quarta-feira, 14 de maio de 2025

O encontro e a história da Winzerkapelle Rödelsee e a Oktoberfest Blumenau - 40 anos

Entrega do caneco oficial da Oktoberfest Blumenau para a Winzerkapelle Rödelsee, em maio de 2025.
Ainda estamos na Alemanha, em pesquisa. No dia 10 de maio nos encontramos com a banda alemã do Dorf de Rödelsee, denominada Kapelle, em um concerto ocorrido no Schlosskeller. O concerto Konzert Trifft Terroir Tuba teve início às 19h e sua programação contou com duas partes: a apresentação da Winzerkapelle Rödelsee e a do Supergroup, que é um grupo menor de músicos da própria Kapelle de Rödelsse.
Escolhemos um contato mais estreito com esta banda, na Alemanha (que também estará nas páginas do livro Oktoberfest Blumenau 40 anos - Palco de um resgate cultural), pela história desta interação cultural, pelas práticas sociais efetuadas pela banda no Brasil, e por ter estado nos palcos de seis edições da grande festa.

A história de Winzerkapelle Rödelsee e a Oktoberfest Blumenau
Winzerkapelle Rödelsee, participando do desfile oficial da Oktoberfest Blumenau 2010 – última vez que esteve em Blumenau. 
Emil Friedrich Rossmark, fundador da empresa
 Rossmark, um dos fundadores do C.C. 25 de Julho de
Blumenau, e sogro de Martin Johann Schwertl, que,
 juntamente com Harold Letzow, intermediou a vinda da
Winzerkapelle Rödelsee para a Oktoberfest Blumenau 1988.
Winzerkapelle Rödelsee
é uma banda tradicional de Unterfranken, ou uma Kapelle, como se chama na região. Está estabelecida no Norte da Baviera, região de origem de imigrantes que vieram para a cidade de Blumenau no início do século XX. Um destes, Emil Friedrich Rossmark, casou-se nesta cidade e passou a frequentar ambientes em que havia práticas culturais. Com isso, sua família participou da fundação do C.C. 25 de Julho de Blumenau, em 1° de maio de 1954. Também foi ele que doou o terreno para construir a primeira sede do Centro Cultural.
Parte da família Rossmark, Emilio Rossmark Schramm integrou a comissão organizadora da primeira edição da Oktoberfest Blumenau, e foi coordenador dos desfiles oficiais. 
No âmbito do C.C. 25 de Julho de Blumenau, surgiu a iniciativa dos responsáveis pelas céleres ações quanto ao resgate da cultura silenciada no período do nacionalismo. As famílias de imigrantes de Unterfranken foram homenageadas com a fundação do grupo folclórico do C.C. 25 de Julho de Blumenau, Blumenauer Volkstanzgruppe, no ano da primeira edição da Oktoberfest Blumenau 1984. Mais tarde, foi adotado pelo grupo o traje histórico dessa região específica da Alemanha. Sempre houve um intercâmbio entre as famílias do C.C. 25 de Julho de Blumenau e as famílias de Rödelsee
Grupo folclórico Blumenauer Volkstanzgruppe, fundado em 1984, por Harold Letzow. Atendendo a uma iniciativa de Juergen König, filho de Paulo König, passou a adotar o traje de Unterfranken – em homenagem à terra natal dos antepassados que ajudaram a fundar o C.C. 25 de Julho de Blumenau, mesma região e cidade da banda Winzerkapelle Rödelsee. Ano de 1986.
Em 1988, o diretor do Complexo da PROEB e também presidente do C.C. 25 de Julho de Blumenau, Harold Letzow, o alemão residente em Blumenau, Martin Johann Schwertl, genro de Emil Friedrich Rossmark, e, como ele, também nascido em FröhstockheimRödelsee, foram os responsáveis por intermediar a vinda da Winzerkapelle Rödelsee para tocar na Oktoberfest Blumenau 1988
A banda Winzerkapelle Rödelsee, em frente ao “Castelinho” da Moellmann, período da Oktoberfest Blumenau 1988.
A banda Winzerkapelle Rödelsee, na Concha Acústica da Prainha, período da Oktoberfest Blumenau 1988.
A banda Winzerkapelle Rödelsee no palco do C.C. 25 de
 Julho de Blumenau, com o “músico brasileiro” Emanoel,
seu integrante, que recebia apoio dela. Emanoel tocou
xilofone durante a apresentação.
Winzerkapelle Rödelsee
tocou na Oktoberfest Blumenau nas edições dos anos 1988, 1992, 1994, 1996, 2007 e 2010. Conforme informações de Rödelsee, estava acertado - entre os organizadores da Oktoberfest Blumenau e essa banda - que tocariam nas edições de 2020 e 2021. Entretanto, isto não foi possível devido à ocorrência da pandemia Covid-19.
Conquistaram seu público e também fizeram amizades.
A banda também se envolveu em um trabalho social na região de Blumenau. Quando estavam na cidade, conheceram famílias que desenvolviam trabalho beneficente para apoiar famílias que possuíam membros com a doença Epidermólise bolhosa. Em solidariedade, a banda passou a contribuir efetivamente com a causa. Em 2010, esteve tocando no C.C. 25 de Julho de Blumenau, e lembrou, mais uma vez, a importância do apoio ao tratamento da doença. Assim, em 21 de fevereiro de 2009, foi criada a ACPAPEB - Associação Catarinense dos Parentes, Amigos e Portadores de Epidermólise bolhosa. 
A visita dos coros do C.C. 25 de Julho de Blumenau foi notícia na região. O encontro entre os cantores de Blumenau e os músicos da Winzerkapelle Rödelsee foi marcado pela emoção. 
Ao se completaram 25 anos desde a primeira vez que a Winzerkapelle Rödelsee se apresentou na Oktoberfest Blumenau, os coros do C.C. 25 de Julho visitaram a cidade de Rödelsee, onde foram recepcionados pelos músicos da banda em sua sede, em dois momentos comemorativos, tendo sido hospedados em residências de famílias da sociedade musical.
Texto do Jornal:

Eine Freundschaft, die bewegt

Brasilianisches Temperament in Rödelsee: 50 Gäste aus Blumenau erleben trotz Kälte und Regen „heiße" Tage in Unterfranken.
 
Von Unserer Mitarbeiterin Merina Zimmermann
 
Rödelsee: Maria Teresinha Pinto und ihr Mann Salvio Joao sprachen ihren Landsleuten aus der Seele, als sie ihre Gefühle beschrieben, die sie von Rödelsee mit nach Hause nach Brasilien nehmen. “Die Leute sind so gastfreundlich und so offenherzig, auch das kalte Wetter und der Regen machen nichts. Es ist so schön gewesen. Wir haben viele schöne Städte gesehen."
Die beiden Vorsitzenden des Musikvereins Rödelsee, Johannes Wandler und Ulrich Heß, hatten zusammen mit Rudolf Wandler den Aufenthalt in Rödelsee für ihre brasilianischen Freunde organisiert - und dafür viel Lob bekommen.
Gleich am Dienstag besuchte die fast 50 Personen zahlende Gruppe die Domstadt Würz- burg. Am Abend wurden die Gäste in die deutsche Tradition des Maibaumholens eingeweiht. Dabei ließen die singenden Brasilianer es sich nicht nehmen, für ihre Rödelseer Freunde das erste Konzert zu geben.
Der Chor aus dem brasilianischen Blumenau hat in diesem Jahr seine 25-jährige Freundchaft mit dem Musikverein Rödelsee zu feiern. Viele Chormitglieder sprechen sehr gut deutsch und tragen heute noch deutsche Familiennamen.
Trotz allem war es für sie dann doch etwas ungewöhnlich aber auf einer solchen weiten Reise macht man gerne viel mit dass sie am Mittwoch schon um 8 Uhr zu einem "Weißwurstfrühstück" eingeladen wurden. Das Bier war glücklicherweise alkoholfrei. Schließlich ging es gleich anschließend weiter nach Miltenberg und am Nachmittag stand ein Empfang beim Kitzinger Hofrat auf dem Programm. Eine pure Herausforderung war auch der Donnerstag: Die brasilianischen Sangesfreunde besuchten Bamberg und Bayreuth; zurück ging's über die Fränkische Schweiz.

Gewinnende Sympathie

Angelina Wittmann ist für die Öffentlichkeitsarbeit des “Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau - so der offizielle Name des Chores - verantwortlich. Sie ist immer gut aufgelegt und überwindet mit gewinnender Sympathie ihre fehlenden Deutschkenntnisse. Das Übersetzen übernimmt stets ihr Mann Roberto. Als ihre Gastgeber Heinz und Annette Zippelius - erfuhren, dass sie hauptberuflich Architektin ist, luden sie Angelina und ihren Mann Roberto spontan zu einem ganz besonderen Ausflug ein: zu einer Sight-Seeing-Tour rund um die architektonischen Sehenswürdigkeiten der Umgebung. Sie besuchten die Schlösser in Fröhstockheim und auf dem Schwanberg und vor allem die berühmten Figuren von Tilman Riemenschneider in der Antoniuskapelle in Großlangheim.
Heinz Zippelius entpuppte sich als orts- und geschichtskundiger Führer und präsentierte stolz die Schätze seiner Region. “Ich war selbst schon bei einer Reise des Musikvereins in Brasilien dabei gewesen", erklärte er, und habe dort die einzigartige Gastfreundschaft genießen können. Deshalb war es für uns selbstverständlich, wenigstens einen Teil davon zurückzugeben”.
Am Abend fanden sich alle wieder in der katholischen Kirche in Rödelsee zum Gottes- dienst ein, bei dem der Chor auf eine solch rührende Weise mitwirkte, dass selbst die Chormitglieder mit den Tränen zu kämpfen hatten.
Am Freitag gab es noch eine Bahnfahrt nach Nürnberg, bevor es am Abend zum Abschiedsessen ins Rödelseer Musikheim ging. Die Grossen Emotionen wollten nicht enden. Der Chorleiter, José Carlos Oechsler, stockte immer wieder in seiner Dankesrede: “Wir sind sprachlos... Es ist unglaublich, was ihr für uns gemacht habt.”
Hahre währt die Freundschaft de Chores aus dem brasiliannischen Blumenau mit dem Musikverein Rödelsee.
Vinho comemorativo dos 25 anos da primeira apresentação de Winzerkapelle Rödelsee na Oktoberfest Blumenau, e a divulgação da apresentação dos coros do C.C. 25 de Julho na Igreja, durante a missa dominical na cidade de Rödelsee.
Tradução feita por Herta Elfrieda Haas:

Uma amizade que emociona

Cultura brasileira em Rödelsee: 50 hóspedes de Blumenau vivem dias "quentes" na Baixa Francônia, apesar do frio e da chuva.
 
Por nossa colaboradora Marina Zimmermann
 
Rödelsee: Maria Teresinha Pinto e seu marido Sálvio João falaram com o coração de seus compatriotas quando descreveram os sentimentos que levaram de Rödelsee para o Brasil. "As pessoas são tão hospitaleiras e tão abertas que até o frio e a chuva não fazem diferença. Foi muito bonito. Vimos muitas cidades bonitas".
Os dois presidentes da associação musical de Rödelsee, Johannes Wandler e Ulrich Heß, juntamente com Rudolf Wandler, organizaram a estadia em Rödelsee para os seus amigos brasileiros - e receberam muitos elogios por isso.
Na terça-feira, um grupo de quase 50 pessoas visitou a cidade e a catedral de Würzburg. À noite, os convidados conheceram a tradição alemã de instalar o ‘Maibaum‘.
Os cantores brasileiros não perderam a oportunidade de dar o primeiro concerto para os seus amigos de Rödelsee.
O coro de Blumenau, no Brasil, celebra este ano 25 anos de amizade com o Musikverein Rödelsee. Muitos dos membros do coro falam muito bem alemão e ainda têm sobrenomes alemães.
Apesar de tudo, ainda era um pouco improvável para eles - mas numa viagem tão longa gosta-se de fazer muita coisa - o fato de terem sido convidados para um "Weißwurstfrüh- stück", café da manhã com salsicha branca às 8 da manhã de quarta-feira. Felizmente, a cerveja não tinha álcool (tinha álcool). Em seguida, viajaram para Miltenberg e, à tarde, o programa previa uma recepção no Conselho do Tribunal de Kitzingen. A quinta-feira também foi um verdadeiro desafio: os amigos cantores brasileiros visitaram Bamberg e Bayreuth; a viagem de volta foi pela Suíça francófona.

Irradiando simpatia

Angelina Wittmann é responsável pelo trabalho de relações públicas do "Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau" - nome oficial do coral. Está sempre bem-disposta e supera a falta de conhecimento da língua alemã com muita simpatia. Seu marido Roberto sempre assume as traduções para ela. Quando os seus anfitriões - Heinz e Annette Zippelius - souberam que ela era arquiteta de profissão, convidaram espontaneamente Angelina e o seu marido Roberto para uma excursão muito especial: um passeio turístico pelos locais de interesse arquitetônico da região. Visitaram os castelos em Fröhstockheim e no Schwanberg e, sobretudo, as famosas figuras de Tilman Riemenschneider na Capela Antonius em Großlangheim.
Heinz Zippelius revelou-se um guia local e histórico e apresentou com orgulho os tesouros da sua região. "Eu próprio já tinha feito uma viagem ao Brasil com a Musikverein", explicou, "e pude desfrutar da hospitalidade única que aí existe. Por isso, era natural que devolvêssemos pelo menos uma parte dela".
À noite, todos se reuniram novamente na igreja católica de Rödelsee para a cerimônia, na qual o coro participou de uma forma tão comovente que até os membros do coro tiveram de conter as lágrimas (não as contiveram).
2 de maio de 2013, concerto dos coros do C.C. 25 de Julho na igreja católica de Rödelsee, com a presença dos músicos da Winzerkapelle Rödelsee e comunidade.
A data de aniversário dos 25 anos da primeira visita da banda de Unterfranken no Brasil foi lembrada na sede da  Winzerkapelle Rödelsee com uma garrafa de vinho branco  da região, de sabor inigualável, para cada um dos blumenauenses, com o selo da data. Houve vários eventos na cidade recepcionando o grupo de Blumenau. 
Retornamos à cidade em 2016, sozinhos, e a sensação que tivemos, sem exagero, era de que estávamos retornando à nossa casa e visitando familiares e, assim, mais uma vez fomos muito bem recebidos.
Tradicional recepção com as bandeiras. Ulli Hess, na foto, esteve desde 1988 e fez muitos amigos no Brasil. 


Em neste momento, em 2025 retornamos a Rödelsee para celebrar o intercâmbio real e original que existe entre a cidade de Unterfranken e Blumenau, e também, prestigiamos uma noite de concerto, na qual entregamos um caneco oficial da Oktoberfest Blumenau, 37 anos após sua primeira edição na grande da cidade. O caneco oficial foi repassado para nós pelo diretor geral da Oktoberfest Blumenau, Guilherme Benno Guinther















Entrega do caneco oficial da Oktoberfest Blumenau 2025 para Tobias Wandler da Winzerkapelle Rödelsee, em 10 de maio de 2025.
Amostra do concerto da Winzerkapelle Rödelsee em 10 de maio de 2025, ocorrido no Schlosskeller com o músicos, sendo que entre estes, 8 estiveram em Blumenau.

Músicos da Composição atual Wizerkapelle Rödelsee

Tuba: Ullrich Heß, Jürgen Greb, Harald Eisen
Trompete / Flügelhorn: Tobias Lenzer, Johannes Wandler, Rudolf Wandler, Christina Lenzer, Dominik Schilling, Ludwig Vasicek, Olaf Kestler
Klarinette / Saxophon: Britta Vollmuth, Frieda Hess, Nikolai Mauckner, Stefan Störk, Lena Wagner
Bariton / Tenorhorn / Posaune: Fabian Weiß, Michael Dorsch, Steffen Bommersheim, Matthias Korn, Wolfgang Schiefer, Tobias Wandler
Schlagzeug: Winfried Wald, Emilio Bellanti
Technik: Simon Schilling, Christopher Heß, Wolfgang Bayer
Dirigent: Tobias Grubert

Supergroup: Daniel Korbacher, Florian Mahlmeister, Tobias Grubert, Fabian Weiß, Jonas Henninger, Kilian Berthold, Jürgen Greb.

 Uma amostra do concerto do dia 10 de maio com a Winzerkapelle Rödelsee e sua atual formação, sendo que destes, 8 estiveram no Brasil.

Apresentação de um grupo menor de músicos da Kapelle de Rödelsee, no mesmo concerto.
Estimamos que esta integração cultural e amizade se perpetue, e que Winzerkapelle Rödelsee retorne aos palcos da Oktoberfest Blumenau, em breve.

Um registro para a História.

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (X)





quarta-feira, 7 de maio de 2025

Na Alemanha - a primeira banda alemã que tocou na Oktoberfest Blumenau (1984) - Haubersbronner Dorfmusikanten

Haubersbronner Dorfmusikanten, a primeira banda alemã que tocou na Oktoberfest Blumenau em 10 de outubro de 1984. Deitado na frente dos músicos está o regente Dieter Gamm.

Estamos em viagem de pesquisa pela Alemanha, coletando também dados da história da Oktoberfest Blumenau. O nosso livro "Oktoberfest Blumenau 40 anos - Palco de um resgate cultural" está em fase de acabamento e pretendemos lançá-lo em 24 de julho de 2025 no Teatro Carlos Gomes.
O regente Dieter Gamm em dois momentos - 1984 e 2025.
Durante esta pesquisa, que se iniciou em 2010, encontramos uma informação que muito nos surpreendeu. Encontramos a história e o nome da cidade da primeira banda alemã que tocou na Oktoberfest Blumenau, ainda em sua primeira edição. Ao conhecer a cidade dessa banda, localizada na região da qual migrou a família Wittmann para o Brasil e contando ainda com familiares no local, entramos em contato com a banda e sua história foi confirmada.
Partimos para a Alemanha em 15 de abril de 2025, para encontrar parte dessa história e também para entregar um caneco oficial de cristal da Oktoberfest Blumenau à atual formação musical, o que aconteceu em 30 de abril. Àquele momento compareceram cinco músicos e o regente, Dieter Gamm. Estiveram presentes no Brasil em 1984.
Na foto: Albert Dahner, que teve a iniciativa da turnê pelo Brasil e era membro do conselho da banda na época, e o regente Dieter Gamm. A realeza não é a da primeira Oktoberfest Blumenau. 
No encontro que tivemos com a primeira banda da grande festa, na cidade de Schorndorf, na Alemanha, em 30 de abril de 2025, havia cinco músicos que estiveram no Brasil em 1984 e o regente Dieter Gamm. Na foto: os seis integrantes da banda com o caneco da Oktoberfest Blumenau 1984, e com o caneco oficial da atual edição da festa, que foi enviado por Guilherme Benno Guinther, atual gerente-geral da organização dela. No centro, o casal Roland e Anita Hieber, atual presidente da Associação Musical de Haubersbronn e relações públicas - mídia social e trabalho de imprensa, respectivamente.
Um pouco sobre a Haubersbronner Dorfmusikanten

A Haubersbronner Dorfmusikanten faz parte da sociedade Musikverein Frisch-Auf Haubersbronn, fundada em 1907, na cidade alemã de Schorndorf. Desde 2007 ocupa a antiga escola localizada na Alte Schule 2, 73614 – Haubersbronn – Schorndorf. 
A primeira banda alemã que tocou na Oktoberfest Blumenau foi fundada em 1907. Fonte: HAUBERSBRONNER-DORFMUSIKANTEN.DE.
Haubersbronner Dorfmusikanten é uma banda de Blasmusik, metais, e seus primeiros músicos foram Karl Wieler, Gottlieb Knauß, Karl Schwegler, Reinhold Eifer, Eugen Fezer, Karl Fritz, Albert Schwegler, Karl Fezer. Seus ensaios iniciais aconteceram em uma sala da Pousada Krone. Não demorou muito, e a banda foi convidada a participar juntamente com outras sociedades locais, como a do Liederkranz, Clube de Ginástica, sociedade de clubes para festas de Natal, e também de jardim, e evento de carnaval. Interessante que, nesse mesmo tempo, também existiam eventos semelhantes em Blumenau, envolvendo as sociedades de ginástica e Liederkranz da cidade.  
Sede atual da primeira banda que tocou na Oktoberfest Blumenau, em 1984, Haubersbronner Dorfmusikanten. Fonte: HAUBERSBRONNER-DORFMUSIKANTEN.DE.

Haubersbronner Dorfmusikanten, formação histórica na passagem do 100° aniversário, em 2007. Fonte: HAUBERSBRONNER-DORFMUSIKANTEN.DE.
Haubersbronner Dorfmusikanten em Foz do Iguaçu.
A iniciativa de uma turnê de três semanas pelo Brasil, em 1984, ano da enchente e da primeira edição da Oktoberfest Blumenau, foi de Albert Dahner,  membro do conselho da banda na época. Mesmo com a incredulidade de muitos de seus colegas músicos, a turnê aconteceu e esteve na primeira edição da grande festa de outubro, em Blumenau. Comentam em sua página on-line sobre a experiência ímpar e o sucesso da banda em suas apresentações. Até então, de acordo com alguns depoimentos, esta experiência não fora superada em alegria e público. 
A banda Haubersbronner Dorfmusikanten, com moças de Blumenau e região, devidamente trajadas. 
Programa da turnê da Banda no Brasil, 1984.
Após os contatos efetuados por Fred Ullrich e a aprovação imediata do secretário de Turismo de Blumenau, Antônio Pedro Nunes, sobre a presença da banda Haubersbronner Dorfmusikanten na Oktoberfest Blumenau, imediatamente iniciou-se uma grande divulgação pela cidade e região.
Muita tensão, suspense e ansiedade marcaram a noite de sua primeira apresentação, em 9 de outubro de 1984. A banda Haubersbronner Dorfmusikanten chegou ao Pavilhão A, da Oktoberfest Blumenau, diretamente da estrada. E de acordo com o depoimento de Roland Hieber em 2025, feito na Alemanha, foi consciente, o atraso e não houve o imprevisto, conforme mencionaram blumenauenses que estiveram na festa da época, talvez para contornar a situação.

Chegamos em Blumenau bem tarde da noite. Chegamos às 22h. e deveríamos ter nossa apresentação às 22h, mas nosso guia turístico disse que não importava, eles não começariam a festa até chegarmos lá. Então começamos a tocar música à meia-noite. Depois, sempre tinha uma hora de música alemã e uma hora de música brasileira nesse grande salão, Pavilhão A da PROEB, em Blumenau. Tocamos até altas horas da madrugada. Roland Hieber - presidente da Associação Musical de Haubersbronn.

A banda Haubersbronner Dorfmusikanten, tocando na Oktoberfest Blumenau 1984. 

O argumento dado pelo atraso era de que houve um imprevisto durante a viagem da banda a Blumenau, o que atrasou sua chegada à Oktoberfest, criando um clima de incerteza e ansiedade na organização. O Pavilhão A do Complexo da PROEB estava lotado, enquanto aguardava a banda. Não bastasse o atraso da banda, aconteceu um “apagão”   no Pavilhão A.  Os ambientes ficaram escuros no exato momento da chegada desses músicos, que fizeram sua entrada assim mesmo, de maneira triunfal, tocando no escuro. 
A banda Haubersbronner Dorfmusikanten, na Oktoberfest Blumenau 1984. Tocaram nos dias 9 e 10 de outubro. 
O público foi ao delírio, e muitos acreditavam que fosse parte do espetáculo, o apagar das luzes, porque em seguida todo o ambiente de “céu azul” ficou novamente iluminado. Momento inesquecível para quem presenciou, por volta das 23h, a banda entrar no ambiente da Oktoberfest Blumenau tocando e contagiando todos os presentes - momento para a história. Fred Ullrich estava lá. 
Ambiente de "céu azul".
Houve nova apresentação no dia seguinte, em 10 de outubro de 1984. A banda foi hospedada, entre os dias 9 e 10 de outubro, em instalações localizadas no próprio Complexo da PROEB, destinadas à hospedagem de atletas.
A prática da presença de bandas alemãs na festa permaneceu nas edições posteriores, tendo contado com a participação direta de Ullrich na contratação da segunda e terceira bandas alemãs que tocaram na grande festa no ano seguinte,1985: Helmut Högl Und Seine Musikanten e Götz Buam.
Estavam nos aguardando na sede da Haubersbronner Dorfmusikanten, em 30 de abril de abril de 2025 o presidente da  Associação Musical de Haubersbronn, Roland Hieber e Anita Hieber, relações públicas - mídia social e trabalho de imprensa da banda. O regente Dieter Gamm que esteve no Brasil, com outros cinco músicos, entre estes, Roland e Anita estiveram em nosso encontro. Também nos aguardavam  cinco músicos da atual formação da banda e seu regente Christoph Gehring.

As imagens comunicam

Relíquia do Brasil.






















Recebendo recordação da banda.



Recebendo uma recordação da banda das mãos de Roland Hieber, atual presidente da Associação Musical de Haubersbronn.

Entregando o caneco oficial da Oktoberfest Blumenau para o representante da Haubersbronner Dorfmusikanten,  Roland Hieber, atual presidente da Associação Musical de Haubersbronn.

Entregando o caneco oficial da Oktoberfest Blumenau para o representante da Haubersbronner Dorfmusikanten, Roland Hieber, atual presidente da Associação Musical de Haubersbronn.



Entregando o caneco oficial da Oktoberfest Blumenau para o representante da Haubersbronner Dorfmusikanten,  Roland Hieber, atual presidente da Associação Musical de Haubersbronn.





















Haubersbronner Dorfmusikanten.













Caneco oficial da Oktoberfest Blumenau 1984 e o atual caneco oficial, entregue neste momento histórico.



Traje oficial da banda quando vieram ao Brasil.



Com Roland Hieber e Anita Hieber, que também estiveram no Brasil em 1984. Estavam em lua-de-mel.

Em 1983 e 1984 houve uma enchente muito grande no Brasil. Nossa viagem foi planejada para 1984 e ocorreu dessa forma. Esta ocasião também foi a primeira Oktoberfest em Blumenau, onde fomos a primeira banda alemã a participar deste evento com 18 músicos. Nunca esquecemos disso. 40 anos depois, Haubersbronn também sofreu uma grande inundação. Roland Hieber - presidente da Associação Musical de Haubersbronn, 30 de abril de 2025.

O encontro terminou com um abraço coletivo e um desejo de que a Haubersbronner Dorfmusikanten, historicamente, retorne a tocar no Oktoberfest Blumenau.

Vídeo
Algumas imagens de Schorndorf -  a cidade de Haubersbronner Dorfmusikanten





















Um registro para a História.

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
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