Canelinha SC - Um pouco de História e sobre a Cidade

O Portal de Canelinha é estruturado com duas chaminés de  olaria, lembrando um dos principais ícones de sua economia, conhecida pela produção de tijolos e cerâmica.

Apresentamos Canelinha, município do Vale do Rio Tijucas, que tem como municípios limítrofes: Camboriú ao norte; Tijucas e Biguaçu, ao leste; São João Batista, Nova Trento e Brusque, ao oeste. Canelinha tem sua história muito mais antiga que muitos municípios que se destacam no Estado de Santa Catarina, mesmo que emancipada somente em 1962.

Mapa - FUCK, 2014.

Bairros.

Vale do Tijucas.

O município tem uma área de 151,4 km² e contava com 12398  habitantes em 2020(IBGE 2020). A densidade demográfica é de 80,8 habitantes por km² no território do município.

Sua altitude é de 12 metros, com as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 27° 15' 55'' Sul, Longitude: 48° 46' 6'' Oeste.

" Logo que se chega ao município, vindo de Tijucas por meio da rodovia estadual SC-410, há um pórtico com os seguintes dizeres “Canelinha Cidade das Cerâmicas”. Os pilares que dão sustentação ao pórtico são de tijolos maciços e se assemelham a chaminé encontrada nestas indústrias. A passagem pelo município ocorre de duas formas: ou pela rodovia estadual, ou pela avenida principal, paralela a esta rodovia. Nesta avenida está situado o prédio da administração municipal, assim como o comércio. Seguindo por ela, chega-se ao cemitério, localizado no alto de um morro, ao lado da antiga igreja católica, e que fornece uma visão de Canelinha que se tornou parte do meu cotidiano. É possível visualizar o rio Tijucas, que corta a cidade, uma grande área de extração de areia localizado no bairro Fazenda Vitória a esquerda de quem está olhando e em sentido oposto, no bairro da Galera, avista-se as diversas chaminés das indústrias cerâmicas, muitas delas em plena atividade." FUCK, 2014.

Quem reside e nasce em Canelinha é chamado de canelense. 

História

No final do século XVIII e início do século XIX, com a distribuição de sesmarias no vale do Rio Tijucas pelo governo, que tinha como objetivo, povoar a região (do litoral para o interior), até então desabitada. este processo fez surgir uma movimentação e migração interna pela região, de viajantes e aventureiros, subindo e descendo o Rio Tijucas. Os primeiros a chegarem ao local foram os portugueses (açorianos do litoral catarinense). Neste tempo foi criado um porto às margens do Ribeirão Moura. O local atual é um bairro do município. Os pioneiros portugueses cultivavam a terra e extraiam a madeira. Em 1875, chegaram algumas famílias italianas que se fixaram, principalmente, na localidade do Porto de Moura, às margens do ribeirão e no interior do município. O nome -  Canelinha, faz   alusão à um árvore de canela existente junto ao Porto do Moura, como é sabido, espécie abundante na Mata Atlântica.

Detalhando, tudo começou em 1843, quando Manoel Floriano da Silva e família chegaram às cabeceiras do Ribeirão do Moura, ao norte da antiga Igreja Sant'Anna, historicamente iniciando a colonização de Canelinha, aproximadamente 24 km da nucleação de Tijucas e 1 km da divisa do município de Brusque - terras virgens. Pesquisamos no cemitério junto a esta igreja histórica onde estão os nomes de alguns pioneiros e não encontramos desta família. Entendemos que estão sepultados junto ao Porto de Moura, onde se fixaram originalmente. Assim que fixada, família Floriano Silva iniciou a derrubada da mata e o plantio da terra. Sem apoio do governo local e estadual, e como aconteceu com os imigrantes alemães e italianos do Vale do Itajaí. A família enfrentou problemas, e precisou abrir caminhos e picadas, deste local até a foz do Ribeirão Moura no Rio Tijucas, onde surgiu uma nucleação urbana que no ano de 1852, contava com aproximadamente 40 famílias, totalizando 212 pessoas. Em 1861, o local contava com 7 engenhos, sendo 3 era de cana de açúcar, 3 de farinha, 3 de mandioca e uma serraria. O local contava com 150 cabeças de gado. Neste ano, no Vale do Itajaí, a Colônia Blumenau contava com 110 pessoas de nacionalidade alemã. - 59 homens/meninos e 51 mulheres/meninas - de acordo com dados publicados no livro de José Ferreira da Silva - História de Blumenau.

No século XIX, Manoel Floriano da Silva, construiu um porto para escoar produtos e também, transportar pessoas até a foz do Ribeirão do Moura no Rio Tijucas, que através do Rio Tijucas, chegava ao mar, o que incrementou o comércio. Tijucas, neste período, era um entreposto comercial. Ler a postagem sobre Tijucas - link listado no final desta postagem.

Fonte: Site da Prefeitura Municipal.

Com a presença destes novos caminhos e possibilidades de logística para os produtos e  pessoas, houve uma aceleração  do adensamento da povoação, tornando-se esta um  Distrito de Tijucas e foi quando começou a ser chamada de Canelinha - por conta do pé de canela junto ao Ribeirão Moura. Chegaram mais famílias mediante as possibilidades  de trabalhar a terra e comercializar com centros  localizados no litoral.

O Distrito foi criado com a denominação de Canelinha, pela lei estadual nº 467, em 26 de janeiro de 1934, e fazia parte do  município de Tijucas. Foi elevado à município em 3 de dezembro de 1962 sob a lei estadual nº 855, quando foi desmembrado de Tijucas. Seu primeiro prefeito foi Bertoldo Manoel Cirilo. O município é conhecido pela produção de cerâmica e tijolos.

Em 2019 foi inaugurada a Casa Sant'Anna, edificação pertencente ao patrimônio histórico local e regional construída em 1902 que passou por processo de restauro. Em contrapartida, estão permitindo a construção de edifícios no seu entorno, o que impacta com a paisagem histórica. O local está localizado na parte baixa, ao sul do morro onde está a antiga igreja Sant'Anna, que isola o centro novo no Vale do Moura. É uma pena.

No tempo de sua construção, o município de Canelinha fazia parte do território de Tijucas, e sua sede (núcleo do casarão) estava localizada junto ao caminho/estrada que rumava ao Vale do Itajaí. Esta estrada era muito movimentada, quando era um dos percursos entre o mar e Blumenau feitos por terra e não, pelo mar, sendo o marítimo, o mais usual  (viabilizada pela presença usual da trafegabilidade do Rio Itajaí Açu que contava com transporte de passageiros e cargas). De Canelinha, o caminho acessava a comunidade de São João Batista, Brusque, Guabiruba e Blumenau, chegada no bairro Garcia - Rua da Gloria, fato que estudamos quando escrevemos o livro a Ferrovia no Vale do Itajaí - Estrada de Ferro Santa Catarina. Pela presença deste caminho, ligando o Vale do Itajaí e a Capital Nossa Senhora do Desterro. Na época de sua construção, a  Casa Sant'Anna ocupou um local muito bem localizado e importante, ao longo desta estrada que ligava regiões. Para ler mais sobre, acessar o link no final desta postagem.

As Imagens Comunicam - Canelinha SC...

Antes das imagens atuais, deixamos duas observações:

1. Sua malha urbana, como acontece, como muitas cidades do Brasil, é "cortada" por uma rodovia intermunicipal de fluxo rápido, o que interfere, e muito, em seus espaços públicos.
2. Canelinha, historicamente tem uma nova centralidade, localizada fora do Vale do Ribeirão Moura, onde tudo iniciou. A bela igreja histórica Sant' Anna está de costas para a cidade. É uma pena. Carência de estudos de projeto de cidade.

Caminho até o elevado onde está a antiga Igreja Sant'Anna

Detalhes da Arquitetura da antiga Igreja Sant'Anna.

Vista do Alto da Antiga Igreja Sant'Anna para o Vale do Rio Tijucas.

Na base do morro da igreja - tempo para beber água.

Residência característica no entorno da antiga igreja.

Olaria desativada.

Olaria Desativada.

Rio Tijucas.

Casa Sant'Anna.

Espaço de Artes - junto ao campo de futebol.

Campo de  futebol.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Em frente da sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Sede Cerâmica Aurora - Não está mais em funcionamento.

Casa Sant'Anna.

Vista da Igreja antiga Sant'Anna.

Paróquia Sant'Anna.

Interior da nova igreja Sant'Anna.

Rio Tijucas.

Beira Rio muito arborizada e munida de equipamentos urbanos.

Beira Rio muito arborizada e munida de equipamentos urbanos.

Beira Rio muito arborizada e munida de equipamentos urbanos.

Em breve - seguirá a postagem do Cemitério de Canelinha.

Leituras Complementares - Clicar sobre o link escolhido:

• Tijucas SC - Tem praia?
• Casa Sant´Anna - Canelinha SC

Referências

Biblioteca IBGE. Canelinha, Santa Catarina, Seu Histórico. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/santacatarina/canelinha.pdf. Acessado em 25 de fevereiro de 2021 - 17:05h.

FUCK, João Augusto Brancher. Diagnóstico Socioambiental e Saúde na Cidade das Cerâmicas (Canelinha/SC). Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental do Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, SC.

Sebrae/SC. Canelinha SC. Santa Catarina em Números: Florianópolis/ Sebrae/SC ._ Florianópolis: Sebrae/SC, 2010. 115p. Disponível em: http://www.sebrae-sc.com.br/scemnumero/arquivo/Canelinha.pdf. Acessado em 25 de fevereiro de 2021 - 16:53h.

SILVA, José Ferreira da. História de Blumenau. 2.ed. - Blumenau : Fundação "Casa Dr. Blumenau", 1988. - 299 p.