
Já foi comprovado, através de pesquisas, que o exercício da dança desenvolve a autoestima, a qual com o passar dos anos de vivência, pode diminuir.
A história deste grupo teve início quando, em 1994, Herta Haas participou de curso livre de Dirigentes de Dança Sênior, reconhecido pela Secretaria de Educação e Desportos do Estado de Santa Catarina. Em 1996, Herta Helfrieda Haas foi convidada para coordenar o grupo de Dança Sênior 25 de Julho.
A primeira reunião do grupo aconteceu com a presença de 8 integrantes, destes, 2 ainda estão na formação atual.
A Dança Sênior surgiu 10 anos antes desta data, na Alemanha. Foi uma iniciativa de Ilse Tutt, em 1974. É uma dança baseada em músicas folclóricas de diversos países, dançada em círculo. Tem grande diversidade em movimentos, podendo ser lenta ou rápida, sentada ou em pé.
Chegou ao Brasil através da iniciativa de Chistel Weber, em 1978. A Dança Sênior foi realmente promovida no Brasil, a partir de 1982, no ancionato Bethesda, em Piraberaba – SC, por Regina Krauser, sendo esta a primeira Presidente da Associação que foi fundada em 18 de novembro de 1993, também na Instituição Bethesda.
Dança Sênior 25 de Julho - 30 anos em 2024.
Momentos do 75° Aniversário E i d o O d e b r e c h t - 2017
Momentos da comemoração, com o Grupo de Dança Sênior 25 de Julho, do 75° aniversário de Eido Odebrecht - um dos bisnetos de Emil Odebrecht - Blumenau SC.As imagens Comunicam...
Fotos feitas com celular - pelo valor do registro.
Zum Geburstag!
Um pouco de História dos Homens...
Que construíram a História de Blumenau e da região.
Um registro para a História.
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.Contatos:@angewittmann (Instagram)@AngelWittmann (Twitter)
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