terça-feira, 3 de março de 2020

Cemitério V - Local de Visitação e História - Cemitério da Linha Popi - Itapiranga SC


A pesquisarmos na cidade do extremo oeste - Itapiranga, também pesquisamos o cemitério de uma de suas Linhas mais antigas - A Linha Popi.

Relembrando...
Um pouco da História de Porto Novo/Itapiranga...

história de Itapiranga é muito recente, se comparada à história das cidades litorâneas do estado de Santa Catarina. Já escrevemos sobre: que as primeiras cidades catarinenses foram: São Francisco do Sul, Nossa Senhora do Desterro (Florianópolis - sua capital) e Laguna. Para registro - São Francisco do Sul foi descoberta em 1504 por franceses, mais especificamente pela Expedição de Binot Paulmier de Gonneville (IBGE). 
A população estimada atual de Itapiranga de Santa Catarina é de 16.736 habitantes. Sua Densidade demográfica é 54,51 hab/km².
Porto Novo - à margem do Rio Uruguai.
Itapiranga, que nasceu como o nome de Porto Novo, foi a idealização a partir de uma iniciativa de um grupo religioso católico de Porto Alegre denominado Volksverein - Sociedade União Popular, durante um congresso católico. Este congresso aconteceu na cidade de Novo Hamburgo - estado do Rio Grande do Sul, no mês de fevereiro de 1926 que deliberaram a fundação de um núcleo urbano colonizado somente por imigrantes alemães católicos.
Muito interessante. O embrião da cidade de Porto Novo (Itapiranga) foi planejado em Novo Hamburgo, por uma sociedade católica de Porto Alegre, e se tratava de uma colônia alemã privada, como está neste antigo mapa de núcleos de colonizações alemãs no interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul - de 1933.
Mapa de 1933 - na legenda - Munizipalgrenzen - Divisas entre municípios. Porto Novo pertencia - então para Chapecó - como mostra as delimitações em churra vermelha.

Detalhe da localização de Porto Novo - 1933.
Do projeto partiram para sua execução. Para encontrar uma gleba de terra que atendesse às expectativas do objetivo: um núcleo urbano colonizado somente por imigrantes alemães católicos, e também para estudos preliminares, foi montada uma comissão sob a coordenação do Padre João Batista Rick. 
A comissão não encontrou uma área suficientemente adequada para assentar a nova colônia no estado do Rio Grande do Sul. Atravessaram o grande Rio Uruguai que delimita a divisa entre os dois estados e a encontrou no estado de Santa Catarina, entre os Rios Macuco Peperi-Guaçu, às margens do Rio Uruguai. Os acertos foram realizados com a Colonizadora Chapecó-Peperi Ltda.
No interior do interior, como aconteceram em outras regiões do estado de Santa Catarina - como no Vale do Itajaí, no Século anterior (XIX), a acessibilidade era feita quase totalmente pelos rios e ribeirões - inexistiam caminhos por terra. O grupo de católicos alemães, liderados pelo Padre Max von Lassberg, desceram o Rio da Várzea em embarcações rústicas e, em seguida, navegaram pelo Rio Uruguai, percorrendo uma distância de aproximadamente 150 km, até chegarem no local, no dia 10 de abril de 1926 - sábado, onde iniciaram o embrião da colônia de Porto Novo (mais tarde, denominada Itapiranga). 
No domingo, dia 11 de abril de 1926, como aconteceu no descobrimento do Brasil, também foi celebrada a primeira missa. No local desta primeira missa rezada pelo Padre Max von Lassberg, foi levantado um monumento, no qual estão gravados os nomes dos pioneiros:
  1. Carlos B. Winter;
  2. Leopoldo Werle;
  3. Pedro Tenrolier;
  4. Nicolau Knob; 
  5. Pedro Agnes Filho;
  6. Oscar Angst;
  7. Bruno Nitsche;
  8. João Sausen;
  9. Vendelino Seivzmann;
  10. Carlos Kliemann Filho;
  11. Jacob Becker;
  12. José Kinkler;
  13. Franz Junges;
  14. Manoel Klauck;
  15. Nicolau Both Filho;
  16. João Krein;
  17. Mathias Sausen;
  18. Franz Heck;
  19. Gustavo Stangler;
  20. José A. Franzen (Família de nosso anfitrião na cidade de Itapiranga);
  21. Pedro R. Franzen;
  22. Carlos F. Angst;
  23. Felipe Scherf;
  24. Frederico A. Knamp;
  25. João Tencatem;
  26. Antônio F. Kieling;
  27. João C. Genewai;
  28. Mathias Agnes;
  29. Otto Zimmer. 
Fotos de fotos do Museu Almiro Theobaldo Müller  - Primeiro núcleo urbano de Porto Novo - atual Itapiranga SC. 
Tipologias com volumetria característica daquelas feitas  pelo imigrante alemão - feitas de madeira - edificação vernacular.






Após a instalação do primeiro núcleo urbano, os pioneiros sócios do Volksverein escolheram um nome para a nova colônia - seu Stadtplatz. Já existia uma nucleação localizada a 60 Km de distância do local onde estavam - também às margens do Rio Uruguai e que se chamava Porto Feliz. Os pioneiros da nova colônia resolveram então, chamar a sua nova nucleação de Porto Novo.
Porto Novo.
Para ler mais sobre esta história - Clicar sobre: Itapiranga

Linha Popi

Uma das muitas Linhas - como se chama as comunidades na região, está a histórica e tradicional Linha Popi, que possui uma igreja monumental, construída com a técnica construtiva enxaimel, cujo fechamento é feito de tábuas de madeira. É uma das comunidades mais antigas do município. Ao lado da igreja, também coletamos parte desta história no cemitério local. nomes e datas relacionadas aos pioneiros desta Linha do município de Itapiranga.







Igreja monumental construída com estrutura feita com técnica construtiva enxaimel.



Informações históricas - pioneiros - no cemitério da Linha Popi
Observar como o decorativismo é semelhante à arte usada nos cemitérios do Vale do Itajaí. A imigração e a ocupação do território aconteceram bem mais tarde que na região do Vale do Itajaí. Observar nas informações históricas no início da postagem.
Família Schwendler.

Família Kummer.


Família Kessler.

Família Winter.


Família Frez.

Família Mees.
Família Locks.

Família Felders.


Família Juchem.






Família Judren.








Família Schlikmann.

Família Amaro.

Família Kummer.

Família Flach.

Família Grützmann.

Família Back.

Família Becker.










Imigrantes alemães, que escolheram este território para residir, construir famílias e plantar na terra.

Cidade novamente...

Clicar sobre o título escolhido:
  1. Cemitério I - Cemitério Luterano Centro - Blumenau
  2. Cemitério II -Cemitério São José - Blumenau
  3. Cemitério III - Cemitério De Encano - Indaial SC - Jardim da Saudade
  4. Cemitério IV - Cemitério de Warnow Alto - Indaial SC - Comunidade Polonesa
  5. Cemitério V - Cemitério da Linha Popi - Itapiranga SC
  6. Cemitério VI - Testo Alto - Pomerode SC
  7. Cemitério VII - Cemitério da Igreja Luterana - Rio do Sul SC
  8. Cemitério VIII - Massaranduba SC
  9. Cemitério IX - Rua Bahia Blumenau
  10. Cemitério X  - Comunidade entre Trombudo Central e Braço do Trombudo SC
  11. Cemitério XI - Cemitério Itoupava Central
  12. Cemitério XII -  Igreja da Paz - Pomerode - Cemitério do imigrante
  13. Cemitério XIII -  Warnow Alto - Indaial SC
  14. Cemitério XIV - Itoupava Central - Cemitério - Blumenau SC
  15. Cemitério XV - Ascurra - Comunidade Centenária - Ilse - Cemitério - Indaial SC
  16. Cemitério XVI - Comunidade Alto Paraguaçú - Distrito de Itaiópolis SC
  17. Cemitério XVII - Cemitério de Canelinha SC
  18. A igreja Luterana de Rio do Sul - referencia visual dentro da cidade do início do Século XX - e sua análise atual
  19. A igreja (Luterana) - Rio do Sul - Cemitério e sua análise atual
  20. Caspar David Friedrich

















3 comentários:

  1. Ao olhar os sobrenomes nas localidades de Itapiranga, em sua colonização (Porto Novo) fica evidente a alocação por sobrenomes nas comunidades. todos de origem alemã, porém cada "linha" com sobrenomes específicos, como no exemplo de linha Popi: Flach, Kummer, Back....provavelmente menos frequentes em outras localidades.

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    1. Assim até os dias atuais, quando se escuta um sobrenome, facilmente se imagina ou se pergunta de qual linha este nome é....

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    2. Muito interessante. Demarcaram o local com as fixação das famílias pioneiras. A cidade poderia fazer um levantamento, enquanto ainda existe memória de todas estas primeiras famílias nas respectivas Linhas. é oportuno organizar esta material para as gerações futuras.
      Abraços.

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