quinta-feira, 6 de maio de 2021

Gilberto Schmidt Gerlach

Gilberto Schmidt Gerlach com sua esposa Carmen Lucia Fóes Cruz Lima Gerlach e filhos: Gunnar da Cruz Lima Gerlach e Alice da Cruz Lima Gerlach, durante o lançamento do livro "Colônia Blumenau no Sul do Brasil - em Blumenau SC.

Conhecemos Gilberto Schmidt Gerlach, engenheiro de formação, pesquisador, escritor e cinéfilo, alguns dias antes do lançamento do livo "Colônia Blumenau - No Sul do Brasil", mais uma de suas idealizações, materializada, ao lado de Bruno Kilian Kadletz e Marcondes Marchetti. Neste dia recebemos o cartaz deste lançamento como um presente e, após pesquisar um pouco sobre seu trabalho, percebemos o valor que este nutria pela arte dos cartazes, principalmente daqueles relacionados ao cinema
Isso aconteceu na Fundação Cultural de Blumenau em 29 de abril de 2019, quando o encontramos  junto com outras pessoas que tinham ligações com este Projeto, na cidade de Blumenau, como por exemplo: Marcos A. Roeck e Marcos Schroeder, que juntos, aguardavam a chegada do livro lançado posteriormente, em 2 de maio de 2019. Sabendo disto, fizemos questão de aguardar um pouco mais para registrar a chegada do livro e a abertura da primeira caixa, que foi  feita por Gunnar Gerlach, seu filhoe simbolicamente, Marcos Schroeder "recebeu" o primeiro livro das mãos de Gilberto Schmidt Gerlach, devidamente registrado por nossas lentes.
Com Marcos Schroeder, Gilberto Gerlach e Marcos A. Roeck - aguardando a chegada dos livros Colônia Blumenau - no Sul do Brasil.

Gilberto Schmidt Gerlach, aguardando a chegada do livro Colônia Blumenau - no Sul do Brasil na Fundação Cultural de Blumenau.

Os primeiros livros, após a abertura da primeira caixa, sendo entregues a Marcos Schroeder.

Os primeiros livros, após a abertura da primeira caixa, sendo entregues a Marcos Schroeder.
Assim conhecemos Gilberto Schmidt Gerlich...Realizando, com alegria.

Engenheiro Civil (UFSC). Fundador do Clube Cinema N.S. do Desterro (em 1968), membro: do Conselho da Aliança Francesa de Florianópolis, da Academia Catarinense de Letras, cadeira 17 e IHGSC, autor dos livros São José da Terra Firme (2007), Desterro (2010), Ilha de Santa Catarina (2015) e Colônia Blumenau no Sul do Brasil (2019. Um pouco sobre seu legado...

Gilberto Schmidt Gerlach 

O nome de família.

Gerlachovský štít, ou montanha de  Gerlach - Eslováquia -
Altura de 2655 m. 
Foto de Damian Wieczorkiewicz. 13/06/2020
Gilberto Gerlach quase geralmente, tinha o nome de sua família ancestral relacionado à origem de uma família polonesa. A maioria das matérias relacionadas ao pioneiro Gerlach e a história do casarão adquirido por ele na Praça do Centro Histórico de São José, avô de Gilberto Gerlach - Gottlieb  Burgstaller  Gerlach, reportava ele, como um imigrante polonês. Isso não confere. Fomos investigar o nome Gerlach, que originalmente no idioma de fato é Gerlachov, ou ainda, Gerlachovský. A nome Gerlach tem origem eslovaca, por um momento, mas de família alemã, semelhante a outro nome de personagem importante, na história da arquitetura brasileira e catarinense, Hans Broos. Gerlach não é somente de origem eslovaca, como emprestou o nome ao pico mais alto da Eslováquia -   Pico de Gerlach ou Gerlachovský štít, com altura de 2655m. A Eslováquia não era uma nação, no século XIX, quando a família Gerlach chegou em São José, mas na região onde está atualmente o seu território haviam muitas etnias, neste período histórico e entre elas, uma comunidade considerável de famílias alemãs. Também não existia a nação alemã neste período que os Gerlach migraram para o Brasil, que surgiu somente em 1871. 
A primeira parte do nome do avô de Gilberto Gerlach, era um nome alemão - Gottlieb  Burgstaller. Portanto, a exemplo de Hans Broos, também Gilberto Schmidt Gerlach tem sua descendência de uma família alemã, fato que confirmamos com pesquisadores atuais da Eslováquia. Atualmente, o país que está localizado no limite norte da Eslováquia, é a Polônia, comprovando que poderia ter tido uma proximidade, mas não que tem sua origem polonesa. Também confirmando esta afirmativa e talvez por isso a confusão, na família Gerlach existiu um famoso escritor e teatrólogo, que nasceu na cidade Polonesa de Legnica em 7 de junho de 1698, e mudou-se para a cidade alemã de Zittau e nesta cidade constituiu família e faleceu em 18 de junho de 1756. Detalhe: Zittau faz divisa com Polônia e Eslováquia.
Folha de rosto de um dos livros de Benjamin Gottlieb Gerlach.
Localização da cidade alemã de Zittau, para onde a família Gerlach se mudou a partir de Legnica – cidade localizada extremo sul da Polônia, no início do século XVIII. Atualmente Zitttau está na divisa da Alemanha, com a Polônia e com a Eslováquia.
Gilberto Schmidt Gerlach  nasceu em São José da Terra Firme em um casarão localizado ao lado da Igreja Matriz, no dia 19 de setembro de 1943. Na época de seu nascimento, o casarão tinha quase um século de existência. Atualmente a edificação histórica faz parte da composição original da paisagem do Centro Histórico de São José (a qual não conta com a presença de um exemplar da Loja Havan no seio do conjunto histórico, como atualmente se cogita fazer no Centro Histórico de Blumenau).
O casarão da Família Gerlach - linguagem do neoclássico português com adaptações em solo brasileiro, onde nasceu Gilberto, é centenário. A edificação histórica foi tombada em 2005  através do decreto n° 18.697/2005.  Quem construiu a edificação histórica foi José Antônio do Pinho, na primeira metade do século XIX. Nas fachada da edificação, há a inscrição de 1851. A edificação é mista, como era usual nos centros urbanos da Europa neste período, desde períodos anterior a idade média. Quase sempre a família residia no pavimento superior e as atividades comerciais e industriais eram instalados no pavimento térreo. No final do século XIX, a edificação foi vendida para Francisco Adão Schmitt, político em São José da Terra Firme. Em 1902, o imigrante Gottlieb  Burgstaller  Gerlach, avô de Gilberto Schmidt Gerlach adquiriu o imóvel. Neste tempo. Gottlieb cedeu algumas salas, antes comerciais, para a paróquia, que as usou para instalar uma escola - o Externato São Francisco de Paula. Um período depois, Gottlieb passou a propriedade para seu filho Benjamim Gerlach, que fundou um Café no local, conhecido como Café Social e funcionou por 30 anos entre os anos de 1929 a 1959 e neste período nasceu Gilberto no endereço que recebeu como herança em 1974. Em 1991 o edifício histórico passou por uma reforma para receber a Câmara  Municipal de Vereadores, permanecendo no local até 2002. Em 2003 o local passou por processo de restauração, quando abrigou a Casa de Cultura da Faculdade Estácio de Sá. Atualmente a edificação histórica é a sede da Fundação de Cultura e Turismo e da Biblioteca Municipal de São José.

Detalhes do guarda corpo original.
Foto: Marcos Santiago ND+ - Ano 2012.
Gilberto Schmidt Gerlach fez seus primeiros anos de escola no Grupo Escolar Francisco Tolentino, localizada junto ao primeiro centro de São José da Terra Firme. No local está a atual a Escola Estadual Francisco Tolentino. É fácil perceber detalhes da arquitetura original no meio do que foi acrecido após reformas e manutenção, no edifício original, no qual estudou  Gilberto Schmidt Gerlach no início da década de 1950. Foto mostrada  abaixo. Uma de suas primeiras professora foi a professora Marina Freyesleben, descendente do maestro alemão e médico homeopata, que se fixou em Nossa Senhora do Desterro em 1851,  August Wilhelm Hautz (1821-1910), conhecido, na região e na academia, como Maestro Guilherme Hautz. Foi também regente do coro da Igreja Matriz
Grupo Escolar Francisco Tolentino - São José SC. Fonte: Catálogo IBGE.

O espaço onde nasceu, viveu e formou sua família,  Gilberto Schmidt Gerlach.
Nós casamos nesta igreja e desconhecíamos toda esta história, que tivemos o privilegio de contactar durante a pesquisa. Nossa família residia em São José.

O primeiro contato de
Gerlach com o cinema - assistindo o primeiro filme, aconteceu no Cine Rajá,  localizado ao lado da Praça Municipal - Praça Hercílio Luz, em frente da igreja e parte do eixo que a liga ao mar (foto acima). Assistiu o filme: "Descoberta da Lanterna mágica". O Cine Rajá funcionava no edifício do antigo  Theatro Adolpho Mello. O teatro,  é o mais antigo de Santa Catarina e o terceiro mais antigo do Brasil. Além de ser espaço de teatro e cinema foi "quartel" na Revolução Farroupilha. Quase foi substituído por um mercado. Iniciou sua atividade como Cine Rajá, na década de 1940. Gilberto Gerlach, como engenheiro, observou e acompanhou algumas transformações do teatro na década de 1980, quando também atuava na FCC Fundação Catarinense de Cultura. Ele registrou em uma entrevista que, "anterior a  reforma  reforma da década de 1980, as paredes do teatro passaram por diversas fases. O local tinha galerias e camarotes nas laterais, e não possuía banheiros. Eu que os incluí na entrada principal, o que diminuiu um pouco a estrutura. Quando o teatro foi criado, as pessoas diziam que ‘tinham que ir prontas, brincava." Em 1982, passou a se chamar Theatro  Adolpho Mello, nome de um violinista, compositor e regente nascido em São José, em 20 de outubro de 1861. Adolpho Mello também  foi tesoureiro-geral do Estado de Santa Catarina e diretor do Conselho Municipal de Desterro. Em 1854, quando foi colocada sua pedra fundamental, se chamava apenas de Theatro Municipal, cujo letreiro antigo, permanece na fachada do da edificação histórica. 
De acordo com a pesquisa de Gilberto Gerlach sobre o “teatrinho de São José” - como era conhecido, o espaço  funcionou como teatro de 1856 a 1910. 

“Segundo manuscritos, as pessoas da Ilha vinham pelo mar, paravam na altura da Câmara de São José para prestigiar as peças do teatrinho”. Gerlach

Depois, os padres franciscanos criaram o cinema da Liga Josefense. Em 1924 houve uma nova reforma, e o teatro reabriu apenas na década de 1940, como Cine Rajá, onde Gilberto Gerlach teve contato com o cinema. O Cine Rajá funcionou até 1978. “No Cine Rajá havia apresentações de cantores e às vezes acontecia uma peça teatral, antes da exibição do filme."
Gilberto Gerlach foi o responsável para que Adolpho Mello não fosse mais vendido. 
Foi a primeira sede do Clube de Cinema, em 1982.

“Uma moça da prefeitura me procurou apavorada, dizendo que havia visto o nome do teatro para venda na prefeitura. Imediatamente fui em busca do Jorge Bornhausen [governador do Estado na época], e ele decretou o teatro como de utilidade pública”. Gerlach

Localização
O antigo Theatro Municipal, atual Theatro Adolpho Mello que também poderia ser Theatro Gilberto Gerlach, está localizado na Rua  Padre Macário, 10 - Centro Histórico de São José. Atualmente é parte da estrutura da Fundação Municipal de Cultura e Turismo de São José.

Mas, continuando dentro da  cronologia biográfica do homenageado, seu tio Rudolf Gerlach, então Diretor do colégio de Blumenau, D. Pedro II, disse ao  pai de Gilberto, que era Benjamin Gerlach, na década de 1950: "Se você quiser que seus filhos tenham uma educação esmerada, coloque eles no internato do Colégio Santo Antônio", (Fundado por Padre Jacobs) - Blumenau.
Colégio Santo Antônio - Blumenau SC.


Professor Celestino Sachet.
E assim aconteceu. Gilberto Schmidt Gerlach de São José da Terra Firme, ficou internado no Colégio Santo Antônio de Blumenau entre os anos de 1955 até 1958, quando teve o primeiro contato com Cine Clube através dos padres franciscanos e que perdurou por toda sua vida, a partir de então. No ano de 1960, em Porto Alegre frequentou o Cine Clube de P. F. Gastal. Gilberto, em seu discurso em Blumenau - 2019, disse que o tempo que passou no Colégio Santo Antônio foram fundamentais para sua vida - principalmente a prática da disciplina (acordavam as 6:00h da manhã e se recolhiam às 22:00h.). Comentou, também, no seu discurso do lançamento do Livro Colônia Blumenau - no Sul do Brasil, que estavam presentes na noite, dois amigos seus de internato: o Rudnei e Italiano e que gostaria de encontrar outros mais amigos. Este reencontro o deixou feliz. Entre os anos de 1961 e 1963, cursando o Colégio Catarinense, frequentou o Cine Clube do Padre Décio, teve aulas de francês e espanhol com o Professor Celestino Sachet e matemática com o Professor Aníbal Nunes Pires. Depois ingressou na Universidade Federal de Santa Catarina, no final da década de 1960, onde cursou  Engenharia Civil e Estradas. Neste momento, fundou o Clube da Engenharia, em 1968. O Curso de Engenharia da UFSC foi fundado em 18 de dezembro de 1960, sendo que a primeira turma ingressou em 1961. Gilberto Gerlach se formou engenheiro nas primeiras turmas de engenheiros de Santa Catarina.
 Professor  Aníbal Nunes Pires.

Gilberto Schmidt Gerlach.
Ainda na
década de 1960, em 1968, enquanto acadêmico de engenharia civil, fundou o Clube de Cinema. Nesta época tinha recebido na universidade, uma relação de filmes de 16mm, o que o inspirou e ficou determinado a fundar um Cine Clube, ou coisa semelhante para envolver mais pessoas. Era um apaixonado por cinema. Como fotografo e diretor, participou do primeiro curta de ficção – "Novelo", texto de Pedro Bertolino, e recebeu menção honrosa no Festival JB – Mesbla, Rio de Janeiro, também em 1968.
Em 1969 filma "No Elevador", texto de Raul Caldas Filho, direção de Rodrigo de Haro. Também, o curta "Nau Fantasma", com Martim Afonso de Haro. Em 1972, o Cine Clube passa a se chamar Nossa Senhora do Desterro. Participa, neste ano de 1972, com 200 reproduções da cidade do Desterro, na inauguração no Centro Aderbal Ramos da Silva. Em 1979 participa da pesquisa e realização do livro "Viajantes Estrangeiros 
na Ilha de Santa Catarina", editado pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Em 1980, junto com Rodrigo de Haro, como já mencionado, recuperou o primeiro teatro da Província – que passou a se chamar Theatro Adolpho Mello
Em 1982, quando foi inaugurado o Centro Integrado de Cultura (CIC) em Florianópolis e poucos sabem, Gilberto Schmidt Gerlach criou o Cinema do CIC, quando fundou o Cine Clube Nossa Senhora do Desterro, quando começou a trabalhar no local e no FCC. O cinema foi sucesso desde sua inauguração. O espaço do CIC, de maneira ampla, deve ter tido contribuição de Gilberto também, pois foi criado com objetivo, através do espaço institucional e físico, de abrigar as diversas formas de manifestação da cultura artística de Santa Catarina, junto com o cinema. Em 1998, recriou o Cine York, em São José, que funcionou por 10 anos
Festival de Cannes - 2008.
Em 1983, na França, descobriu a produção de cartazes de cinemas 1.20m x 1.60m. O primeiro filme do Cine Clube, recebeu da Polifilmes de São Paulo Distribuidora de Filmes - de 16 mm. Em novembro de 2011, Gilberto Schmidt Gerlach foi eleito membro da Academia Catarinense de Letras, ocupando a cadeira do historiador Carlos Humberto Pederneiras Corrêa (1941-2010). Também foi membro da Academia Josefense de Letras. Como cinéfilo, conheceu os atores Clint Eastwood, Elizabeth Taylor e o diretor japonês Akira Kurosawa. Gerlach considerava o mês de maio o melhor mês do ano. Neste mês se mudava para a Europa, período das flores e da primavera, com Carmen Lúcia. Era presença assídua nas edições do Festival de Cannes nas últimas duas décadas. Coincidência. Foi o mês que partiu em 2021. Gilberto Schmidt Gerlach trabalhou por mais de 50 anos na divulgação do cinema de arte, depois ingressou na promoção de títulos culturais sobre cidades catarinenses. Iniciou com a publicação do livro “São José da Terra Firme” – São José, depois “Desterro, Ilha de Santa Catarina” (Florianópolis antigo), “Ilha de Santa Catarina – Florianópolis”, Florianópolis. Seu último trabalho foi em Blumenau, onde acompanhamos o lançamento do livro "Colônia Blumenau no Sul do Brasil" e foi o momento que o conhecemos.
Observando sua produção literária, podemos afirmar, que concretizou o trabalho que planejou nas três cidades, as quais foram cenários importantes de sua produção artístico-cultural bem como, de sua formação: São José, Florianópolis e Blumenau.
Com o Diretor da Aliança Francesa Philippe Pasdeloup, em 1998.


Gilberto Schmidt Gerlach trabalhou por mais de 50 anos na divulgação do cinema de arte, depois ingressou na promoção de títulos culturais sobre cidades catarinenses. Iniciou com São José da Terra Firme, depois Desterro (Florianópolis antigo), Florianópolis e Blumenau, onde acompanhamos o lançamento do livro "A Colônia Blumenau no Sul do Brasil" e tivemos a oportunidade de conhecê-lo.
Gilberto Gerlach e Herbert Holetz. Encontro dos Pescadores de Ilusões no Museu de Arte em Blumenau. Março de 2011 - Fotografia de Renato Rizzaro. 



Em 10 de julho de 2019 - na Oficina dos Contadores de Histórias visita Biblioteca Pública Municipal de São José. Participou e falou sobre o  "São José da Terra Firme". Fonte: Site da Prefeitura de São José SC.


Publicações

Gilberto Gerlach produziu, entre outras coisas - parte de sua obra - um trabalho de valor imensurável que envolveu as cidades que viveu, interagiu e passou momentos que teve importância na sua vida. A primeira, sua terra natal e onde viveu maior parte de sua de sua existência, o Heimat que seus antepassaram escolheram para viver e onde constituiu família: São José da Terra Firme; depois Florianópolis (Em dois momentos) onde estudou, se formou engenheiro, fez amigos e realizou boa parte de seus planos relacionados ao cinema e finalmente Blumenau, onde teve contato pela primeira vez - através da escola e com os franciscanos, com o Clube do Cinema. Esta predeterminação em escrever sobre as cidades de Santa Catarina (poderias existir mais, mas foram caprichosamente estas que foram materializadas), mencionada por ele próprio, em seu discurso de lançamento, na cidade de Blumenau, em 2 de maio de 2019,  resultou em quatro grandes obras:
  • São José da Terra Firme, 2007.
  • Desterro, Ilha de Santa Catarina, 2010.
  • Ilha de Santa Catarina – Florianópolis, 2015.
  • Colônia Blumenau - no Sul do Brasil, 2019.
Gilberto Schmidt Gerlach fazia questão de declarar não ser poeta, escritor, nem contista. Ele afirmava ser um cinéfilo, pesquisador da história e, acima de tudo, um humanista. 
"Humanista e um gentleman, simples e dedicado, eu acrescento. Conheço o seu trabalho e o admiro desde os anos 1960 quando liderou o movimento para a criação do Cine Clube Nossa Senhora do Desterro. Acompanho, embora de longe, a investigação de caráter intelectual e espiritual que acaba de nos entregar na forma dois magníficos Tomos sob o título de Ilha de Santa Catarina – Florianópolis.
Sobre estas duas obras  gigantescas pela profundidade do conteúdo e graciosidade artística expressa, como registra na apresentação da obra o acadêmico Jali Meirinho:  'Com muita acuidade realiza uma fascinante expedição ao passado da cidade, quando de seu ingresso na Republica Brasileira, consolidada com firmeza patriótica e chegando aos meados do século passado'”. Antunes Severo - Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC, 13 de setembro de 2015
Foto de Jonei Bauer - 2015. "Ilha de Santa Catarina, em dois volumes. Quase seis quilos de pesquisa!" - Tweeter




O livro “Ilha de Santa Catarina – Florianópolis", com 776 páginas, em dois volumes, com  o incentivo da Tractebel Energia e BRDE, via Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, foi lançado em 8 de setembro de 2015, na Assembleia Legislativa - Florianópolis, com noite de autógrafos. 
Colônia Blumenau - no Sul do Brasil, 2019.
Marcondes Marchetti, Bruno Kilian Kadletz e Gilberto Schmidt Gerlach.
O lançamento do livro "Colônia Blumenau - no Sul do Brasil", que aconteceu  na noite de 2 de maio de 2019 - no Mausoléu - na cidade de Blumenau. Participaram deste trabalho, ao lado de Gilberto Schmidt Gerlach, Bruno Kilian Kadletz  e Marcondes Marchetti.
 O início da programação da noite começou pontualmente às 19:00h. Houve a fala do Presidente do Conselho Estadual de Cultura, que também é um dos autores - Marcondes Marchetti. Na sequência, aconteceu a fala de um dos representantes dos autores, Gilberto Schmidt Gerlach. Gilberto mencionou que estudou 4 anos no Colégio Santo Antônio de Blumenau e foi quando conheceu Marchetti.
Vídeo
As imagens comunicam...
Através de imagens:
Um pouco da noite do lançamento do livro "Colônia Blumenau - no Sul do Brasil.




O filho Gunnar da Cruz Lima Gerlach.


Com com musicista, cantor, ator, artista plástico de Blumenau,  Reynaldo Pfau.


Gilberto Schmidt Gerlach com sua esposa Carmen Lucia Fóes Cruz Lima Gerlach e filhos: Gunnar da Cruz Lima Gerlach e Alice da Cruz Lima Gerlach, durante o lançamento do livro "Colônia Blumenau no Sul do Brasil - em Blumenau SC.


Cartaz que recebemos de Gilberto Gerlach no momento que o conhecemos na Fundação Cultural de Blumenau - na chegada dos livros na Fundação Cultural de Blumenau - será emoldurado.
































Apresentando o livro "Colônia Blumenau - no Sul do Brasil" - na UNIDAVI - Rio do Sul SC.
Vídeo 
 




Com seu amigo Marcondes Marchetti.
Com o Professor Célio Simão Martignago  - Reitor da UNIDAVI.






Um legado que permanece para a História de Santa Catarina.
Gilberto Schmidt Gerlach faleceu em sua residência, em 6 de maio de 2021, na cidade de São José SC - de infarto. Contava com a idade de 77 anos. Continuará vivo na sua obra, no seu legado, exemplo de ações voltadas para à arte e a cultura, família e amigos. Observando uma pequena amostra de sua obra, percebemos que foi uma pessoa inquieta diante da vida, quando o assunto era cinema, patrimônio histórico, história, cultura, comunidade.  Homenageou as cidades que foram cenário de sua brilhante jornada com livros maravilhosos, para a História. Gratidão.

Depoimentos de amigos e entidades.

Nota de Agradecimento, Tristeza, Saudade e de Despedida
A Rede Marketing Cultural teve a honra e o prazer de trabalhar com Gilberto Gerlach nos projetos culturais: Edição e publicação do livro Ilha de Santa Catarina: Florianópolis e Edição e publicação do livro Colônia Alemã Blumenau no Sul do Brasil.
Um homem a frente de seu tempo, um iluminado, um visionário. 
Daqueles que não importava o tamanho da dificuldade, quando se tratava de buscar a fonte verdadeira da pesquisa.
Quando se tratava de levar ao publico conhecimento por meio do cinema e dos livros.
Um apaixonado pela arte do cinema, também conhecida como a Sétima Arte e por tudo que ela representa. 
O legado deixado, não tem como ser mensurado. Números de filmes exibidos, pessoas que assistiram, associados, influenciados, enfim, são muitos números que a cultura não conta, e hoje passados os anos fica difícil de obter. 
Mas que no caso de Gilberto e suas ações junto ao cinema, são INFINITOS.
E uma delas eu destaco: a formação de publico. 
Quem acompanhou os filmes, selecionados por Gilberto e exibidos nas salas de cinema por onde o Cine Clube NSD passou, ficou “marcado” com o sabor do senso critico. 
Gilberto, junto com Rodrigo de Haro , Deborah Cardoso Duarte e estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) ligados ao GUCA (Grupo Universitário de Cinema Amador), em 1968 , criaram Cine Clube Nossa Senhora de Desterro. O cine clube mais lendário, pelo menos daqui,  até os dias de hoje.
Gilberto, nosso muito OBRIGADA!
Aos familiares, nosso também muito obrigada por terem incentivado Gilberto a nos proporcionar tantas emoções.
Nossos sinceros sentimentos.  






















Alexsandra Mendes e Maria Teresa L. Collares
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) lamenta o falecimento do servidor aposentado, escritor, pesquisador e cinéfilo Gilberto Gerlach, ocorrido nesta quinta-feira (6), aos 77 anos. Membro da Academia Catarinense de Letras desde 2011, onde ocupava a cadeira 17, Gerlach faleceu em sua casa, em São José (SC), devido a um infarto fulminante.
Referência na área cinematográfica do Estado, Gerlach criou em 1968 o Cineclube Nossa Senhora do Desterro, que funcionou no Cinema do Centro Integrado de Cultura - CIC até 2009, quando o espaço foi fechado para uma grande reforma. O Cineclube foi responsável por exibir filmes fora de circuito comercial, além de cópias raras em 35 mm de grandes filmes da história mundial do cinema. O documentário de curta-metragem "Gerlach Cine Desterro" conta um pouco mais sobre a história do Cineclube (assista aqui: https://curtadoc.tv/curta/artes/gerlach-cine-desterro/) Como pesquisador e escritor, Gerlach é autor de livros que ajudam a contar a história catarinense com o uso de materiais fotográficos raros, como as obras "São José da Terra Firme" (2007), "Desterro" (2010), "Ilha de Santa Catarina - Florianópolis" (2015) e "Colônia Blumenau no Sul do Brasil" (2019).

Lamento o falecimento do Gilberto Gerlach, grande figura do cinema catarinense. Ao entrar na faculdade de cinema, em 2004, passei a ser frequentadora ainda mais assídua de seus cineclubes, que certamente estavam entre os melhores espaços de exibição e discussão do cinema independente e "autoral" do Brasil.
Eu adorava quando entrava em cartaz no Cineclube Nossa Senhora do Desterro aqueles ciclos de cineastas... Pude assistir em 35mm a filmografia de Fellini, entre tantas outras. Sucessivas gestões desastrosas do governo de SC e suas instituições terem deixado esses espaços morrerem configuram um dos grandes episódios de descaso para com o Cinema Catarinense, a Cultura, a memória e a nossa sociedade como um todo.
Saudades dessa época tão rica e frutífera. Saudades dessas salas de exibição onde nossos sonhos, por tantas vezes, fizeram morada.
Desejo força à família e também expressar minha gratidão.Cíntia Domit Bittar
Obrigada, Gilberto Gerlach, pelo seu trabalho e pelo seu amor ao cinema, à fotografia, à memória de Florianópolis e São José. Obrigada pela fundação do Cineclube Nossa Senhora do Desterro, pelas sessões inesquecíveis no Cinema do CIC e no Cine York. Foram tantos filmes importantes, tantas festas do cinema – algumas madrugada adentro, nos projetos em parceria com a Aliança Francesa Florianópolis. Quanta saudade desses tempos fundadores da nossa sensibilidade, dos encontros, dos ótimos papos com os amigos depois de assistir a tantos filmes inesquecíveis que você selecionava pra gente. Como era bom te encontrar ali pelo hall do CIC, conversar com você, te ver afixando a programação (com suas observações escritas à mão na folha sulfite, as várias cópias xerocadas à nossa disposição) e dando alguns "furos de reportagem": "olha, vai entrar esse filme muito bom na semana que vem". Muita saudade de tudo isso. Hoje meu coração está triste pela tua partida, Gilberto, mas também muito grato ao seu papel fundamental para a cultura de nossa cidade. Paula Albuquerque
Gilberto Gerlach, marido da Carmem Lúcia, com quem não perdia em nenhum ano o Festival de Cinema de Cannes, foi encontrado sem vida na garagem de sua casa em São José, na Grande Florianópolis. A causa da morte foi infarto fulminante.
Gilberto Gerlach, fotógrafo por vocação e engenheiro por formação,  foi o responsável maior pela exibição de filmes raros aqui na Nossa Senhora do Desterro, nome do Clube de Cinema que ajudou a fundar. Frequentava o Festival de Cannes todos os anos e de lá,  todos os anos, elegantemente, ele de smooking, ela de vestido longo, o casal mandava a foto no festival para Cacau publicar na coluna. Era tradição. Cacau Menezes
Estamos de luto. , Generoso, tolerante, afetuoso, trabalhador apaixonado que reuniu todas as imagens que marcam a história de nossa formação, da formação de nossas cidades, introdutor rigoroso do grande cinema para nossa geração. E mais, um que prezou a Amizade. Marcondes Marchetti

Grande perda com a partida do mestre e adorável Gilberto Gerlach.
“Um mundo se vai..., mas fica toda uma herança e o amor pelo cinema.
Gilberto marcou gerações.
Com ele fiz meus primeiros passos de formação cinematográfica e tinha uma grande admiração pelo seu trabalho.
Meus sentimentos sinceros aos familiares. Olga Pasternak
Perda lamentável. Quantas boas conversas e entrevistas, e quantas ainda por fazer. Quantas boas matérias abortadas por este fato lastimável. Meus sentimentos a toda a família. Paulo Clóvis Schmitz
Que imensa tristeza... Uma perda muito grande para cultura de São José. Meus profundos sentimentos. Ligia Barreto da Silva
Fui associado do Cineclube Nossa Senhora do Desterro do final da década de 90 até 2009. Quando era adolescente ia quase todos os dias no cinema do CIC porque era perto da minha casa. O cinema que Gilberto Gerlach exibia foi decisivo para minha formação e para a escolha do meu curso, o de cinema. Sua história ficou marcada na cidade. Fará falta. Talvez como homenagem o governo do Estado devesse mudar o nome da sala do cinema do CIC para Gilberto Gerlach. Lucian Chaussard

31 de agosto de 2021

Recebemos esta notícia triste, ontem.
E hoje, este texto...
"Faleceu anteontem - 29 de agosto de 2021 -  em Paris, a florianopolitana Carmen Lúcia Cruz Lima Gerlach, doutora emérita do curso de Letras da UFSC e tradutora de francês, mulher do engenheiro civil pela UFSC, cinéfilo, fotógrafo e escritor Gilberto Gerlach, que havia sofrido um infarto fulminante na garagem de sua casa em São José, Carmen Lúcia, irmã da mãe do empresário Aroldo Cruz Lima, estava hospitalizada, em coma, num hospital da capital francesa, depois de sofrer um AVC. Vai ser cremada em Paris e as cinzas transportada para Floripa, sua e nossa terra.
Casal todos os anos participava do Festival de Cannes, e sem o marido, este ano, resolveu visitar a filha que mora em Paris, onde viveu a efervescência cultural da Cidade Luz, numa despedida de vida merecida."

Referências

CABRAL, Oswaldo R. Nossa Senhora do Desterro: memória. Florianópolis: Imprensa da Universidade Federal de Santa Catarina, 1972.

Colônia Blumenau no sul do Brasil / Pesquisa e organização: Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti. - 1.ed. - São José: Clube de cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. - 2t. :il.

Escritor e cineclubista Gilberto Gerlach morre aos 77 anos em São José. Correio - Portal de Notícias. 6 de maio de 2021, 16:31 Disponível em : https://www.correiosc.com.br/escritor-e-cineclubista-gilberto-gerlach-morre-aos-77-anos-em-sao-jose/ Acessado em: 06/05/2021. 

Aos 263 anos, São José ainda tem parte da memória preservada. A casa com mais de cem anos pode ser o novo museu de cinema da cidade. DC Notícias. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/aos-263-anos-sao-jose-ainda-tem-parte-da-memoria-preservada. Acesso em 07/05/2021.

SEVERO, Antunes. Gilberto Schmidt-Gerlach, uma fascinante expedição ao passado da história da cidade. Caros Ouvintes - instituto de Estudo de Mídia. Disponível em: http://www3.carosouvintes.org.br/gilberto-schmidt-gerlach-uma-fascinante-expedicao-ao-passado-da-historia-da-cidade/. Acesso em: 07/05/2021.

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6 comentários:

  1. Perdi o volume II da obra ilha de Santa Catarina de 2015, se alguem tiver disponibilidade desse volume, me avisem.

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    1. Merecida homenagem. Muitas vezes, aqueles que fazem com lastro são ignorados. eu não espero para checar se isso acontecerá. quando percebo uma pessoa coms feitos do Senhor gerlach, eu me adianto, deixando registrado para a história. Feliz que tenha apreciado. Abraço grande.

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  3. Paulo Cardoso de Bem10 de abril de 2022 às 16:07

    Bela homenagem ao grande Gilberto Gerlach. Registro que na manhã seguinte, acompanhamos o sepultamento no Cemitério Municipal de São José, no alto da colina, da cidade que tanto amou. Além da despedida, levamos nosso apoio principalmente ao filho Gunnar e ao sobrinho Tim (Timóteo Gerlach), que prestou uma última homenagem ao seu tio Gilberto, filmando aquela despedida... entrando para a história

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    1. Tivemos o privilégio de o conhecer rapidamente e indiretamente contribuir com sua pesquisa no livro A Colônia Blumenau no Sul do Brasil. Iremos fotografar este cemitério para a "série cemitérios" e para ter o registro de sua última morada. Abraços cordiais.

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