quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

São João do Oeste SC - Igreja Matriz São João Berchmans

Igreja Matriz São João Berchmans - São João do Oeste - fundada por imigrantes alemães.
A primeira vez que estivemos com representantes da cidade do extremo oeste catarinense - São João do Oeste, foi no ano de 2014 - no  XII CAAL - Encontro das Comunidade de Língua Alemã da América Latina que acontecia na cidade de Nova Petrópolis RS, quando estes pleiteavam receber o encontro do ano seguinte na  sua cidade, e neste momento, compreendemos porque. Neste evento, recebemos folder's e informações sobre São João do Oeste. 
No mês de setembro de 2018, quando estivemos na cidade de Itapiranga, conversando sobre a Técnica  Construtiva Enxaimel no evento Gepe Patrimônio e Planejamento Urbano - UCEFF Itapiranga, também, conhecemos a cidade de São João do Oeste e lembramos de sua proximidade e preocupação com a língua dos antepassados - a língua alemã e também, de seu desejo, no XII CAAL - Nova Petrópolis, o qual não foi atendido, tendo sido este, organizado na cidade de Joinville. 

São João do Oeste


São João do Oeste está localizado no extremo oeste do estado de Santa Catarina. Pertence, ao que era a microrregião de São Miguel do Oeste. Uma vez que esta expressão territorial do IBGE, não existe mais. A sua localização dista 727 km da capital do estado - Florianópolis e possui uma área territorial de 163.304 km².
Além do seu "Stadtplatz", centralidade urbana, possui as seguintes comunidades: Ervalzinho, Beato Roque, Vale Pio, Palmeiras, Cristo Rei, Medianeira, Alto Macuco, Macuco, Itacururu, Fortaleza e Jaboticaba.







Localização dentro do estado de Santa Catarina
São João do Oeste se emancipou de Itapiranga - antiga Colônia de Porto Novo - no dia 12 de dezembro de 1991, sob a lei estadual N° 8475 e foi instalado no dia 1° de janeiro de 1993.
Portanto, sua história pretérita à 1991, é a mesma de Itapiranga, da qual fez parte até a data de emancipação,  já mencionada. Observar os mapas abaixo, os quais ilustram a colônia alemã de Porto Novo (Atual Itapiranga) e a localização do município de São João do Oeste, no tempo atual e de Itapiranga.

Relembrando a história pioneira na região...

história da região é muito recente, como apontamos quando escrevemos sobre a cidade de Itapiranga, antiga colônia privada fundada por família alemãs católica - Porto Novo na década de 20 do século XX, de onde foram desmembrados muitos municípios, entre eles, São João do Oeste.

Para ler sobre Itapiranga - Clicar sobre: Porto Novo - Itapiranga - Sua História

Relembramos que, o embrião da cidade de Porto Novo (Itapiranga), cujo território abrangia toda a região, foi planejado em Novo Hamburgo, por uma sociedade católica de Porto Alegre, e se tratava de uma colônia alemã privada, como está neste antigo mapa de núcleos de colonizações alemãs no interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul - de 1933.
O território de São João do Oeste está inserido no grande território de Porto Novo.
Como já mencionamos, na postagem que relata a história de Itapiranga, a comissão não encontrou uma área suficientemente adequada para assentar a nova colônia católica alemã no estado do Rio Grande do Sul. Seguiram adiante, em direção a Santa Catarina,  e quando atravessaram o Rio Uruguai - divisa entre os dois estados, assentaram a mesma no estado de Santa Catarina entre os Rios Macuco Peperi-Guaçu, às margens do grande rio. Os acertos foram realizados com a Colonizadora Chapecó-Peperi Ltda.
No interior do interior, como aconteceram em outras regiões do estado de Santa Catarina - como no Vale do Itajaí, no Século anterior (XIX), a acessibilidade era feita quase totalmente pelos rios e ribeirões - inexistiam caminhos por terra. O grupo de católicos alemães, liderados pelo Padre Max von Lassberg, desceram o Rio da Várzea em embarcações rústicas e, em seguida, navegaram pelo Rio Uruguai, percorrendo uma distância de aproximadamente 150 km, até chegarem no local, no dia 10 de abril de 1926 - sábado, onde iniciaram o embrião da colônia de Porto Novo (mais tarde, denominada Itapiranga). 
No domingo, dia 11 de abril de 1926, como aconteceu no descobrimento do Brasil, também foi celebrada a primeira missa. No local desta primeira missa rezada pelo Padre Max von Lassberg, foi levantado um monumento, no qual estão gravados os nomes dos pioneiros:

  1. Carlos B. Winter;
  2. Leopoldo Werle;
  3. Pedro Tenrolier;
  4. Nicolau Knob; 
  5. Pedro Agnes Filho;
  6. Oscar Angst;
  7. Bruno Nitsche;
  8. João Sausen;
  9. Vendelino Seivzmann;
  10. Carlos Kliemann Filho;
  11. Jacob Becker;
  12. José Kinkler;
  13. Franz Junges;
  14. Manoel Klauck;
  15. Nicolau Both Filho;
  16. João Krein;
  17. Mathias Sausen;
  18. Franz Heck;
  19. Gustavo Stangler;
  20. José A. Franzen (Família de nosso anfitrião na cidade de Itapiranga);
  21. Pedro R. Franzen;
  22. Carlos F. Angst;
  23. Felipe Scherf;
  24. Frederico A. Knamp;
  25. João Tencatem;
  26. Antônio F. Kieling;
  27. João C. Genewai;
  28. Mathias Agnes;
  29. Otto Zimmer. 
Destacamos novamente, que houve o registro somente dos nomes dos homens e não há  o registro do nome das mulheres - resquício do intercambio cultural destas pessoas com as culturas espanhola, italiana e portuguesa. Os povos oriundos das tribos germânicas - o germano -  ficou conhecido  nos acampamentos dos romanos - durante o auge do Império Romano - e seu perfil foi descrito em registro feito no livro de Tácito - Germania, contando como os homens das tribos Germânicas dividiam e compartilhavam tudo, até mesmo, a montaria, com suas companheiras- fato não muito compreendido pelos romanos. Característica, talvez perdida, entre estes pioneiros de Itapiranga. No Vale do Itajaí, todos os nomes dos pioneiros foram registrados -mulheres, homens e crianças - de várias maneiras e formas. como é percebido na arquitetura local, também na cultura, receberam contribuições em suas práticas sociais e técnicas construtivas. A antropologia explica estes fatos a partir dos intercâmbios entre diferentes culturas.

Para ler o livro de tácito - Clicar sobre Livro Germânia - Tácito

Cruzadas Teutônicas junto ao Báltico.
Também lembramos que os imigrantes  católicos alemães, geralmente são originários do sul e sudeste da Alemanha - região cuja cultura e práticas são diferentes  do perfil da maioria dos imigrantes alemães que povoaram o Vale do Itajaí, com predominância luterana e oriundos do norte da Alemanha - região convertida ao cristianismo à força através das Cruzadas e mais tarde, seria de grande importância para consolidar a Reforma de Martinho Lutero. Observamos na região de Itapiranga, que a grande maioria dos residentes são de famílias que falam o dialeto Hunsrückisch, acusando sua origem da região  do Hunsrück, do sudoeste da Alemanha. Percebemos também resquícios na Arquitetura ainda presente na paisagem - com características do sul do estado da Baviera e algumas, com características do Tirol. Percebemos estes traços em uma edificação na paisagem atual de São João do Oeste, com elementos característicos levemente distorcidos, mas característicos do sul da Alemanha, mesmo que, construídas em madeira.
Resquícios oriundos dessa imigração, presentes na arquitetura que, em décadas passadas, tinha dificuldade ao acesso a materiais para construir suas edificações em alvenaria - como o faziam na Europa. Em contrapartida, tinha grande facilidade e acesso à madeira - com custo acessível - extrativismo (aconteceu em todo o estado catarinense). O material - a madeira - não impediam que suas edificações adotassem as características das casas de suas cidades de origem, como detalhes, arranjos, adornos, proporções, volumes, espacialização das construções. Neste exemplo, características das edificações alpinas, como os destalhes nos grandes beirais do telhado em duas águas, com considerável inclinação e com o aproveitamento do sótão.





Chamamos atenção para a semelhança entre as duas construções - esta e a da fotografia anterior presente na cidade de São João do Oeste, sendo que esta apresenta as aberturas mais elaboradas e a varanda ocupando toda a parte frontal. No mais podemos observar a edificação construída em madeira com características da casa construída no sul da Alemanha, com o aproveitamento do sótão que possui uma sacada, planta retangular, telhado  com duas águas, com grande inclinação. 
Esta edificação pertenceu a sócio da Volksverein - a mesma sociedade que fundou a Kolonie Porto Novo e foi construída na Colônia Coronel Selbach - Passo Fundo - estado do Rio Grande do Sul. O nome do proprietário era Nikolau Lenhardt. A família se encontrava em situação aparentemente boa - pois fotografara também o automóvel, bem que poucos tinham condições de adquirir.

A nucleação urbana fundada pela sociedade católica Volksverein gaúcha na margem catarinense do Rio Uruguai foi chamada de Porto Novo até a visita do governador de Santa Catarina Adolfo Konder ao local, no ano de 1929, quando este resolveu trocar o nome, o qual as pessoas - os primeiros pioneiros escolheram, pelo nome - de língua tupi-guarani -Itapiranga, que significa  "Pedra Vermelha", relacionado ao predominante solo basáltico da região. 

Visita de Adolfo Konder em Porto Novo.

Como aconteceu com outras colônias alemãs no sul do Brasil, também no interior da Colônia Porto Novo surgiram novas nucleações urbanas, geralmente com acessibilidade feitas pelos rios e ribeirões. Entre estas novas nucleações de Porto Novo surgiu em 1932, a nucleação que atualmente é a sede do município de São João do Oeste. Historicamente, o momento é marcado pela realização de uma primeira missa oficiada pelo Padre Theodor (Teodoro) Treis. 
Por conta da acessibilidade feitas pelos rios e ribeirões e também abastecimento de água para as propriedades, as primeiras povoações surgiam junto aos rios e ribeirões, como Macuco, Fortaleza, Jaboticaba e Ervalzinho.  As famílias pioneiras chegavam em tempos distintos a partir da aquisição de glebas de terra através das Companhias Colonizadoras. O Stadtplatz foi definido a partir da doação de uma colônia de terra doada pela Companhia Colonizadora. Com a chegada paulatina das primeiras famílias, a infra estrutura primária, como picadas, igreja e escola foram construídas na forma de mutirão. Estas famílias  seguiam as diretrizes do Volksverein e eram todas famílias alemãs católicas - como regia a fundação e os estatutos da sociedade.
Fotografia do Professor e pesquisador da região - Douglas Orestes Franzen. Nominata dos primeiros pioneiros - sem o nome das mulheres e crianças, que por certo também chegaram junto e foram retirados das homenagens. Sugerimos que este fato seja corrigido - com o passar do tempo.



No destaque o extinto Território federal do Iguaçu.
O abastecimento dos primeiros habitantes de São João, como era denominado a nucleação nos primeiros anos de existência, chegavam ao local através de embarcações que navegavam pelo Rio Uruguai, como também, transportavam pessoas. As primeiras picadas - caminhos por terra - foram feitas pelos próprios colonos, que povoavam a colônia. Com passar do tempo estes caminhos foram alargados e melhorados, dando origem às muitas estradas atuais.
Na década seguinte à chegada das primeiras famílias na região, mais precisamente, no dia 25 de fevereiro de 1932, sob o Decreto Estadual N.º 213, a localidade central - o Stadtplatz, de Porto Novo foi elevada a Distrito de Chapecó, acontecendo a instalação no dia 20 de março de 1932 e no dia 21 de setembro de 1943, sob o Decreto-Lei Federal N.º 5.839, o Território Federal de Iguaçu foi dividido em 4 municípios, um dos quais denominado Chapecó, compreendendo parte do município de igual nome, que pertencia ao Estado de Santa Catarina (publicado no Diário Oficial, de 29 de setembro de 1943). O Território Federal de Iguaçu foi extinto pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado em 18 de setembro de 1946 (Art. 8.º). Itapiranga continuou a ser distrito de Chapecó até a vigência do quinquênio 1949-1953 quando em 30 de dezembro de 1953 criou outros municípios, entre eles o de Itapiranga, desmembrado de Chapecó sob a Lei N.º 133 e no qual estava o território de São João do Oeste e também sua nucleação urbana.
No dia 24 de maio de 1955, a nucleação urbana estudada aqui tornou-se o Distrito de São João pertencente a Itapiranga. Na divisão territorial datada de 1° de junho de 1960, apresenta o Distrito de São João pertencente a Itapiranga. Como já foi mencionado - no dia 12 de dezembro de 1991, São João foi desmembrado de Itapiranga com uma populaça girando m torno de 2 mil habitantesSob a Lei estadual Nº 8816, de 17 de maio de 1992, o município passou então, a se chamar São João do Oeste. 
Percebemos entre os residentes e, a partir de sua história, que não ocorreu o "rompimento" de fato, como se houvessem dois municípios. São João do Oeste apresenta uma forte ligação com a cidade de Itapiranga e muitos de seu munícipes são nascidos em Itapiranga. Será que havia razão para este desmembramento corrido em 1991? Ou foi somente mais uma questão política?

Arquitetura

Como já explanado na postagem sobre a cidade de Itapiranga, a arquitetura da região de Itapiranga e também de São João do Oeste, sob um aspecto geral, é o resultado da integração de várias técnicas vernaculares - oriundas de várias culturas - de construir a partir do uso de materiais extraídos da região - como madeira e barro - em tempos diferentes. 
Técnicas construtivas usadas em regiões do estado do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina alinhadas com as práticas e tecnologias locais e trazidas pelos imigrantes alemães, dos quais alguns já viviam a algum tempo no Brasil, outros não.
arquitetura não segue algo homogêneo e que caracteriza uma prática na região - destacando-a na paisagem. Esta, recebeu várias influencias, sob vários aspectos, dentro de recortes de tempo. Isto explica o pequeno número de exemplares que apresentam a estrutura enxaimel a mostra, as quais, erroneamente, tidos somente estes, como originais da técnica construtiva do imigrante alemão. Não procede - em São João do Oeste e na região, há vários edifícios históricos (que são muito jovens - com menos de 100 anos), com outra volumetria e linguagens, no entanto, possuem a estrutura em madeira - ou estrutura enxaimel - Fachwerkbaum.

Sob a ótica da arquitetura, como aconteceu em Itapiranga, em São João do Oeste há o destaque para a arquitetura religiosa - quanto ao uso da madeira e seus detalhes. Até certo ponto, compreensível, uma vez que a motivação da fundação da colônia foi provocada por uma ordem religiosa e a cultura dos pioneiros entre outras, foi a extração de madeira.

Os  pioneiros não tinham acesso aos materiais, geralmente usados nas construções de suas igrejas na Itália ou na Alemanha. Mas nada os impediram de edificar sua igreja com o material que tinham em abundancia na região - a madeira. 
A linguagem arquitetônica, volumetria eram as mesmas daquelas construídas na Europa, observando a linhas do neogótico e do neoclássico, com todos os elementos característicos, das torres, mosaicos, campanários, altares, naves, tudo construído em madeira.
Não somente em Itapiranga, mas na região, como é o caso da Igreja Matriz São João Berchmans - no município de São João do Oeste.
 Igreja Matriz São João Berchmans - Capanário construído posteriormente para receber os dois sinos alemães em 1956.
Igreja Matriz São João Berchmans

A Igreja Matriz São João Berchmans, começou a ser construída no ano que terminou a Segunda Guerra Mundial - em 1945. Sua construção durou 3 anos. Seu campanário, construído, como também a igreja o é, com estrutura enxaimel, recebeu os sinos somente 7 anos após sua inauguração. Em 1956, o Padre Afonso Hansen importou da Alemanha dois sinos.

Fotografias históricas - Igreja Matriz São João Berchmans na década de 1950 - recém inaugurada. Detalhe - apresenta a torre, mas não o campanário que foi construído e inaugurado na parte externa no ano de 1956. Foto do acervo do Professor Douglas Orestes Franzen.
Uma torre central que atinge a altura de  28 metros e não comportou os dois sinos alemães adquiridos em 1956, onde foi construído um campanário externo - ao lado esquerdo do templo, também em estrutura enxaimel.

São João do Oeste 1953  - Blog Douglas Franzen
Observando a fotografia histórica acima, dizemos que a edificação foi construída elevada do chão sobre pilaretes com ventilação sob o assoalho - que seria de madeira. Percebemos que no tempo presente este espaço foi fechado com alvenaria de pedras, piso também, é de alvenaria, como também, as escadas frontais foram reconstruídas - em alvenaria
Quando correu esta interferência no conjunto arquitetônico?
Também, ao observarmos a volumetria e o interior da Igreja Matriz de São João do Oeste - em madeira - lembramo-nos da origem histórica do templo templo católico. Qual a origem da linguagem e tipologia arquitetônica Igreja - ou das igrejas católicas
Perguntamos, pois ao olharmos a Igreja Matriz de São João do Oeste, lembramos da basílica romana, só que, construída em madeira e para sua compreensão - de maneira resumida  - apresentamos a origem do templo católico a partir da basílica romana - um edifício civil.
Interior da Igreja Matriz São João Berchmans.
Relembrando - Quando os romanos se converteram a partir de seu imperador Constantino, que após a sua vitória sobre Magêncio, no dia 28 de outubro de 312, nas proximidades de Roma, professou que Roma era cristã. Até então os cristãos que viviam em Roma, oravam e viviam nas catacumbas e não tinha uma tipologia definida de templo. Após a conversão do Império mais poderoso do Ocidente, adotaram a basílica romana – edificação civil - como tipologia de seu templo cristão - o primeiro, que os fiéis poderiam adentrar no seu interior, além da imagem da divindade e sacerdotes.
Basílica romana - volumetria semelhante a Igreja Matriz de São João do Oeste.

Basílica romana - templo civil  - volumetria semelhante a Igreja Matriz de São João do Oeste - em pedra e alvenaria.

Basílica romana - volumetria semelhante a Igreja Matriz de São João do Oeste - em pedra e alvenaria.

Ágora grego.














A origem da basílica de Roma é grega. É uma adaptação da ágora, onde as pessoas se reuniam para filosofar, falar de políticas, julgamentos, negócios e feiras.Um lugar público. Os romanos resolveram fazer uma cobertura nesse espaço aberto – que tanto apreciavam os gregos.
A basílica era um edifício grande oblongo, geralmente composto por uma nave centralduas colaterais e uma ou mais absides. As naves laterais são mais baixas, por forma a não obstruir as janelas altas (clerestório) na parte superior da nave central. Numa posição bem visível, ao fundo, estava a tribuna que mais tarde seria adaptada transformando-se no altar e no púlpito do culto cristão.
Observando a basílica que deu forma a Igreja Matriz de São João do Oeste.
 Igreja Matriz São João Berchmans - em madeira - Interior semelhante ao da basílica romana  -construída geralmente de alvenaria de pedra ou tijolos.
As dimensões da  Igreja Matriz São João Berchmans, também são semelhantes às dimensões da basílica romana, o que a torna a maior igreja do Brasil, construída em madeira. Sua planta tem 38 x 14 metros.
A maior igreja da América Latina é a Igreja de São Francisco de Castro, construída na cidade de Castro - da Província de Chiloé no Chile. A igreja chilena tem uma área de 1404 m2 - 25 x 52 metros.
Igreja de São Francisco de Castro - maior igreja de madeira
 na América Latina - cidade de Castro no Chile
De acordo com o Professor Douglas Orestes Franzen, o projeto da igreja foi assinado por Franz Theis.
O projeto da Igreja é de autoria de Franz Theis, alemão que viveu em Porto Novo e que também projetou a Igreja Matriz de Itapiranga. Pedro Follmann prestou os serviços de contramestre. Adolfo Grasel organizou a coleta e seleção da madeira. Hans Merkel foi o mestre carpinteiro. Diversas pessoas da comunidade auxiliaram no trabalho de edificação da Igreja (Frohnarbeit). As madeiras usadas são principalmente grápia, cabriúva e loro. Originalmente o telhado foi no formato de Schindel. Os bancos foram fabricados pela carpintaria de Edgar Hammes e as aberturas pela marcenaria de Alberto Junges. A primeira pintura externa foi de cal virgem (Fonte: Livro Tombo Paróquia São Pedro Canísio).Professor Douglas Orestes Franzen
Detalhes construtivos da cobertura da Navel lateral - curva.
A estrutura, fechamento, estrutura de telhado, aberturas foram feitos com madeira (grápia, cabriúva e loro). A estrutura de madeira  - tipo encaixada - característica da técnica conhecida Enxaimel ou Fachwerkbaum. Técnica esta trazida pelos imigrantes alemães para o Brasil - início da segunda metade do Século XIX.







 


Campanário visto para cima 




















Coreto estruturado com dois pilares de madeira na parte central.

Fotografia feita do coreto para as naves - central e laterais - Pé direto da central com as proporções da basílica romana.
tt
Teto da nave central.

Vista do altar - para o coreto.





Vista para o Altar - da porta de entrada principal - sob o coreto.




No Jardim da Igreja - vizinhos barulhentos.



Uma volta em São João do Oeste - As imagens comunicam

Rodovia de acesso - totalmente florida às suas marginais -  Azaleias.




Museu - tipologia em madeira, com varanda - aberturas em madeira, duas folhas. Porta com bandeira envidraçada e janelas envidraçadas. A presença do característico arco no acabamento da varanda.










Prefeitura Municipal de São joão do Oeste SC



















Loja de mudas florais - domingo e as mudas permanecem na parte externa para serem comercializadas na segunda feira.














4 comentários:

  1. Muito boa a análise, adorei lieber Angelina. Só destacar de que os dois sinos foram adquiridos da Alemanha e fazem parte de um conjunto de sete sinos, em variados tamanhos. Dois estão aí, os outros menores foram instalados em comunidades do interior. Abraço, volte quando quiser a São João.

    ResponderExcluir
  2. Sensacional quem teve antepassados que ajudaram a construir isso, como é o meu caso, é muito gratificante.

    ResponderExcluir
  3. Sobre o reconhecimento de maior igreja, é preciso destacar que a Igreja San Francisco de Castro, em Chiloe, possui vários elementos estruturais em ferro galvanizado, como diz o próprio site oficial: El frontis, la techumbre y forros exteriores son de fierro galvanizado. Portanto, a de São João se reconhece como a maior unicamente em madeira.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde Douglas. As duas igrejas são maravilhosos e exemplares únicos.
      Isto é importante.
      Assessórios metálicos, decorações...etc...etc...todas terão. Ou a igreja de São joão não possui pregos metálicos? Quando te li, lembrei das pessoas que dizem que enxaimel só é aquela que tem prego de madeira. Errado.Um dos motivos que me levou a escrever sobre.
      A maior igreja de madeira é a igreja do Chile. Isto não diminui nem um pouco a excelência e a beleza da Igreja de São João do Oeste - e só comprova o quanto é cultural a competição no espírito das pessoas locais e que vencerem desafios no passado. Abraços.

      Excluir