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Momento da inauguração do Monumento ao Soprador de Cristal de Erwin Curt Teichmann, em 18 de dezembro de 1980, às 19,00 horas, na praça Jorge Lacerda, bairro de Itoupava Norte (Bairro onde a família Teichmann residiu antes de mudar-se para Bela Alliança - atual Rio do Sul) - Blumenau. O monumento de cristal é uma obra de 3 metros de altura. No momento da inauguração estiveram presentes – a convite do Prefeito Renato de Melo Vianna - os diretores e funcionários das fábricas de cristais Blumenau e Hering. Ao pé do monumento foi colocado uma placa com a inscrição de um poema de Lindolf Bell – residente de Blumenau – nascido em Timbó. Fotografia de fotografia original, exposta no Museu Teichmann - Pomerode SC. O Escultor Erwin Curt Teichmann e o Prefeito de Blumenau. |
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Fotografia de fotografia original, exposta no Museu Teichmann - Pomerode SC. O Escultor Erwin Curt Teichmann. |
Desde que chegamos à região para desenvolver o estágio de eletrotécnica na firma Waltec S/A., ouvimos falar do nome Erwin Curt Teichmann. Depois de alguns anos, nós casamos e entre os presentes de casamento, achávamos que tínhamos recebido duas peças de Teichmann. Visitando a cidade de Pomerode, que não é algo difícil de acontecer, visitamos algumas vezes o local onde foi a residência e ateliê do artista, em uma das vezes, encontramos sua esposa Hertha, pintando Bauernmalerei em pratos de madeira torneados na companhia de passarinhos (Fotografamos - e tentamos encontrar estas fotos em nossos arquivos-o que acontecerá em algum momento do futuro). Em síntese, faz aproximadamente 40 anos que convivemos com o nomes de Erwin Curt Teichmann como um dos nomes da arte da região e acabamos de descobrir, não suficientemente valorizado, se for considerado sua obra e vida.
Em 20 de outubro de 2021, resolvemos parar mais uma vez na casa localizada ao lado do Portal de Pomerode e encontramos seu filho mais jovem - Arno Hercílio Teichmann (1942), que nos contou um pouco sobre a personalidade e vida de seu pai e também, de seus irmãos: João Dieter Teichmann (1940), Hermann Theichmann (1938) e a mais velha - Ingeburg Teichmann (1934), casada - Schoenau.
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Ingeburg Teichmann (1934), casada Schoenau trajada para o carnaval - fantasia de salão como era o carnaval na Alemanha (Link no final da postagem). Recebemos informações de maneira informal, que Ingeburg (Teichmann)Schoenau foi Professora no Colégio Luiz Delfino - Blumenau. Fotografia de um dos quadros do Acervo do Museu Teichmann - assinado por um dos inúmeros amigos do artista. |
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Hermann Theichmann (82 anos) e Sanda Meri Wachholz (70 anos) - Festa Pomerana 2019. Hermann Theichmann foi escultor como o pai Erwin Teichmann. |
Conversando com Arno Hercílio Teichmann... |
Navio Hoepcke. |
Os pioneiros Joseph, Anna Teichmann e filhos migraram da cidade do norte da Alemanha, Kiel, para o Brasil, em 1913. Desembarcaram na Ilha das Flores, Rio de Janeiro, de onde viajaram para o Porto de Itajaí com o Navio Hoepcke e depois, para Florianópolis. O navio foi construído no Estaleiro Hoepcke, cuja história contamos no Blog - link no final desta postagem. Depois de desembarcar em Florianópolis, a família ficou alojada no barracão dos imigrantes, na cidade de São João Batista. Para sobreviver, venderam parte de seus pertences, até o momento que Joseph encontrou um trabalho em Blumenau, lembrando que ele exercia a profissão de professor na Alemanha e entalhava madeira. Em Blumenau, Herr Teichmann foi trabalhar na fábrica Empresa Industrial Garcia S/A como Modelltischler - em português, é aquele que produz moldes de madeira. Na época, de guerra, as fábricas tinham dificuldades em importar peças e máquinas, e então tinham um setor de manutenção e confecção de maquinários, local onde foi trabalhar Joseph, na modelagem de moldes de peças. A sua família continuou a morar em São João Batista, cuja picada se dava através da estrada antiga, pela Rua da Glória, em Blumenau até Guabiruba e Brusque. Ele veio sozinho até arrumar lugar para a família morar, em Blumenau. Neste tempo, de acordo com Arno Hercílio Teichmann, o pequeno Erwin Curt Teichmann ficou doente. Anna Teichmann, esposa de Joseph e mãe de Erwin percorreu o trajeto entre São João Batista e Garcia - Blumenau, à pé, para encontrar o marido e pegar dinheiro para comprar o remédio e tratamento do pequeno Erwin.
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Figura 26 do livro "A Ferrovia no Vale do Itajaí - Estrada de Ferro Santa Catarina" - Localização da picada que ligava Garcia à Brusque e de Brusque - na sequência, se chegava a São João Batista. Caminho que Anne Teichmann percorreu a pé. |
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Trajeto aproximado percorrido à pé por Anna Teichmann. |
Joseph Teichman era dotado de formação acadêmic, cultura e tinha como hobby, a prática musical muito comum no Norte da Alemanha - o canto coral. Já residindo com toda a família em uma residência no Bairro de Blumenau, Itoupava Norte, que tinha forte ligação com a comunidade Altona, atual bairro de Itoupava Seca, formou um grupo de canto coral de quatro vozes, contando com os membros de sua própria família. Nesta comunidade de Itoupava Norte, que ligava com Altona via balsa, mais ou menos no atual local da ponte Santa Catarina, Joseph começou a trabalhar como professor na Escola Alemã, a mesma escola do Professor Max Humpl e que por certo devem ter se conhecido. Esta Escola Alemã é a atual E.B.M. Machado de Assis, encampado pelo governo brasileiro na período do Nacionalismo.
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Imagem do livro "A Ferrovia no Val do Itajaí - Estrada de Ferro Santa Catarina" - Porto de Cargas de Itoupava Seca, aos fundos, a balsa que efetuava a ligação entre Itoupava Seca e Itoupava Norte, mais ou menos no local onde está localizada a escultura "Soprador de cristal" de Teichmann. |
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Período do Nacionalismo - Os nomes alemães eram traduzidos para o Português, o que gerava muita confusão. O nome de Joseph Teichmann grifado, como um dos 126 professores presentes nesta reunião de trabalho. |
A partir de informações sobre Joseph Teichmann, conhecidas durante a entrevista com Arno Teichmann, fomos pesquisar e constatamos que Joseph Teichmann não somente fundou grupos de canto coral, como também, foi um dos regentes do tradicional Coro Masculino Liederkranz sobre o qual resgatamos a sua história (Comemoravam somente o tempo passado no C.C. 25 de Julho de Blumenau, com direito às comemorações dos 50° - quando descobrimos que na verdade, era um coro centenário).
De acordo com KORMANN, a grande movimentação aconteceu entre os anos de 1920 e 1935 e realmente tudo acontece de fato, quando houve a fusão da Sociedade Teatral "Frohsinn" (24/06/1860) e o Coro Masculino Liederkranz (26/05/1909) em 1936, formando então a Sociedade Dramático Musical "Frohsin", iniciativa do Prefeito de Blumenau, Curt Hering.
Mas qual a relação desta história com a família Teichmann? Observem a lista dos primeiros Regentes do Coro Masculino Liederkranz registrados por KORMANN.
Muito interessante e é claro, uma informação a mais, para esta história, cujo cenário foi a Colônia Blumenau. Para ler a história do Coro Masculino Liederkranz, acessar o link no final desta postagem. Mesmo estando vivendo uma certa estabilidade, a situação da família, que ainda não possuía um lote colonial, e que residiam em uma casa alugada deixava Anna Teichmann inquieta a ponto de alertar o marido Joseph, sobre os principais objetivos que os instigaram e vir para o Brasil - possuir um pedaço de terra para cultivar. Insistiu tanto, que em 1921, Joseph adquiriu uma gleba de terra virgem na localidade de Albertina, pertencente a Bela Alliança - atual município de Rio do Sul SC - Alto Vale do Itajaí. Neste período Erwin Curt Teichmann tinha 15 anos de idade e seu irmão, 18 anos de idade. Ambos ajudavam muito, nas tarefas da propriedade da família.
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Propriedade rural, na região de Rio do Sul, mais ou menos neste período que família Teichmann mudou-se para o Alto Vale do Itajaí.
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1° Igreja da Comunidade luterana de Rio do Sul e provavelmente onde Erwin Teichmann foi confirmado. |
Erwin, que tinha nascido em 27 de julho de 1906, batizado em 4 de novembro de 1906 (Em Kiel - Alemanha), fez sua confirmação em 7 de novembro de 1920 na Igreja Luterana de Rio do Sul, na época do Pastor Emil Rahn, que ficou na comunidade entre 1920 até 1924. A cerimônia aconteceu no ano que a igreja foi criada em Rio do Sul.
Lembrança da confirmação - com ricos detalhes, feitos à mão por alguém muito zeloso e caprichoso. Foto do documento original - parte do Acervo Teichmann. |
A Igreja Luterana de Rio do Sul em 1927, decorada para a Confirmação. |
Em 1933, Erwin se casou com Hertha Weiss (da cidade de Golda - da Prussia) que imigrou em 1925 e nasceu em 1914, mais nova que Erwin 8 anos. O casamento aconteceu em 11 de março de 1933.
A mãe de Erwin Curt Teichmann, Anna, falou-lhe algo semelhante ao que havia dito ao marido ao Joseph, seu pai. Disse-lhe que Erwin precisava arrumar um trabalho fixo, para garantir o sustento da família. Até a idade de 27 anos, Erwin Curt Teichmann trabalhou com o pai. Aprendeu a trabalhar com madeira na companhia do pai, que efetuava o acabamento artístico em mobiliário de madeira - a partir da marcenaria, em Rio do Sul. Também ajudava a cuidar da propriedade rural que construíram a partir da mata nativa, dentro de um processo de fixação conhecido por todos os pioneiros e parte da história de fundação de inúmeras cidades na região, a partir: da construção da casa provisória, derrubada da mata para abrir espaço para a lavoura, pasto e também, para o local da casa permanente, geralmente construída com parte da madeira derrubada no local.
Em um determinado dia, Erwin acompanhava a esposa Hertha ao Stadtplatz da Colônia Blumenau para tratamento de saúde. Viajavam no trajeto, entre Blumenau e Rio do Sul, de trem, cujo trecho até o ponto de Rio do Sul, foi inaugurado em 1933, no ano de seu casamento, quando foi inaugurada a estação ferroviária de Rio do Sul.
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Estação ferroviária de Rio do Sul - inaugurada em 1933.
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Prefeito de Blumenau Alberto Stein. |
Arno Hercílio Teichmann narra que, quando ia visitar seu avô Joseph Teichmann, em Rio do Sul, ia de trem.
Em uma de suas inúmeras viagens de Rio do Sul ao centro da antiga Colônia de Blumenau, de trem, alguém informou a Erwin, de que havia uma vaga de professor na Escola Municipal da localidade de Testo Central, localizada entre a sede de Blumenau e a nucleação urbana de Pomerode. Enquanto sua esposa Hertha era atendida no Hospital, Erwin foi falar com o prefeito de Blumenau, no cargo em 1936 - Alberto Stein. Erwin encontrou o prefeito e começaram a conversar (em alemão), aí o prefeito perguntou: " O senhor também fala português?". Conta Arno Teichmann, que Erwin "se virou para o português e começou a falar com o homem" no idioma. Em 1937, começou a trabalhar nesta escola - Escola Municipal de Testo Central, como o primeiro professor a lecionar em português.
A Acervo de bibelôs criados por Erwin Curt Teichmann.
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Professor Erwin Curt Teichmann com sua turma - na escola. |
Sua carreira como professor não foi longeva. Em 1939, foi sancionada uma lei que professores estrangeiros não poderiam lecionar (em cidades fundadas por seus compatriotas) - período do Nacionalismo de Getúlio Vargas e Nereu Ramos, governo federal e estadual respectivamente. Erwin foi exonerado de suas funções docentes.
Mas esta passagem em suas vidas, foi suficiente para que Erwin Curt Teichmann e sua família fossem residir em Pomerode.
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Primeira Casa da família - em Pomerode - denominada pela família de "Casa Velha" - Althaus. |
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Pomerode 1930/1940 - Acervo Oscar Handke. |
Para sustentar e prover a casa, desempregado, resolveu investir no trabalho artístico com a madeira, ofício que aprendeu com seu pai Joseph e que poderia evoluir e produzir sob outras formas. Não tardou muito e fez várias exposições, em Blumenau e fora do Estado de Santa Catarina. A primeira foi em Blumenau, logo no ano seguinte, em 1940. Fez amizade com muitas pessoas da cidade, como por exemplo - o comerciante Willy Sievert.
Passou a se dedicar exclusivamente à arte. Talvez tenha sido o primeiro artista na região do Vale do Itajaí - Médio Vale do Itajaí, como escultor. Sua primeira exposição - 1940, aconteceu no novíssimo Teatro Carlos Gomes com o austríaco Alfred Zangerl - que tornou-se seu amigo pessoal. Este residia no Rio do Janeiro e era gravador e pintor. O Zangerl, expunha as gravuras e Erwin, as esculturas. Para a primeira amostra, foi um sucesso.
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Obra de Zangerl. Fonte: Wikipedia Cammons. |
ZANGERL, Alfred. Bregenz, Áustria, 1892 – Blumenau/SC, 1946. Artista gráfico, desenhista e pintor. Nasceu em 2 de fevereiro de 1892. Estudou em escolas de artes aplicadas de Hamburgo e Munique, Alemanha, onde também frequentou a Academia de Artes, sendo aluno de Ângelo Jank. 1918 e 26: exposições em Insbruck. 1925: percorreu a Itália e a Alemanha apresentando seus trabalhos. 1926/27: participou da exposição Artistas Tiroleses, em Munique e Viena, Áustria. 1929: passou a residir em Wernigerode, Alemanha, mas no mesmo ano imigra para Nova York, posteriormente para Argentina e Brasil, permanecendo em Petrópolis/RJ. Viajou para Santa Catarina, onde tornou-se amigo do escultor Erwin Teichmann. Em 1940 ambos apresentam exposição no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau. Zangerl apresentou 60 aquarelas austríacas, a maioria com paisagens do Paraguai (onde presume-se que foi casado), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Em Pomerode/SC, residindo na casa de Teichmann, desenhou o retrato do amigo e de sua esposa. Também em Pomerode pintou afrescos no teto do Hotel Oásis, já demolido e, em Rio do Sul/SC, pintou os 4 Apóstolos na Igreja Evangélica local. Faleceu no Hospital Santa Catarina no dia 11 de janeiro de 1946, sendo enterrado na mesma cidade. Suas obras, entre desenhos, pinturas e gravuras, foram levadas, em 1955, para Munique pelo escultor Teichmann. BORTOLIN, Nancy Therezinha. Indicador Catarinense de Artes Plásticas. 2.ed.rev ampl. . Itajaí: Ed. UNIVALI; Florianópolis: Ed. UFSC, FCC, 2001. MASC
Há inúmeras obras de Zangerl no acervo Erwin Teichmann - no Museu Casa Erwin Teichmann..
O artista, não somente fazia esculturas em madeira, mas também, moldes para bustos de personalidades. Fez o molde do busto de Curt Hering, Coronel Feddersen, Paul Werner, que conheciam da época da Altona.
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Busto do Coronel Peter Christian Feddersen que sumiu do local após obras públicas na região - link no final desta postagem. |
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Molde original do Busto de Feddersen Museu Erwin Teichmann. |
Erwin poderia ter conhecido os Werner da firma Altona, como também outras personalidades do local.
Nem uma ano após estar desempregado da Prefeitura, em 1940, aconteceu a primeira exposição, de muitas. Em média, uma por ano. Fez muitos contatos, principalmente em Blumenau, quando conheceu o comandante do 23 BI - Quartel de Blumenau, que facilitou sua exposição na capital do Brasil, em 1945. Seguiu para o Rio de Janeiro com uma carta de apresentação do Frei, diretor do Colégio Santo Antônio e também, orientações de seu amigo Willy Sievert. Na ocasião Willy Sievert disse ao Teichmann, que ele precisaria levar uma pequena quantia em dinheiro, caso houvesse um imprevisto e lhe emprestou um valor. A primeira exposição no Rio do Janeiro foi um sucesso. Das 53 obras que levou, vendeu mais da metade. Para um novo artista, este foi um bom resultado e neste mesmo momento, agendou uma nova exposição para o ano de 1947.
Em 1946 fez a exposição na Galeria Itá, São Paulo e também, em Porto Alegre, local onde lhe despertou um dos motivos que apreciava esculpir: os cavalos, ao lado das mulheres.
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Fotografia de um estudo de cavalos, do acervo do Museu Erwin Curt Teichmann. Dimensões. |
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Automóvel Ford 1940. |
Em 1947, Erwin Curt Teichmann, à convite, viajou com seu amigo Willy Sievert para Caxias do Sul. Viajaram até Caxias do Sul de automóvel, um carro Ford de 1940, conhecido de Luy. Surpreendeu neste episódio, o fato de que Erwin foi reconhecido na firma onde Willy Sievert foi efetuar acertos de negócios. Foi levado à presença do Presidente da Firma. Nessa época Erwin foi contratado para fazer as portas da Basílica de Belém do Pará, obra assinada por ele. Fez as portas em alto relevo, em madeira.Existe um registro de 1947 da entrega desta portas em Belém do Pará.
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Erwin Curt Teichmann e Hertha Teichmann reproduzidos por diferentes nomes da arte em diferentes técnicas, amigos do artista. fotos das obras integrantes do acervo do Museu Erwin Curt Teichmann. |
De 1947 até 1954 fez exposições e trabalhos em algumas regiões do Brasil, com mais frequência, em Porto Alegre. Em 1953, expôs no bicentenário de Curitiba. Em 1954 a última exposição em Porto Alegre. Em 1946, conheceu Arthur Leopold Schmidt em São Paulo, durante sua exposição. Schmidt leu a notícia sobre e exposição no Jornal e encontrou um artista de Pomerode em São Paulo.
Também a Porcelana Schmidt não estava muito tempo em Pomerode. Fazia somente um ano que a Porcelana Schmidt estava em Pomerode. Antes disto, era a Porcelana Real S/A, fundada em Mauá - que explica a coroa da marca, por Fritz Schmidt e seus irmãos em 23 de setembro de 1943, quando foi fabricado o primeiro jogo de jantar completo de porcelana branca, no país e na América do Sul. Em 1945, a Família Schmidt decidiu mudar-se novamente para Santa Catarina, com a ideia fixa de fundar a Porcelana Schmidt que aconteceu em 19 de dezembro do mesmo ano.
Os fundadores, juntamente com Hans Herwig Schmidt, foram: Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt, Rodolph Pedro Schmidt. Então, Arthur Schmidt não poderia ter conhecido Erwin Curt Teichmann antes desta data, em Pomerode, que coincidentemente foi conhecer em sua cidade, São Paulo e a partir de então houve mudanças de rumos na vida do artista.
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Porcelana Schmidt.
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Em 1955, um dos sócios da Porcelana Schmidt, Arthur Leopold Schmidt contratou Erwin Curt Teichmann. Enviou o artista para a Alemanha para se aprimorar. Este ficou na Europa estudando e pesquisando. partiu março/abril de 1955 em um voo da KLM e permaneceu na Europa por 8 meses, na Alemanha e na Itália. Na Alemanha visitava as fábricas, artistas, e trocavam impressões com pessoas ligadas às artes plásticas e técnicos. A Porcelana Schmidt, visionariamente, encaminhou o artista para este se aprimorar e trazer novidades no setor de criação, tal como fizeram com Schmidt que trouxe o processo de produção de cerâmica para o Brasil - depois de um estágio patrocinado na Alemanha, por parte de seu patrão.
E assim aconteceu. Teichmann criou muito, nos anos que trabalhou na Porcelana. Criou conjuntos de jantares e café inéditos e desenvolveu a arte do bibelôs de porcelana. Nós fotografamos muitos anjos durante pesquisas em cemitérios e descobrimos durante esta pesquisa, que são criação e arte de Erwin Curt Teichmann.
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Acervo Museu Teichmann - de Trabalho de Erwin Teichmann na Porcelana Schmidt. |
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Modelagem de vaso - criação do artista - Acervo do museu Erwin Teichmann. |
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Anjo de porcelana colocado como decoração cemiterial, nos cemitérios da região, sem o esmalte. Parte do acervo de Erwin Teichmann. |
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Anjo de porcelana produzido na porcelana Schmidt, criado por Erwin Curt Teichmann - em um cemitério de Indaial. Encontramos este adorno cemiterial, praticamente em todos os cemitérios da região. |
Ao retornar para o Brasil, Erwin Curt Teichmann foi trabalhar na área da criação da Porcelana Schmidt e ajudou a empresa ser uma das maiores empresas do ramo de porcelana, não somente em tecnologia, mas também na parte da criação e arte. Sem a arte de Teichmann, os produtos da Schmidt seriam outros, não tão aprimorados, requintados, criativos e artísticos quanto foram. Referência mundial.
Arno Hercílio Teichmann nos contou que a primeira coisa que seu pai fez na Porcelana Schmidt, foi de implementar uma produção de decalques para decorar as porcelanas. Em sua própria casa, sob a escada, montou uma sala escura para fazer sunscreen. Conseguiu fazer decoração de decalques que fechavam bem as cores que deveriam ficar fixa. Isto em sua casa em Pomerode. O Rodolf, o técnico de arte, pegou o material e fez as mesas de impressão a partir da ideia básica de Erwin Curt Teichmann orientou e sua maquete, para as três fábricas de porcelana do grupo. Em 1946, o primeiro contato com porcelana, aconteceu em São Paulo, quando Schmidt deixou determinado que a fábrica de Pomerode estava a sua disposição e que ele tinha a liberdade de desenvolver o projeto que desejasse. Começou a modelar bibelôs, coisinhas miúdas, que depois iam para a produção. Com isto, Erwin Curt Teichmann teve a oportunidade de ter contato com materiais como a cerâmica, ampliando suas técnicas de arte, que já era muitas.
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Jogo de jantar da Porcelana Schmidt - criação de Erwin Curt Teichmann. Pegado na forma de "gota d'água. |
Na fábrica da Porcelana Schmidt assumiu a direção técnica - fazia a arte final, participava das reuniões, e em uma destas reuniões perguntou: - "Por que vocês não fazem uma gota d'água?" A sensação de uma gota d'água. E foi feito este jogo de jantar na década de 1950. Foi um sucesso. A cada dois anos, era criado um novo aparelho e Erwin Curt Teichmann se solidificou como o criador artístico da Porcelana Schmidt e talvez o responsável direto por seus períodos áureos - em vendas de cerâmica de qualidade e arte. Além de trabalhar na fábrica, Erwin Curt Teichmann também participava de congressos e seminários representando a Porcelana Schmidt, como parte da criação. Nesse meio tempo, o artista aprendeu inglês com o auxílio do Pastor, o que o possibilitou, em 1949, ser membro da National Geographic Society
"Papai era um gênio esquecido em Pomerode!" Arno Hercílio Teichmann
Curiosamente, seu filho Arno Hercílio Teichmann contou como foi que Erwin iniciou a fazer arte. Sua primeira peça moldada foi feita em barro, para criar um presente para uma menina que fazia aniversário e não tinham dinheiro para comprá-lo. Era um criança de 7 ou 8 anos de idade. Erwin encontrou esta menina décadas depois e esta veio lhe mostrar o presente que guardava. Era um cachorrinho de barro, seu primeiro bibelô.
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Museu Casa de Erwin Curt Teichmann - Residência do artista e sua família. |
Durante a entrevista com o seu filho caçula Arno Hercílio Teichmann, também visitamos o Museu Casa Erwin Curt Teichmann e registramos um pouco do grande e valioso acervo guardado no local e que preocupa muito seu filho Arno, que tem o olhar para o futuro, quando não puder mais cuidar do pequeno tesouro que pertenceu ao seu pai e à sua história pessoal e obra - que de certa maneira também pertence à sociedade.
Acervo grande no local da residência que foi de Erwin e Hertha Teichmann e que atualmente é um museu - Museu Casa Erwin Curt Teichmann.
A Casa Teichmann foi planejada por Erwin, que também desenhou mobiliário e o lay out, inserindo um aquecimento interno a partir do fogão a lenha localizado na cozinha. A arquitetura segue a tipologia dos descendentes de imigrantes alemães, construídas na década de 1950, com detalhes em estuque, jogo de telhados, dois pavimentos e o aproveitamento do sótão - característica da mansarda.
Para encerrar, ouvimos o filho Arno mencionar uma observação sobre a obra de Teichmann e realmente é assim. O artista, talvez movido pelo espirito inquieto que era dotado produzia uma arte dotada de movimento, nunca estática. Suas obras mostram o movimento e inquietude do mesmo.
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Brasão de Pomerode - Criação de Erwin Curt Teichmann. |
Meu primeiro dia em Pomerode foi muito tumultuado. O pastor Lieseberg e sua esposa, que eram provenientes de Pyritz, queriam organizar as minhas visitas, bem como me acompanhar para que eu pudesse fazer várias visitas em pouco tempo. No entanto, quando já estava tudo organizado, o pastor adoeceu alguns dias antes da minha chegada. Desta forma, precisaram mudar tudo e eu fiquei hospedado na casa do escultor Teichmann, que trabalhou muitos anos na fábrica de porcelana Schmidt. Lá ele era responsável pelo desenho e desenvolvimento dos padrões das peças e havia se aposentado.
Desta forma, ele teve tempo para me mostrar tudo e como possuía um carro pude desfrutar de uma boa carona. (...)
Por último, visitamos o bem organizado posto de vendas e recebi de presente um prato de parede, decorado com o brasão de Pomerode que há algumas décadas foi desenvolvido pelo sr. Teichmann. (...) O sr. Teichmann tinha o direito de se orgulhar por ter desenvolvido
este brasão (...).GRANZOW, pgs. 106/111.
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Monumento ao Soprador de Cristal de Erwin C. Teichmann foi inaugurado em 18 de dezembro de 1980, às 19,00 horas, na praça Jorge Lacerda, bairro de Itoupava Norte (Bairro onde a família Teichmann residiu antes de mudarem-se para Rio do Sul) - Blumenau. O monumento de cristal é uma obra de 3 metros de altura. No momento da inauguração estiveram presentes – a convite do Prefeito Renato de Melo Vianna - os diretores e funcionários das fábricas de cristais Blumenau e Hering. Ao pé do monumento foi colocado uma placa com a inscrição de um poema de Lindolf Bell – residente de Blumenau – nascido em Timbó. |
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Revista Blumenau em Cadernos. Tomo XXII. Janeiro de 1981. |
"Num dos momentos de inspiração dediquei o poema que está na placa ao soprador de cristal.
com o talento d'alma.'" Renato Vianna
Leituras Complementares - Clicar sobre o Título escolhido:
Uma família que construiu a história regional e...
do Estado de Santa Catarina!
Referências
Revista Blumenau em Cadernos. Aconteceu em Dezembro de 1980. Tomo XXII. Janeiro de 1981. Arquivo Histórico josé Ferreira da Silva. Páfina 29.
GRANZOW, Klaus. Pomeranos sob o Cruzeiro do Sul - Colonos Alemães no Brasil. Associação de Cultura Alemã do Espírito Santo. 1859 - 2009 .Edição Comemorativa dos 150 anos da Imigração Pomerana no Espírito Santo. Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Vitória, Espírito Santo, Brasil.
KORMANN, Edith. Teatro de Blumenau III. Acadêmico jornal Catarinense de Cultura. FURB - Agosto de 1978.
WITTMANN, Angelina. Entrevista com o Arno Hercílio Teichmann, em 20 de outubro de 2021 - Pomerode SC - às 14:00h. Publicado no Canal da Plataforma do YouTube de Angelina Wittmann, em 23 de outubro de 2021. Disponível em: https://youtu.be/Ud9oFrsnkOM . Acesso em: 20 de outubro de 2021 - 21:00h.
Em construção e sob Revisão!!
Gostei do que vi e do que li. A senhora está de parabéns, aceite meus efusivos cumprimentos.
ResponderExcluirQue bom que apreciou Herr Teichmann. Tenho mais fotografias atualizadas para postar. Assim que puder o farei. Fui atras de uma obra sua e a encontrei.
ExcluirAbraços cordiais.