Iniciamos esta pesquisa no ano de 2015, quando apresentamos algum material feito a partir de um trabalho no Cemitério da Igreja Luterana do Centro de Blumenau - primeiro cemitério do Stadtplatz de Blumenau - onde foram sepultados alguns dos nomes das primeiras famílias que fundaram a cidade de Blumenau e iniciaram a Colônia Blumenau, como por exemplo: Frtiz Müller, Peter Christian Feddersen, Friedrich Jansen, Heinz Ludwig Rischbieter, Frederico Busch, Irmãos Hering entre outros tantos.
Hermann Blumenau - o fundador da Colônia Blumenau e as primeiras famílias eram luteranos e sepultavam seus familiares neste primeiro cemitério da Igreja Luterana Centro. Também chegaram famílias católicas, como a família de Pedro Wagner (ainda não descobrimos onde está sepultado) - o pioneiro da Colônia Blumenau, chegou à região antes do fundador Hermann Blumenau.
O relacionamento entre católicos e luteranos, nestes primeiros tempos na colônia, não era muito tranquilo. Parte das primeiras famílias católicas da Colônia Blumenau, foram sepultadas junto à capela/igreja católica de Blumenau (Rua XV de Novembro) - algum tempo após a fundação da Colônia Blumenau.
Posteriormente, foi nos informado que o histórico cemitério católico do centro de Blumenau foi desativado e quem foi sepultado no local foi transladado para o Cemitério São José - localizado na rua São José na base do morro onde está o Bairro Petrópolis - que é a ocupação do lado leste do morro onde está o Parque Municipal São Francisco - através do Google Earth vimos construções novas de alto padrão no divisor de água deste morro. Isto não poderia estar acontecendo de acordo com legislação ambiental.
Este fato histórico foi que no moveu a efetuar uma pesquisa no local do cemitério São José.
Localização do cemitério São José (à direita) , topo do morro com ocupações e Parque São Francisco (à esquerda) - abaixo a rua Sete de setembro - centro de Blumenau. |
Cemitério de Itoupava Central - muita informação histórica se perdendo. |
O objetivo desta postagem é de complementar a pesquisa de 2015 - Cemitério Luterano do Centro através desta II, com intensão de encontrar os nomes da história de Blumenau, e que pertenciam a religião católica. Antecipamentos, que não encontramos nomes relacionados às primeiras famílias que chegaram a esta região, nas primeiras décadas de história da colônia. Onde estão os sepultados do primeiro cemitério católico de Blumenau centro?
Igualmente fizemos registros no Cemitério Itoupava Central - link' no final desta postagem.
Lembramos igualmente, que efetuamos registros de patrimônio cemiterial na histórica localidade de Ilse - pertencente ao município de Ascurra. (link no final da postagem), cuja história teve início na Colônia Blumenau - pois pertencia ao seu território - no final do século XIX e início do século XX.
Cemitério de Itoupava Central |
Ainda efetuamos pesquisa do patrimônio cemiterial na cidade de Rio do Sul no Cemitério da Igreja Luterana do Centro, no Cemitério da Igreja Luterana da comunidade Bela Aliança, bem como, a orientação de pesquisa e extensão, no Cemitério Municipal de Rio do Sul - detalhes no final desta postagem e na cidade de Pomerode - link's no final da postagem.
Comunidade Ilse - Cemitério ao lado da Igreja/Escola. - prática usual para a implantação dos cemitérios |
Tradicionalmente, também na Colônia Blumenau, os cemitérios eram localizados aos fundos ou, ao lado das igrejas - prática originária na Idade Média. Acreditavam, assim, que os religiosos e o ambiente sagrado da igreja protegiam as almas ("Penadas"), como também manteriam aquelas que se encontravam perturbadas, mais tranquilas e bem guardadas, impedindo-as de "importunar os vivos". Esta prática era regra em quase todas as comunidades da região e não era diferente nas comunidades dos Centro da Colônia Blumenau. Na comunidade luterana centro - foi onde fizemos o primeiro trabalho e neste buscamos a história do patrimônio cemiterial, dos fiéis católicos, relocado da área da primeira igreja católica de Blumenau.
Igreja da Paz - Pomerode - Cemitério do Imigrante do tempo da Colônia Blumenau. |
Os primeiros católicos de Blumenau frequentavam uma capelinha existente em Belchior - atual bairro do município de Gaspar. Dez anos depois, construíram na sede da Colônia Blumenau - no mesmo local da atual Catedral, uma singela capelinha de ripas cobertura de folhas de palmito inaugurada no dia 25 de janeiro de 1865, com uma missa celebrada pelo Padre da freguesia de São Paulo Apóstolo de Gaspar - Padre Alberto Gattone. Em 1869 foi contratado o Padre Guilherme Römer que permaneceu somente três anos na região e novamente a Colônia de Blumenau passou a fazer parte da jurisdição espiritual de Freguesia de São Apóstolo de Gaspar. Neste tempo, o Padre era o Padre polonês Antônio Zielinski. Em 1870, construíram uma nova igreja - a segunda igreja no lugar da igreja de sarrafos na Colônia Blumenau.Algum tempo depois construíram e terceira igreja, cujo projeto foi assinado pelo arquiteto alemão Heirich Krohberger, e seguia o estilo neogótico e também existia o cemitério adjacente ao seu edifício.
Sepultamento em gavetas C. São José - Blumenau ambiente semifechado. |
Não temos informações de quando houve e relocação do cemitério católico do centro para o local onde está o Cemitério São José e também não encontramos nomes das primeiras famílias católicas da cidade de Blumenau que residiam na Colônia Blumenau, quando visitamos o Cemitério São José.
Durante nosso trabalho in loco tivemos dificuldades nos acessos e caminhos labirintíticos do Cemitério São José, localizado em uma encosta, com grande desnível de altura. Muitas vezes a acessibilidade é muito difícil, o que, imaginamos, não são todas as pessoas que conseguem se locomover dento de seu espaço. Um diferencial entre este e o Cemitério Luterano do Centro de Blumenau foi a presença do Memorial do Cemitério - um pequeno edifício, onde as pessoas são sepultadas em gavetas - o ambiente é semifechado, com pouca ventilação, acesso somente frontal, o que não permite um ambiente bem arejado e com ar puro. Emana um cheiro não muito agradável, impossibilitando uma permanência maior no local. Não foi uma experiencia muito boa estar nesse local, no momento da pesquisa.
Um pouco de História presente na paisagem
Cemitério São José - Blumenau
Família Balsini. |
Família Pereira. |
Família Busnardo. |
Família Margarida. |
Família Rodack. |
Família Tomelin. |
Família Albino. |
Família Michels. |
Família Knoch. |
Família Reiter. |
Família Krug. |
Família Seibt. |
Família Oeschler. |
Família Bauer dos Anjos. |
Família Holtrup. |
Família de Borba. |
Família Schnaider. |
Família Dias. |
Família Procópio. |
Adicionar Souza. |
Família Braun. |
Família Pfeiffer. |
Família Kraemer. |
Família Olinger. |
Família Borba. |
Família Santiago. |
Família Buerger. |
Família Zimmermann. |
Família Pfau. |
Família Bittellbrunn. |
Família Darius. |
Família Santos. |
Família Pacheco. |
Família Techentin. |
Família Tillmann. |
Família Hess |
Família Ferreira. |
Família Klein. |
Família Ramos. |
Família Barbeta. |
Família Ramers. |
Família Mosimann. |
Família Reuter. |
Família Radke. |
Família Zimmer. |
Família Amorim. |
Família Oliveira. |
Família Coutinho. |
Família Pereira. |
Família Wirth. |
Família Estevam. |
Família Poerner. |
Família Conink. |
Família Wammser. |
Família Guicmar. |
Família Pamplona. |
Família Zendron. |
Família Avi. |
Família Philipps. |
Família Soares - Luiz Antônio Soares. |
Família Jamunda - Theoblado Costa Jamunda. |
Família Ledra. |
Família Wanka. |
Família Von Limburg |
Família Warmling. |
Família tonjes. |
Família Wan Dall. |
Família Zutter. |
Família Beduschi. |
Família Theis. |
Família Flores |
Família Laux. |
Família Ferreira da Silva. |
Família Day. |
Família Westphal. |
Família Medeiros. |
Pesquisa de Gabriella Ledra - na cidade de Rio do Sul
No mês de maio de 2018 acompanhamos a apresentação de uma pesquisa de extensão do Curso de Arquitetura e Urbanismo desenvolvida na UNIDAVI - a qual assessoramos - pesquisa desenvolvida pela pesquisadora Gabriella Ledra de Rio do Sul. Ledra fez seu trabalho no Cemitério Municipal de Rio do Sul - iniciando um inventário que pretende terminar e publicar, como contribuição àquela comunidade do Alto Vale do Itajaí.
No mês de maio de 2018 acompanhamos a apresentação de uma pesquisa de extensão do Curso de Arquitetura e Urbanismo desenvolvida na UNIDAVI - a qual assessoramos - pesquisa desenvolvida pela pesquisadora Gabriella Ledra de Rio do Sul. Ledra fez seu trabalho no Cemitério Municipal de Rio do Sul - iniciando um inventário que pretende terminar e publicar, como contribuição àquela comunidade do Alto Vale do Itajaí.
Pesquisadora Gabriella Ledra - Rio do Sul SC |
Comentário ...
Nos cemitérios há muita vida, ao contrário do que muitos imaginam. É um local dentro da cidade - das cidades - de memória e dotados de uma variedade de registros de vários recortes de tempos históricos da sociedade, na qual o mesmo está localizado espacialmente – é o local onde personagens da história local estão sepultado com uma variedade de registros no local.
Não raro, muitas das informações registradas no cemitério poderão ser a única fonte histórica fidedigna existente sobre determinada pessoa ou família – a partir de suas gerações.
Também, no espaço do cemitério há evidências culturais e artísticas de uma sociedade – dentro de um recorte de tempo histórico. O sepultamento dos seus mortos, pode variar de sociedade para sociedade a partir de sua cultura ancestral e religiosa, hábitos e costumes.
No Ocidente, historicamente houve pouca variação no enterrar seus mortos. Mas permaneceu o sepultamento sob a terra, coberta por túmulos e inscrições nas lápides, com datas de nascimento e falecimento, símbolos e mensagens a partir de um contexto arquitetônico. Esta linguagem, como outras representações artísticas, variou ao longo da história da arte, seguindo e definindo uma tendência dentro dos períodos históricos, a partir do uso de diferentes tecnologias, formas e materiais.
Contribuição de Marcos Röck
Através do Grupo Antigamente em Blumenau
Dia 22 de Fevereiro de 2019.
Contribuição de Marcos Röck
Através do Grupo Antigamente em Blumenau
Dia 22 de Fevereiro de 2019.
O primeiro cemitério católico de Blumenau, que existiu atrás da igreja matriz e que foi dali mudado durante o vicariato de Frei Daniel Hostin, foi iniciado em 1862. Em 1862 foram iniciados outros dois cemitérios: o de Garcia e o de Badenfurt. Serviam para católicos e protestantes, cujas sepulturas, entretanto, eram separadas pelo caminho central.
Nos Registros de" Tombo anotados pelos Padres Franciscanos temos:
TERMOS DO LIVRO DE TOMBO (XI)
Ano de 1922
(12) Permissão para estabelecer um novo cemitério católico na Rua Goiás, em 16 de Janeiro.
(36) Termo de bênção do novo cemitério católico da matriz de São Paulo Apóstolo, sito à rua Goiás¹, em 03 de Maio.
(90) Relatório do movimento religioso da paróquia: católicos (6.300), não católicos (30.000), capelas (8), batizados (353), casamentos (77), confissões (27.400), comunhões (65.000), 1 as. Comunhões (220), Unções e viáticos (148).
Obs. No conjunto de fotos que posto, observamos que o cemitério nos fundos da matriz não tinha grande ocupação, somente no topo do morro vê-se sepulturas.
Quando Pe. José Maria Jacobs aqui chegou a 16/09/1876, havia no perímetro urbano da Cidade apenas 5 famílias católicas, num total de 61 pessoas.
Segundo relatos do Frei Valdemar do Amaral feito em dezembro de 56, “...este morro era o responsável pela situação da igreja, muito perto da rua 15 de novembro, que passa uns sete metros mais abaixo; também já havia prejudicado o alinhamento da capela do Convento, obrigando a construção a estreitar-se para os fundos. Não seria possível demolir a igreja antiga antes que a nova já pudesse ser usada; além disso a construção nova deveria ficar um pouco mais retirada da rua. Antes de mais nada, tinha o morro de desaparecer. Desde longa data já vinha sendo cavado no referido morro, mas o trabalho era árduo, pois não havia apenas terra, mas blocos de pedra e estratificações irregulares em diversos graus de formação e dureza. O trabalho exigia o emprego constante de picareta e alavanca; só em parte e com moderação podia ser feito uso de explosivos, assim mesmo arriscando as vidraças e o telhado da capela do Convento e das demais construções. Foi o Rev. Pe. Frei Joaquim Orth que, durante sua estada aqui como guardião e vigário, resolveu retomar definitivamente o trabalho de arrasamento do morro. Comprou um caminhão próprio para transporte de terra e contratou uma turma de operários, que trabalhavam ativamente desde 1º de julho de 1949 até dezembro de 1951. Finalmente, a 16 de fevereiro de 1953 foi retirado o último caminhão de entulho...”.
Mudança do local onde estava o cemitério católico - centro de Blumenau - Foto de Marcos Röck |
Depoimentos de blumenauenses, hoje com 91 e 88 anos nos relataram terem visto, no ano de 1948, apos a enchente (17/05/48), carroças transportando as terras do antigo cemitério para servirem de aterro nos fundos do antigo Bco. Inco e para a local onde seria a Praça Dr. Blumenau. Era comum ver/ter ossadas junto ao material transportado.
Como a desativação do cemitério iniciou-se efetivamente em 03 de Maio de 1922, sessenta anos após iniciado e arrasado em definitivo a 16 de fevereiro de 1953, trinta e um anos após a desativação, acredito que muitos dos ali sepultados terem sido transladados para outros cemitérios, que não o São José.
No Cemitério São José encontra-se os jazidos dos provavelmente transladados:
Jose dos Santos / /1899 | 1-E-17-02
Manoel P. da Silva 08/03/1904 | 1-D-08-17
Joao J. Kracik 20/11/1908 | 1-D-07-01
Luiz Correa 08/08/1911 | 1-D-13-21
Hermann Buerguer , 17/06/1912 | 1-D-17-03
Richard Poerner 13/10/1914 | 1-D-18-01
Rosa K. Zimmermann 18/07/1914 | 1-D-09-09
Magdalena Braum 24/04/1914 | 1-E-11-01
Josefa Baader 12/04/1914 | 1-D-19-01
Franz Baader 29/09/1917 | 1-D-19-01
Jacob Brückeimer 12/02/1917 | 1-E-11-01
Samuel Hoffschneider / /1864, 05/04/1919 | | 1-D-23-02
João Ernesto Girolla 29/08/1919 | 2-D-35-12
João Michels 01/01/1855, 10/03/1921 | 1-D-15-01
Zilda Kracik 16/04/1921 | | 1-D-07-01
João Francisco Medeiros 24/05/1921 | | 2-D-41-01
Jazigo da Família Laux 05/02/1922 | | 2-D-28-01
Nota: rua Goias ¹ - compreendia o perímetro da atual rua Amadeu da Luz e rua São José.
Valiosa contribuição e preenchimento de lacunas históricas.Nosso agradecimento a contribuição de Marcos Röck.Comentário...
"Depoimentos de blumenauenses, hoje com 91 e 88 anos nos relataram terem visto, no ano de 1948, apos a enchente (17/05/48), carroças transportando as terras do antigo cemitério para servirem de aterro nos fundos do antigo Bco. Inco e para a local onde seria a Praça Dr. Blumenau. Era comum ver/ter ossadas junto ao material transportado." RöckFalta de respeito à memória dos antepassados que construíram essa cidade.
Clicar sobre o título escolhido:
- Cemitério I - Cemitério Luterano Centro - Blumenau
- Cemitério II -Cemitério São José - Blumenau
- Cemitério III - Cemitério De Encano - Indaial SC - Jardim da Saudade
- Cemitério IV - Cemitério de Warnow Alto - Indaial SC - Comunidade Polonesa
- Cemitério V - Cemitério da Linha Popi - Itapiranga SC
- Cemitério VI - Testo Alto - Pomerode SC
- Cemitério VII - Cemitério da Igreja Luterana - Rio do Sul SC
- Cemitério VIII - Massaranduba SC
- Cemitério IX - Rua Bahia Blumenau
- Cemitério X - Comunidade entre Trombudo Central e Braço do Trombudo SC
- Cemitério XI - Cemitério Itoupava Central
- Cemitério XII - Igreja da Paz - Pomerode - Cemitério do imigrante
- Cemitério XIII - Warnow Alto - Indaial SC
- Cemitério XIV - Itoupava Central - Cemitério - Blumenau SC
- Cemitério XV - Ascurra - Comunidade Centenária - Ilse - Cemitério - Indaial SC
- Cemitério XVI - Comunidade Alto Paraguaçú - Distrito de Itaiópolis SC
- Cemitério XVII - Cemitério de Canelinha SC
- A igreja Luterana de Rio do Sul - referencia visual dentro da cidade do início do Século XX - e sua análise atual
- A igreja (Luterana) - Rio do Sul - Cemitério e sua análise atual
- Caspar David Friedrich
Em construção....
Nenhum comentário:
Postar um comentário