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| Homenagem ao imigrante em 23 de julho de 2011, com Lenita e Antônio Urbano, Dieter Berner, Mia Ávila e Udo Teske. |
Conhecíamos Renate e Rolf devido às suas atividades de pesquisa e da presença constante no C.C. 25 de Julho de Blumenau. Foi impossível não nos impressionarmos com as atividades de uma mulher que, em décadas passadas, quando ainda somente lhe cabia o papel de dona de casa e mãe de família, foi muito além. Ela agia com meiguice e companheirismo, sem precisar de "bandeiras" para ser ouvida e para conquistar seu espaço, independentemente de seu papel como mulher dentro do recorte de tempo no qual vivia. Renate exerceu atividades ao lado de Rolf Odebrecht como companheira, esposa, amiga, pesquisadora, escritora, entre outras funções.
Renate Sibylle Odebrecht faleceu em 9 de novembro de 2025, aos 91 anos, após ter sofrido dois AVCs.
Um pouco de sua história
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| Pais de Renate Sibylle (Jensen) Odebrecht. |
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| Território de Blumenau antes de 1931. |
O pai de Renate, Max Jensen, que foi sobrinho-neto de Rudolph Wilhelm Harro Jens Jensen, fundador da Cia Jensen, trabalhou como motorista da primeira caminhonete de correio entre Jaraguá do Sul e Blumenau, a qual pertencia a seu irmão, Richard Jensen. O bisavô de Renate, que também era parente do fundador da Cia Jensen - (pai), se casou na Dinamarca com Catharine Dorothea Schmidt (1829–1910) e se chamava Nicolaus Johannes Jensen (1823–1891).
Quando ainda era muito pequena, sua família se mudou para São Paulo, onde Renate estudou durante o período do jardim de infância e do primário. Também foi lá que residiam durante a Segunda Guerra Mundial, quando seu pai, Max Jensen, foi preso por falar alemão, já no período do Nacionalismo, juntamente com outros colegas e chefes. Max Jensen trabalhava na empresa Auto Union, uma montadora alemã formada em 1932 pela fusão de Audi, DKW, Horch e Wanderer, o que originou o logotipo dos quatro anéis. Após a Segunda Guerra Mundial, a Daimler-Benz adquiriu a Auto Union em 1958 e a vendeu para a Volkswagen em 1964.
Renate Sibylle (Jensen) contou no livro de sua coautoria, "Capítulos da História de Rio do Sul - 1850 - 1965 - Uma Viagem ao Passado", que era sobrinha de Friederich Fritz Carl Lorenz, ou Fritz Lorenz, de Timbó, e que ele ajudou sua família a libertar Max Jensen da prisão.
"Meu tio, Fritz Lorenz, industrial, viajou especialmente de Timbó, Santa Catarina, para São Paulo, para tirar meu pai da cadeia, comprando sua liberdade com dinheiro, como havia se tornado praxe naquela época. Muitos delegados e outras autoridades enriqueceram com essas transações." Renate Odebrecht, 2013.
O pai de Renate, Max, conseguiu um novo emprego, agora em uma oficina automotiva. Na época, as importações estavam proibidas. Com isso, as oficinas, para suprir a ausência de peças, transformaram-se em verdadeiras fábricas, que produziam peças automotivas no torno, chegando a abastecer o mercado e as lojas especializadas. Com isso, Max Jensen tornou-se um hábil torneiro, o que aumentou a renda familiar, mas, pessoalmente, de acordo com as palavras de Renate, ele nunca mais foi o mesmo.
O período em que a família viveu em São Paulo foi importante para a formação escolar de Renate Sibylle (Jensen) Odebrecht. Na época, Tecla, sua mãe, trabalhou em um salão de cabeleireiro, e a pequena Renate frequentava uma creche que ela chamava de Jardim de Infância de período integral, próxima à sua casa, que se localizava na região central, no bairro Campos Elíseos, distrito de Santa Cecília.
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| Bairro Campos Elyseos, 1881. |
| Campos Elíseos - bairro central da cidade de São Paulo, onde residiu a família Jensen. |
O loteamento do bairro seguiu um plano urbanístico sofisticado para a época, com ruas largas e planejadas para receber mansões, inspirado nos Champs-Élysées de Paris. A ocupação inicial foi marcada pela construção de residências luxuosas, muitas das quais ainda existem e são protegidas como patrimônio histórico. Durante o período da República Velha, Campos Elíseos começou a ganhar importância com a chegada das elites paulistanas advindas da produção do café.
Ali em São Paulo, em 24 de setembro de 1944, nasceu o irmão de Renate Sibylle Jensen (que tinha 10 anos): Max Jensen.
Naquela época, minha mãe, carregando meu pesado irmãozinho (de nome Max, assim como o pai) que sempre foi grande - tinha que ficar longo tempo na fila para conseguir um litro de leite. Só quem comprovava que tinha filho pequeno recebia a ração diária de leite, que tanto quanto a carne e outros comestíveis estavam racionados. O governo "vendia" grande parte dos alimentos brasileiros aos aliados. Consta que depois, em troca, recebeu vários navios carregados de produtos de plástico, o qual na época era muito ruim, fraco e quebradiço. Renate Odebrecht, 2013.
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| Colégio Divina Providência, Jaraguá do Sul. Fonte IBGE. |
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| Avô materno. Leopold Janssen, empresário e homem público, intendente de Jaraguá do Sul de 1920 - 1924, quando essa cidade ainda fazia parte do município de Joinville. |
Quando Renate se juntou à família, em Rio do Sul, ela começou seus estudos para o exame de admissão para o Instituto de Educação Maria auxiliadora - IMA. A família — composta por ela, seus pais e seu irmão — morava no sótão da residência de Alfred Odebrecht (família do futuro marido de Renate), localizada em frente à Casa Odebrecht, que estava alugada, na época, para a parteira da cidade, Dona Rosa. Não demorou muito a família se mudou para uma casa localizada próxima à balsa, local que deu origem ao embrião da Rio do Sul atual, local de um entreposto comercial.
"Cansei de ir ao acesso da balsa para catar lindos seixos rolados e parti-los sempre na procura de um diamante. às vezes havia um cristalzinho dentro da pedra. Acontecimentos importantes eram também as pequenas enchentes, as passagens das balsas de toras amarradas com cipó, que desciam o rio e abasteciam as madeireiras da região. Elas desciam de dia e de noite estas com uma pequena fogueira em cima iluminando a escuridão." Renate Odebrecht, 2013.
Renate conseguiu ingressar no Ginásio do Instituto de Educação Maria Auxiliadora (IMA), em Rio do Sul. O exame de admissão para o Ginásio teve prova escrita e oral. Amábile Dorigatti, amiga de trabalho do Professor Vilmar Vidor na FURB – Blumenau, foi classificada em 1º lugar, e Renate ficou com o 2º lugar. O curso compreendia quatro anos.
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| Primeira Turma que prestou o exame de admissão para o Instituto de Educação Maria Auxiliadora - IMA - Rio do Sul. |
"Lembro-me muito bem de minhas colegas de classe como por exemplo Amábile Dorigatti, que tornou-se freira salesiana e chegou a ser diretora de um colégio em Roma. Desde o início do ginásio eu me destacava nas redações de português, graças ao primário no Colégio Virgínia Matarazzo, em São Paulo. Lembro-me da querida Beatriz Pellizzetti, mais velha que eu e com quem eu conversava na hora do recreio, ela frequentava o Normal, curso que preparava professoras (as normalistas)." Renate Odebrecht, 2013.
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| Turma de formandas de 1948 - IMA. |
Renate deixou registrado no livro "Capítulos da História de Rio do Sul" que sua mãe, Tecla, assumiu a responsabilidade de sustentar a família e conseguiu construir a casa própria, na Rua Coelho Neto, Rio do Sul. Quando faltava dinheiro para a família e para a escola dos filhos, ela costurava vestidos para as filhas de Kati Bugmann, sua amiga pessoal do tempo de Jaraguá do Sul. O fato de Max Jensen não conseguir mais uma colocação de emprego fez com que a família vendesse a casa e se mudasse para Curitiba. No entanto, Renate ficou na cidade para terminar o ginásio no Instituto de Educação Maria Auxiliadora - IMA. Ela ficou morando com os Grunwald, que tinha uma filha de sua idade, a Anneliese. Renate formou-se no Ginásio em 1948.
"Nós tínhamos que usar meias compridas de algodão bege, presas com ligas de elástico acima dos joelhos, o que era péssimo para a circulação sanguínea e uma tortura no verão. As alunas internas eram obrigadas a tomar banho de camisola xadrez para não verem o seu próprio corpo e tinham proibição de falar com as externas." Renate Odebrecht, 2013.
No meio do ano de 1949, pouco tempo depois da mudança da família para Curitiba, quando completou 15 anos, surgiu a oportunidade para Renate cursar um estágio como Haustochter — dentro de um curso prático de Economia Doméstica (Hauswirtschaft) — no Hospital Santa Catarina, em Blumenau, então dirigido por diaconisas evangélicas alemãs. Atualmente o mesmo hospital faz parte da Empresa UNIMED.
Em Blumenau, na companhia de outras moças de famílias pioneiras do Vale do Itajaí, território antigo de Blumenau, recebeu educação cultural de maneira prática: Wirtschaft, isto é, administração, dispensação e manutenção em geral. Ocasião que, de acordo com palavras de Renate, a preparou para a vida.
Quando Blumenau comemorava 100 anos, em 1950, Renate conta que não puderam assistir à "Ópera Anita Garibaldi" de Heinz Geyer, pois as estagiárias do curso Economia Doméstica (Hauswirtschaft) não foram convidadas.
Foi uma grande frustração para nós estagiárias, pois como as Irmãs tinham um número contado de entradas, só levaram justamente as duas colegas que usufruíam de mais status, Nora Sander (de Blumenau) e Lili von Zoska (de Joinville). Também não tivemos incentivo para assistir ao badalado destile do Centenário de Blumenau. Renate Odebrecht, 2013.
Haustochter - Tradução literal: filha de casa. As meninas/moças recebiam educação de como ser "dona-de-casa" fazendo o trabalho (gratuitamente) para as irmãs do Hospital Santa Catarina. Trabalho duro. O que Renate disse:
Éramos alunas, mas tratadas como filhas, fazíamos as refeições com nossas professoras, não recebíamos salário algum e tínhamos que trabalhar o dia todo na cozinha, na copa, na portaria, nas enfermarias, na lavanderia. Lembro-me até hoje do ensino da técnica de como passar uma camisa para ficar impecável. Existe uma sequência, começa-se pela pala e assim por diante, bem como também como se lava uma parede sem que fiquem estrias e manchas. Renate Odebrecht, 2013.
Depois desse período, Renate se reuniu com a família em Curitiba, quando contava 16 anos. Ela conseguiu um emprego em que sua função era de estenodatilógrafa. De dia, trabalhava, e à noite, fazia o curso Clássico noturno no Colégio Estadual.
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| Em 1960, com 16 anos. |
Quando contava 20 anos, em 1954, ela começou a trabalhar na Cooperativa Agrária da Colônia de Entre Rios, em Guarapuava, PR. Um dos motivos pelos quais aceitou o emprego em outra cidade era o de tirar sua mãe, Tecla, de Curitiba, pois ela não levava uma vida fácil, já que seu pai Max não estava saudável e se tornou dependente do álcool. O irmão de Renate, Max, contava com 10 anos. Seu irmão Max e sua mãe Tecla, acompanharam Renate para Entre Rios.
O trabalho de Renate em Entre Rios era o de traduzir as atas do alemão para o português das assembleias que se encontravam atrasadas, secretaria a Diretoria e também era responsável pelo atendimento aos colonos que chegavam à Cooperativa Central e que falavam uma mistura de alemão com sérvio e croata. Mas permaneceu no local por pouco tempo, pois lá encontrou seu destino - Rolf Odebrecht.
Lá chegando, me deparei com pilhas de atas para traduzir, do alemão para o português; tendo sido contratada também e principalmente para este trabalho. Havia já dois anos que as atas de assembleias das cinco cooperativas filiadas (cinco aldeias) e da cooperativa central estavam acumuladas, para serem traduzidas. Renate Odebrecht, 2013.
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| Quando conheceu seu marido, o comendador Rolf Odebrecht, em Entre Rios PR. |
Foi em Entre Rios, interior do Paraná, que Renate conheceu seu marido Rolf Odebrecht, em dezembro de 1954, no seu primeiro dia de trabalho na Cooperativa. Rolf Odebrecht era Engenheiro Agrônomo, formado pela Escola Nacional de Agronomia do Rio de Janeiro. Rolf era nascido em Blumenau e neto de Emil Odebrecht. Contava 34 anos.
Rolf Odebrecht foi incumbido pelo Banco do Brasil de fiscalizar a aplicação do empréstimo feito à Cooperativa Agrícola da Colônia de Entre Rios, Guarapuava/PR, portanto era fiscal da Carteira Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, e estava sediado há dois anos na Colônia. Rolf também, era oficial da Reserva do Exército e permaneceu por 34 anos como fiscal da Carteira Agricola e Industrial do Banco do Brasil.
1954. Na Colônia de Entre Rios, Guarapuava. Donauschwabensiedlung. Eu fui trabalhar lá como tradutora, para traduzir atas da Cooperativa Agrária Central e das reuniões nas cinco Aldeias, para o português, o que era uma exigência do Ministério da Agricultura. Rolf era agrônomo do Banco do Brasil e trabalhava com crédito rural, o BB estava procurando um funcionário, agrônomo, que falasse alemão. Nós dois, solteiros, fazíamos as refeições na mesma pensão e assim os dois catarinenses foram conversando... Renate Odebrecht, 13 de junho de 2020.
Em Rio do Sul, Rolf Odebrecht adquiriu a casa da viúva Berti Jensen. Rolf também trabalhava na Comunidade Evangélica, onde atualizou os estatutos da comunidade, do Hospital Samária e da Escola Evangélica Ruy Barbosa, legalizou as terras da comunidade, e com Dr. Guilherme Gemballa à frente, fez surgir o Colégio Evangélico Ruy Barbosa - Curso Ginasial (5 a 8ª do curso básico), Curso Normal e Curso Científico (segundo grau) (atual Colégio Sinodal Ruy Barbosa). Também fundaram a Faculdade de Administração, instalando o St. Wiegand Eger como diretor e o marido de Renate, Rolf, como seu primeiro vice-diretor.
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| Rolf e Renate Odebrecht assistindo ao Show dos Velhos Camaradas no Lar Elsbeth Koehler. |
O marido de Renate Odebrecht, sempre ao lado dela também fundou o C. C. 25 de Julho de Rio do Sul. Na época, as reuniões aconteciam no Clube de Caça e Tiro. O centro cultural não teve continuidade, após a mudança da família e falecimento de Dr. Gemballa. O Casal Renate e Rolf eram frequentadores assíduos do C.C. 25 de Julho de Blumenau e seguidores do Coro Masculino Liederkranz. Quando residiam, os dois, no Lar Elsbeth Koehler, pediram para que o coro levasse o Show dos Velhos Camaradas ao local e assim aconteceu em novembro de 2016. Foi uma festa, como gravado no vídeo.
O projeto do C.C. 25 de Julho de Rio do Sul não prosseguiu, em parte porque a família, Rolf, Renate e filhos, mudou-se para Curitiba. Rolf Odebrecht fora transferido para Curitiba. Dois dos cinco filhos fizeram faculdade por lá.
Quando Rolf Odebrecht se aposentou, a família mudou-se para Blumenau. Residiram em uma casa que construíram no local onde residia o pioneiro Emil Odebrecht. (Próximo ao Terminal Fonte - de ônibus - que usou parte do terreno histórico dos Odebrecht) Nós os visitamos no local (Temos registros - mas não os encontramos, ainda) pela primeira vez, em 2006, e vimos a fotografia grande e original de Emil e de Bertha Odebrecht, sua esposa, na parede da sala íntima dos quartos. Emocionou.
Com a aposentadoria do Rolf, aconteceu nossa vinda para Blumenau, onde ele ainda tinha trabalhos a realizar. Agora já estamos há mais de 30 anos nesta cidade e construímos nossa casa no local exato onde era a casa de seu avó, o imigrante Emil Odebrecht, no começo do bairro Garcia, atrás do bosque mais que centenário que o patriarca plantou. Renate Odebrecht, 2017.
Em 2006, fizeram mais um trabalho juntos, de grande importância para as famílias, para Blumenau, Santa Catarina e Brasil que foi o livro "Cartas de Família Ensaio Biográfico de Emil Odebrecht". A nossa visita em sua casa, em 2006, foi para buscar o exemplar que nos fora presenteado. Na época, nos contaram que muitas vezes, ao transcreverem documentos e cartas do alemão para o português, choravam juntos, nas noites de trabalho. Faziam empatia com quem os havia escrito. Geralmente nas madrugadas. Além disso nos contaram que o livro contém mapas das expedições de Emil Odebrecht muitas cartas de família traduzidas além do anexo com o Ensaio Biográfico de Oswald Odebrecht Sênior, sogro de Renate Odebrecht e tudo que passaram para viver em um local que tinha tudo para ser construídos, e que muitas vezes são retirados da história de maneira deliberada, como observamos na cidade de Rio do Sul, quando não exploram mais a origem da cidade junto à balsa e ao Centro histórico, de fato, que não é formalizado. Fato que destacamos quando lecionamos no curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI - Rio do Sul.
Nós não somos escritores, nem historiadores, mas amamos História e somos pesquisadores de alguns assuntos contidos nos "Capítulos da História de Rio do Sul". O autor, rio-sulense, viveu cerca de 30 anos na região, como menino e adolescente, e depois como engenheiro agrônomo fiscal-visitante da Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil - andou de jeep e a pé por estas estradas e valadas. A autora viveu por 24 anos em Rio do Sul, como adolescente e depois como adulta, casada e mãe. O autor tem uma identificação marcante com seu avô, engenheiro Emil Odebrecht, o observador de caminhos e de seu pai Oswald.Os irmãos Oswald, Rudolf e Edgar Odebrecht foram dos pioneiros do comércio e da indústria da região. Rolf e Renate Odebrecht, 2013
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| Um dos melhores livros, sobre a História de Rio do Sul. Desprovido de ideologias. |
Comentamos isso, porque constatamos em pesquisa primária dos acadêmicos da UNIDAVI que a cidade de Rio do Sul, tem sua história fragmentada, esta questão nos levou a escrever sobre o assunto.
A língua que herdamos dos antepassados, a língua de origem, devemos resgatá-la, estuda-la, para que ela venha a ser verdadeiramente nossa. É mais do que uma língua estrangeira. Vem com ela todo o carinho dos pais, avós e bisavós, os seus costumes, os cheiros de suas casas e de seus jardins e quintais, as comidas, as canções de ninar, as músicas, os livros, as lembranças. Renate Odebrecht, 2019
| Evento da Semana da Imigração - C.C. 25 de Julho de Blumenau. |
Rolf Odebrecht, que era, então chamado Comendador, faleceu na madrugada de 10 de outubro de 2019. Era filho de Oswald Johannes Odebrecht (filho de Emil Odebrecht e de Bertha Odebrecht) e Else Odebrecht, nascida Else Leopoldine Alwine Voigt (1889 - 1977).
Rolf era o último neto vivo do engenheiro Emil Odebrecht e contava 99 anos. Rolf Odebrecht estudou na Escola Evangélica de Rio do Sul. Fez o curso ginasial no Colégio Santo Antônio, fundado pelo Padre José Maria Jacobs. Também na Escola Nacional de Agronomia no Rio de Janeiro, onde ser tornou engenheiro agrônomo e naquela cidade ainda fez o curso de preparação para Oficiais da Reserva. Rolf trabalhou 32 anos como agrônomo fiscal do Banco do Brasil, no interior de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Ele e Renate foram casados por 65 anos.
| Homenagens de vida que estavam nas paredes do Lar. |
| Rolf tinha 99 anos e Renate 85 anos. Faleceu em 10 de outubro de 2019. |
Renate Odebrecht, continuou residindo no Lar Elsbeth Koehler e vivia na companhia de amigos locais, sendo que a registramos na Oktoberfest Blumenau 2023, com 89 anos, na companhia de uma amiga, devidamente trajada e elegante, como sempre, assistindo ao Show dos Velhos Camaradas no Setor 4 do Parque da Vila Germânica. Sempre sorridente, mas agora, com um olhar que denunciava de que não estava na companhia de seu Rolf.
E no dia 10 de novembro de 2025, ontem, fomos surpreendidos, que Renate Odebrecht falecera, aos 91 anos. Ficou um desejo de escrever, ciente do quanto era vivaz, apreciadora de história, da história de sua terra, da terra dos seus antepassados. Fazemos esta ultima homenagem a esta mulher que soube tão bem estudar, sorver conhecimentos, compartilhar, não somente com seu amor Rolf Odebrecht, mas também com a sociedade que a cercava.
Assim, deixamos, aqui um resumo, um registro para a história, cientes de que há muito mais para contar.
É somente um resumo. A vida de Renate Sibylle (Jensen) Odebrecht foi interessante, densa a intensa.
Um registro para a História.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
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@AngelWittmann (X)
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Referências
ODEBRECHT, Rolf. Capítulos da história de Rio do Sul. Blumenau: Nova Letra, 2013. 248p.: il.
ODEBRECHT, Rolf. Cartas de família :ensaio biográfico de Emil Odebrecht e ensaio biográfico de seu filho Oswaldo Odebrecht Sênior; transcrição das cartas, da letra gótica para a latina: Emílio Odebrecht; traduções: Renate Sybille Odebrecht e Christiane Odebrecht Rupp]. - Blumenau: Ed. do Autor, 2006. - 574 p. :il.
GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil / Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução Pedro Jungmann. – São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. 2 t. (400 p.): il., retrs.
HUMPL, Max. Crônica do vilarejo de Itoupava Seca: Altona: desde a origem até a incorporação à área urbana de Blumenau; Méri Frotscher Kramer e Johannes Kramer (orgs.). – 1.ed. – Blumenau (SC) : Edifurb, 2015. – 226 p. : il.
KILIAN, Frederico. 1850 – 1950. Centenário de Blumenau. Préstito Histórico. Organização pela Comissão dos Festejos do 1° Centenário com a colaboração do 23° BI e Estabelecimentos de Ensino de Blumenau.
ODEBRECHT, Rolf. Cartas de família :ensaio biográfico de Emil Odebrecht e ensaio biográfico de seu filho Oswaldo Odebrecht Sênior; transcrição das cartas, da letra gótica para a latina: Emílio Odebrecht; traduções: Renate Sybille Odebrecht e Christiane Odebrecht Rupp]. - Blumenau: Ed. do Autor, 2006. - 574 p. :il.
GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil / Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução Pedro Jungmann. – São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. 2 t. (400 p.): il., retrs.
HUMPL, Max. Crônica do vilarejo de Itoupava Seca: Altona: desde a origem até a incorporação à área urbana de Blumenau; Méri Frotscher Kramer e Johannes Kramer (orgs.). – 1.ed. – Blumenau (SC) : Edifurb, 2015. – 226 p. : il.
KILIAN, Frederico. 1850 – 1950. Centenário de Blumenau. Préstito Histórico. Organização pela Comissão dos Festejos do 1° Centenário com a colaboração do 23° BI e Estabelecimentos de Ensino de Blumenau.


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