sábado, 17 de outubro de 2020

Michael Lochner - de Die Odenwälder à Herr Schmidt - Da Alemanha ao Brasil.

 Em ritmo de Oktoberfest Blumenau 2020.


Muitos foram os músicos  que conheceram o Brasil, através do Oktoberfest Blumenau e permaneceram morando no país e na região - dando sequência ao intercâmbio entre Alemanha e Brasil iniciado em 1850, na região da antiga Colônia Blumenau, e antes ainda, com a vinda dos imigrantes alemães de São Pedro de Alcântara, como por exemplo, a família Wagner (História no final da postagem).
Uma das dezenas de bandas alemãs que se apresentaram no Oktoberfest Blumenau foi a Die Odenwälder. Em sua primeira vez no Oktoberfest Blumenau, no  ano de 1990, trouxe entre os vocalistas,  o vocalista e músico  Hans Jurgen Jopp (Link de sua história - no final) e depois, no ano de 1992, a banda retornou com um novo vocalista: Michael Lochner, que fazia grande sucesso com o grupo da banda. Die Odenwälder geralmente se apresentava no Pavilhão "D" - Ginásio de Esporte Galegão adaptado  para as apresentações das bandas durante o Oktoberfest. No palco deste, Michael Lochner tomava a bandeira do Brasil e subia no local mais alto e mais próximo ao público - que aplaudia a performance da banda alemã. Sucesso. 



Atualmente Michael Lochner - reside e trabalha na cidade de Pomerode. Canta e toca na Banda Herr Schmidt, onde está também o primeiro vocalista da Die Odenwälder, Hans Jurgen Jopp, entre outros nomes da música regional, como por exemplo, o Lino.
Michael Lochner - Da Alemanha para o Brasil.

Michael Lochner nasceu em Frankfurt am Main em 19 de fevereiro de 1967. Com 8 anos de idade iniciou suas aulas com gaita. Depois passou aos estudos com violão e guitarra. Nesse período participou do coro da escola. Fez parte de sua formação musical, dois anos de estudos com saxofone no Instituto de Jazz de München - Neue Jazzschool München e.V..

Neue Jazzschool München e.V.
Michael sempre possuiu gosto pela música e esta sempre esteve presente na sua vida - na Alemanha e também no Brasil. A música o trouxe para o Brasil.
Na Alemanha fez parte da banda de rock "Don't Eat Yellow Snow" e da banda Funpunk "Die Freunde vom Chef". Em 1993, recebeu o convite para ser o vocalista e tocar na Banda Die Odenwälder, durante sua passagem na edição do Oktoberfest Blumenau deste ano e depois, retornou nos anos seguintes. Até então, o vocalista foi Hans Jurgen Jopp, o qual não o conhecia. A capa desta postagem é registro do Oktoberzeitung do dia 5 de outubro de 1993, o qual ilustra o sucesso que se tornou o Die Odenwälder a partir deste ano. 

Canção  Hey Brasil - cantada por Michael Lochner no Oktoberfest Blumenau 1993.


Nós prestigiávamos todas as apresentações e quase sempre - o ponto máximo acontecia quando Michael Lochner tomava a bandeira do Brasil nas mãos e agitava, antes, durante ou depois da canção  Wind Of Change - da banda alemã Scorpions, com direito assovio e tudo. Naquela época, não  existia a tecnologia de hoje e, portando, não fizemos  registros como nos é possível fazer hoje. Contamos que Michael Lochner possa compartilhar reproduções de registros de seu acervo histórico, para colocarmos e ilustrar esta história, para a História. 
Para relembrar, apresentamos um vídeo da canção de maior sucesso que Die Odenwälder apresentava, interpretada por Michael Lochner -  Wind Of Change - da banda alemã Scorpions. A foto do Oktoberzeitung da capa desta postagem, reporta a este momento da canção do Scorpions, pois eram acendidas este tipo de luz nas mãos de todos.
Em 1996, Michael Lochner, já residindo no Brasil e com os cabelos curtos, fez parte da Banda Cavalinho, novo nome da antiga Cavalinho Branco fundada por Rikobert Döring no final da década de 1970.
Na Banda Cavalinho.

Na Banda Cavalinho.
Michael Lochner e Markus Blumenschein -  28 de maio de
2019 - posse da Cônsul Honorária da Alemanha em
Blumenau e região – Susanne Klemz Adam.
Em maio de 2013, Lochner começou a apresentar o programa  Jetzt geht's los (Agora vai, na tradução livre do alemão). O programa era semanal e ia ao ar todos os sábados, ao meio-dia, na Rádio Nereu Ramos de Blumenau. Os ouvintes podiam acompanhar semanalmente, uma hora de programação pouco usual para as rádios brasileiras. O projeto foi idealizado por Markus Blumenschein. 

"Grande parte dos imigrantes alemães vieram para o Brasil há 150 anos. Eles não tinham uma comunicação fácil com a Alemanha. Quando cheguei aqui, nos anos 1990, eles ainda eram muito conservadores. Hoje as coisas estão começando a melhorar". Michael Lochner - entrevista à DW Brasil. 

Para Michael Lochner, a ideia do Jetzt geht's los era de mostrar um "lado musical contemporâneo" da Alemanha. Houve resistência de parte da comunidade alemã do Sul do Brasil, como também haveria em algumas regiões da Alemanha (ver comentário no final). O programa poderia ser ouvido em todo o Brasil e no mundo, via internet pelo site da emissora de rádio.
Em  2015/1916, Michael Lochner fundou, com outros músicos, a Banda Herr Schmidt, já residindo em Pomerode SC. A banda continua fazendo música até os dias atuais e se apresenta, no Oktoberfesr Blumenau e na Festa Pomerana, entre outros eventos culturais na região e no Brasil.
Seu lançamento aconteceu na Festa Pomerana de 2016 e neste tempo, Hans Jurgen Jopp, ainda não fazia parte da formação da banda.

Lançamento da banda Herr Schmidt na Festa Pomerana 2016.


Festa Pomerana - Janeiro de 2016 - Herr Schmidt sendo apresentada e lançada.
Nesse tempo, Hans Jurgen Jopp ainda não participava do Herr Schmidt e o que deveria estar sendo sondado, quando encontramos os dois amigos francos em Pomerode, no aniversário do G.F. Alpino Germânico, em 18 de setembro de  2016. Ambos, foram ex integrantes do Die Odenwälder.
Die Zwei Franken - Hans Jurgen Jopp und Michael Lochner.
Herr Schmidt no Oktoberfest 2019 - com Hans Jurgen Jopp.
Este reencontro musical de amigos e conterrâneos no Brasil, não demorou muito para resultar em outros projetos. Em janeiro de 2019, Michael Lochner e Hans Jurgen Jopp, apresentam o Die Zwein Franken (Os dois francônios) na Festa Pomerana, com um repertório divertido munido de canções pop's da Alemanha. Assistimos uma de suas apresentações em Pomerode, em janeiro de 2019.
Hans Jurgen Jopp und Michael Lochner.

Com Die Zwei Franken - Festa Pomerana 2019.
Palavra de Michael Lochner:

A música é meu grande sonho. Eu consegui viver da música com a Banda Cavalinho entre 1996 e 2001. Atualmente a música é meu hobby. Eu gosto muito de tocar, principalmente, poder interagir com o público. Energia muito positiva. Michael Lochner

Michael Lochner se formou em psicologia em 1993, ano da primeira viagem ao Brasil, na Julius Maximilians Universität Würzburg. Especializou-se em Psicologia do Trabalho, Organização e também, em Psicoacústica
Julius Maximilians Universität Würzburg.

Atualmente, no Brasil, na cidade de Pomerode, além de fazer música, é o Gerente de Marketing da Weiku.

Michael Lochner  - Palestra on line - Weiku.
Curiosamente, esteve presente, de maneira virtual, em uma de nossas aulas, na Disciplina de Materiais e Revestimento - curso de Arquitetura e Urbanismo, falando sobre aberturas de PVC e as vantagens dos produtos com isolamento térmico acústico.
Outras imagens de Michael Lochner e a Música
Michael Lochner e Lino - 28 de maio de 2019 - posse da Cônsul Honorária da Alemanha em Blumenau e região – Susanne Klemz Adam.












Dezembro de 2021 - comemoração de 20 anos, quando  Arnd E. Kilian me convenceu Michael a trabalhar na Weiku. Como o "músico popular" se tornou um "construtor de janelas". Noite especial - 20 anos Weiku.





Registros para a história.
Aguardaremos os antigos registros desta história - por enquanto resume-se ao jornal.

Um comentário

Michael Lochner nasceu em uma região e cidade que historicamente foi dominada culturalmente, por culturas fortes e dominantes, ao longo de sua história, por pelo menos, duas vezes (romanos e americanos). Os dominadores, que chegaram ao local em tempos históricos distintos, impuseram sua forma de viver e muitas vezes, desmereceram as práticas nativas locais. Como acontece em todo o lugar do mundo - sob a ótica da antropologia. Alemanha, mesmo sendo territorialmente muito pequena, é tão rica sob o aspecto da diversidade cultural, quanto o Brasil o é, com o território continental.
Michael, comenta algo sobre os descendentes dos imigrantes alemães que fundaram as cidades do Vale do Itajaí estarem estagnadas, quanto às práticas musicais, por exemplo - "...Serem conservadores!"...Que poderá, também ser visto, como um tipo de tradição. 
Após alguns anos de pesquisas e estudos sobre Alemanha e sua cultura, podemos afirmar que há pessoas de outras regiões da Alemanha (Além de Frankfurt e região), que não foram submetidos, muitas vezes por vias bélicas, à outras práticas e que, prezam a sua tradição (e continuam conservadores). Nestes locais, quanto mais ancestral  forem as práticas, melhor. Muitos locais da Alemanha, fazem questão de ensinar aos seus filhos, o dialeto ancestral e tudo o mais ligado às práticas de suas tribos antepassadas. Tradição é atemporal. Vimos inúmeras festividades em agrupamentos "medievais" por onde passamos na Alemanha.
Frankfurt, cidade de Michael, foi dominada pelos romanos e depois pelos americanos, agora recentemente, após a 2° Guerra Mundial. É claro que muito de suas práticas - dos dominantes - permaneceram no local, destoando de outras, de outros locais. Talvez isto explique o porque desta cidade, Frankfurt, ser uma das poucos cidades da Alemanha que possua arranha céus, ou, a verticalização, não muito bem vista em outras regiões do país. Alemanha possui mais de 85% de sua população vivendo em cidade médias e pequenas, com menos de 10 mil habitantes. Portanto, para os brasileiros que acreditam que "alemão é tudo igual", não é não. Depende sempre de qual lugar da Alemanha, "o alemão" nasceu. Em outras bandas alemãs, que chegaram para tocar no Oktoberfest Blumenau, encontramos muitos alemães - músicos, mas muitos mesmos, e vimos também lá na Alemanha, que vivem intensamente a tradição ancestral. 
Entre estas diversidades culturais, dentro da Alemanha, há muito etnocentrismo e "duelos", como na época feudal, só que agora, na brincadeira. Vimos isto no local. Sugerimos a leitura do primeiro texto na lista de leituras complementares desta postagem (abaixo). Lembramos também, que a região de onde vieram os Pomeranos não teve contato com o Francos e nem com  Romanos, que interferiram muito nas práticas da região mais ao Sul da Alemanha. Hermann, o primeiro herói alemão, não permitiu o avanço romano para o norte do Danúbio. O assunto é extenso... Deixamos a dica, que sempre é bom refletir antes de generalizar as práticas culturais das várias regiões da Alemanha e dos locais distintos, do Brasil, por exemplo, para onde vieram diferentes tipos de imigrantes alemães e continuam vindo. Evitar o etnocentrismo. 







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